Santa Catarina: Hora de Avançar com Inteligência e Articulação

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24/10/2025 10:44
COOPERATIVISMO

Santa Catarina: Hora de Avançar com Inteligência e Articulação

Por Alisson Luiz Micoski - Advogado. Presidente da Associação dos Usuários das Rodovias do Estado de Santa Catarina, AURESC e Membro do Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis, e ex-diretor do Procon/SC.

 Publicado 23/10/2025 09:57  – Atualizado 24/10/2025 10:44

Edição da semana 24/10/2025
  • Edição da semana 24/10/2025 (Fotos: Jornal Metas)

Santa Catarina sempre teve vocação para o pioneirismo. Desde os primeiros ciclos de colonização organizada até a consolidação de cooperativas agrícolas como a Aurora, passando pelo surgimento de polos tecnológicos em Florianópolis e a indústria inovadora no Vale do Itajaí, nossa região demonstrou capacidade histórica de inovar, articular múltiplos atores e gerar resultados coletivos. Essa tradição deve orientar o próximo passo: reconfigurar a gestão pública estadual de forma integrada, eficiente e conectada às demandas contemporâneas.

O desafio é estrutural. A implementação de parcerias estratégicas, a transferência de tecnologia e a integração com centros de inovação ainda esbarram em barreiras burocráticas e modelos administrativos rígidos, que limitam a agilidade e a eficácia da gestão. Independentemente do governo, essas questões exigem atitude proativa, visão de futuro e articulação de longo prazo, pois a transformação da administração depende de uma sociedade inteira comprometida, reunindo poder público, iniciativa privada, universidades e startups.

O Estado já possui instrumentos relevantes, como a SC Parcerias, o CIASC, o programa SC Mais Inovação e a digitalização de serviços via SC Fácil. Projetos de lei recentes, como o PL 49/2024, que define diretrizes para o uso ético de inteligência artificial, e o PL 563/2024, voltado à desburocratização, indicam que a gestão estadual caminha em direção a um modelo mais ágil, conectado e eficiente. A efetivação dessas medidas, porém, depende de integração, articulação e coragem política.

Diversos projetos de parcerias público-privadas em andamento ilustram os avanços possíveis em nosso território. A expansão do Aeroporto de Jaguaruna, a modernização do Complexo Prisional de Blumenau, a concessão do Zoológico de Balneário Camboriú e o Hotel Caldas da Imperatriz são exemplos de colaborações que melhoram infraestrutura, serviços e experiências para a população. Apesar dos progressos, ainda há espaço para mais ousadia, especialmente na aceleração de processos, simplificação de procedimentos e incorporação de tecnologias emergentes.

A questão da transferência de tecnologia é estratégica. Estados como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul demonstram como parcerias podem incorporar inovação. São Paulo, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos, estrutura projetos robustos em mobilidade, saúde e educação. O Paraná, com décadas de experiência na gestão integrada da Região Metropolitana de Curitiba, utiliza superintendências metropolitanas para acelerar decisões, compras e projetos complexos, aproximando a administração de soluções inovadoras e práticas. O Rio Grande do Sul investe em compras públicas de inovação e sandbox regulatórios, permitindo testes controlados de soluções tecnológicas. Para Santa Catarina, aproximar-se desses modelos significa criar mecanismos que facilitem a integração com detentores de tecnologia, startups e centros de pesquisa, garantindo que a administração estadual acompanhe minimamente o ritmo da iniciativa privada.

Fortalecer estruturas metropolitanas é outra dimensão estratégica. Experiências passadas, como a atuação da SUDERF na Grande Florianópolis, e o modelo consolidado no Paraná demonstram que órgãos estratégicos bem estruturados podem agilizar decisões, fomentar parcerias e articular iniciativas complexas, criando um ambiente propício à inovação e à eficiência no serviço público.
Transformar a administração estadual significa potencializar a capacidade de entrega, tornando-a eficiente, transparente e conectada às demandas de uma sociedade dinâmica e tecnológica. É hora de unir forças políticas, empresariais, acadêmicas e criativas para que Santa Catarina avance rumo a um Governo 2.0, onde a inovação, a eficiência e a colaboração não sejam apenas conceitos, mas práticas concretas do dia a dia da gestão pública.

Nosso território tem todos os elementos necessários: talento humano, experiência histórica, tecnologia e vontade de transformar. Agora é o momento de visão estratégica, articulação e coragem para que o Estado se torne referência em administração contemporânea, inovadora e centrada no cidadão, reafirmando seu protagonismo no século XXI.


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