O anúncio de que não teremos a ExpoGaspar nos moldes do ano passado, quando se realizou a maior de todas as edições até hoje, não seria uma notícia de impacto não fosse o motivo atribuído à decisão. De acordo com a Prefeitura, R$ 1,5 milhão, que seria o gasto com a organização da ExpoGaspar, vai manter a qualidade de serviços essenciais no município, como saúde, assistência social, obras entre outros. Ora, se a Prefeitura projeta uma receita de quase R$ 390 milhões em 2023, é de se estranhar que precise abrir mão de R$ 1,5 milhão para um evento que gera renda, empregos, negócios e entretenimento na cidade. Não que saúde, educação e outros setores sejam menos importantes, pelo contrário, são fundamentais, porém, convenhamos que o valor economizado é irrisório.
Para se ter ideia, somente nos primeiros quatro meses deste ano, saúde e educação consumiram mais de R$ 50 milhões da receita do município. Portanto, se existe a necessidade de se transferir pequenos valores para setores básicos, é porque a situação financeira do município contraria os discursos e os próprios números propagandeados, o que não nos parece ser o caso neste momento, visto que na semana passada foi apresentado à Câmara Municipal o balanço financeiro dos primeiros quatro meses do ano, e a Prefeitura manteve a curva de crescimento da arrecadação com um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2022. Asssim, fica a dúvida se existe uma ameaça real de queda na arrecadação que poderá comprometer serviços básicos ou se o motivo para o cancelamento do maior evento do município é de fato o apresentado.