A cidade do futuro precisa ser também a cidade do presente

O crescimento de uma cidade deve ser visto de maneira muito mais ampla do que tradicionalmente tem sido insistentemente falado e apresentado. Espera-se não ser necessário mais 90 anos para se entender que cidades que querem crescer de maneira sustentável e inteligente precisam seguir a lógica do desenvolvimento, superando obstáculos como o de uma saúde cara e ineficiente, um transporte que além de caro tira horas da vida das pessoas em intermináveis filas, dos custos que resultam de córregos, ribeirões e rios que viram esgotos a céu aberto em diversos pontos da cidade por falta de saneamento básico, do desajuste territorial por conta da fragilidade da fiscalização diante de um Código Florestal e Plano Diretor teoricamente atualizados, da falta de moradias, da educação mal gerida, que se contrapõe ao sistema educacional privado, para onde vão os filhos de quem se dispõe a pagar, e bem, pelo estudo, e por fim da própria representação política nos âmbitos estadual e federal que nos tiram oportunidades de receber grandes investimentos. O conjunto de travas não só atrasam o desenvolvimento de Gaspar, como também geram custos elevados à administração pública por conta de soluções disfuncionais e paliativas nos diversos setores ativos. A falta de sinergia entre os campos das políticas públicas e privadas provoca irracionalidades que por sua vez resultam em pouca produtividade social. E a pobreza acaba avançando. E quando se fala em pobreza, não se trata de resiliência, mas sim de uma condição onde o indivíduo é resultado da falta de oportunidades. E oportunidades não é apenas gerar emprego, pois um indivíduo que não consegue tratamento pelo SUS fica incapacitado ao trabalho e, portanto, sem renda. Um indivíduo sem estudo, também terá poucas oportunidades no mercado de trabalho.
Não precisamos inventar novamente a roda, para se chegar ao que de fato precisa ser feito nos próximos dez anos, quando então atingiremos a marca dos 100 anos. Partimos do pressuposto que qualquer governo está sempre cheio de boas intenções, tem as referências dos objetivos do desenvolvimento sustentável, por meio de iniciativas como o Programa DEL – Desenvolvimento Empresarial Local que define de maneira muito clara e sólida os grandes objetivos a serem atingidos por Gaspar nos próximos anos, além de entidades empresarias, como ACIG e AMPE, que cumprem papel importante de mostrar aos governos os caminhos mais curtos para se atingir os macro objetivos. Existem estudos setoriais que revelam muito potencial de crescimento em Gaspar, além de excelentes iniciativas embrionárias que podem de fato nos tirar da condição de cidade do futuro, nos colocando de vez no rol das cidades do presente que é o que interessa à população. Só precisamos engatar a primeira marcha. No caso de Gaspar, o desafio principal é de longe o da infraestrutura, que precisa ser tratada de maneira ampla e na perspectiva de ganhos para a coletividade. Precisamos de políticas públicas que identifiquem as emergenciais carências de cada área do nosso desenvolvimento e apresentem as soluções. Gaspar não pode esperar mais 90 anos.

Alexandre Melo
Coordenador de redação
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