Todos os dias, em todos os jornais, de todas as cidades. Não há dúvida de qual será o tema das colunas e editorias de política. Tampouco, sobre o tema que será abordado nos telejornais e programas de rádio. A crise política instaurada no Brasil é pauta obrigatória em todos os veículos e mídia, isso porque se tornou comum as coisas amanhecerem muito diferente do que anoiteceram na vida do país. E, como não poderia deixar de ser, os reflexos dessa instabilidade acertam em cheio o dia a dia de todos. No último ano, por exemplo, o número de empresas que pediram falência subiu 12,2%. O aumento foi mais perceptível no setor de serviços, correspondendo a 39%. A quantidade de falências decretadas é outro aspecto que chama a atenção, foram 14,7%. Já os pedidos de recuperação judicial subiram 49,4%.
Todos esses dados impactam diretamente no cotidiano das pessoas. Com a alta dos preços de produtos e, na perspectiva mais cruel, o desemprego. Aliás, um recorde indesejável foi batido esse ano, com mais de 13 milhões de brasileiros sem um posto de trabalho. Isso significa dizer que desde o início da crise, em 2014, quase sete milhões de pessoas precisaram entrar na fila em busca de trabalho. Esse número dramático expõe a escassez de oportunidades desencadeada pelo fechamento de empresas. Com menos gente trabalhando há também menos pessoas consumindo e, por fim, fazendo girar uma roda de recessão. Quais são então as alternativas para esse ciclo, já que as sucessivas manchetes com altos e baixos políticos parecem que não irão cessar em breve? Olhar com atenção os sinais emitidos pela empresa é um passo importante.
Há diversas saídas jurídicas capazes de fazerem com que os empresários vejam os negócios novamente prosperando. As recuperações judicial, tributária e bancária, se bem conduzidas podem devolver a saúde da empresa, fazendo com que as dívidas sejam cumpridas e garantindo o emprego e renda de muitas famílias. O momento é difícil e, por vezes, manter o otimismo tão característico do povo brasileiro se torna um ato quase heroico.
Augusto Neves da Fontoura
Advogado
Mãos sujas, dinheiro limpo
Sujar as mãos, quando se trabalha, não é feio, muito menos depreciativo. Os padeiros, mecânicos, pedreiros, professores, cirurgiões dentre outros profissionais, sujam as mãos no exercício de suas atividades legais e de baixa remuneração financeira. Atividades altamente rentáveis financeiramente, com frequência se utilizam de mecanismos legais, porém nem sempre morais! Promover um grande evento internacional, no país, não é ilegal, não suja as mãos, mas proporciona, sim, dinheiro sujo para uma atividade limpa. Sujo porque advém de expedientes sub-reptícios que mascaram a realidade.
Felizmente, grandes volumes de recursos pecuniários nas algibeiras ou contas bancárias, sem que as mãos contenham sinais de qualquer forma de esforço legal, ficando maculadas por atividades que mereçam inveja ou orgulho do empenho, não são mais sinais de respeitabilidade profissional. Circunstâncias como essas não passam mais despercebidas! A sociedade desenvolveu mecanismos que não aceitam mais grandes massas financeiras circulando por mãos inadequadas e despreparadas, até porque, pessoas preparadas se servem de mecanismos apropriados que transportam grandes volumes financeiros sem que haja uma única cédula monetária em uma transação de negócios.
Cícero Maia,
Administrador e professor
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