"Nesse tempo em que fui secretário de Estado e presidente de estatal me concentrei sempre em enfrentar problemas e crises. Nunca fui seduzido por assuntos que gerassem publicidade positiva, como inaugurações ou festas políticas.

Zelei cada dia pelo interesse público, trabalhei dando toda minha força, energia, conhecimento e capacidade para enfrentar grandes problemas públicos, desde a crise econômica e climática de 2008, depois à frente do grupo Celesc e, sobretudo, na Secretaria da Fazenda nestes últimos anos da pior crise econômica que o país e o Estado já viveram em toda sua história. Vencemos por não aumentar impostos nem atrasar salários. Se isso tivesse ocorrido, a Segurança, a Saúde e a Educação teriam entrado em colapso, como aconteceu em vários estados. O progresso econômico e social estaria severamente comprometido.Porém, apesar de todo meu entusiasmo pelas missões públicas, neste momento não tenho forças para seguir comandando os homens e mulheres de grande capacidade técnica que pertencem aos quadros da Fazenda. Não vou descansar, mas me dedicar a mostrar a cada pessoa que confiou em mim ao longo desses 11 anos, que nada do que foi dito por criminosos confessos é verdadeiro. Todos os encontros narrados foram presenciados por terceiros que testemunharão para esclarecer a verdade. Os heróis brasileiros em que se transformaram os Procuradores da República e os Magistrados sabem e saberão julgar aqueles com quem lidam. Esses criminosos confessos, que buscam a qualquer preço montar versões que justifiquem a troca de penas alongadas por liberdade e vida milionária no exterior, não podem vencer.
Na nossa vida tudo tem um limite. A minha enérgica disposição para enfrentar problemas no Estado encontrou o seu: os dois fatos envolvendo questões eleitorais, injustas e improcedentes quando citam meu nome e, por isso, doloridas. Abro mão do foro privilegiado porque nada temo. Agradeço ao governador Raimundo Colombo pela confiança e amizade recíprocas, bem assim a todos os colegas de Governo. Tenho Deus por testemunha de minhas palavras e, mesmo passando por tudo isso, só agradeço às amizades e simpatias que conquistei." 


Antônio Marcos Gavazzoni, 
Ex-secretário de Estado da Fazenda

 

Crônica diária

Um dia desses eu em meio de uma roda de conhecidos escritores, um cronista diário proferiu a seguinte frase: ''? Eu gostaria de ser um poeta, para fazer um livro por dia!'' Logo interpretei sendo para mim, as ditas palavras, em tom tão áspero, pois era o único metido a fazer versos na roda. Não sei de quem mais senti pena naquela hora, se dele, que é um cronista que lançou um livro de crônicas reunidas, ou de mim, que lançai um livro de poesias!
Pois os versejadores têm uma árdua tarefa: A de encantar e contar em belas letras para as pessoas, como este mundo onde a gente vive é belo e maravilho e que ainda há esperanças para viver dias melhores. Uma tarefa, convenhamos, que não é nada fácil. E tem outra, ninguém, mais ninguém mesmo em sua sã consciência vai bater no peito e dizer: ''? Vou escrever um livro de poesias para ficar rico e famoso!''
Parafraseando esse quase-amigo dito intelectual : ''? Pára, né!'' E eu, como me considero um artesão das palavras, bem digo: ? Poesia não dá dinheiro, nem fama imediata para ninguém! Já meu quase-amigo cronista diário e sua difícil tarefa de traduzir o cotidiano banal, deve ter lá as suas razões. Pois traduzir o cotidiano e transformá-lo em textos, no mínimo que prenda a atenção do leitor, deve ser, mesmo, uma pedreira. Deve ser uma tarefa nada fácil. Mas,como não sou cronista, vou parafrasear meu quase-amigo dito intelectual mais uma vez: ''? Vai saber!''.


Samuel da Costa
Membro da Academia de Letras do Brasil