Geóloga, engenheira civil e geógrafo estiveram na região para verificar a possibilidade de novos deslizamentos

O complexo do Baú, atingido duramente por deslizamentos em novembro do ano passado, está novamente em alerta por causa das chuvas. Na quarta-feira (30), um grupo de técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) iniciou na região a análise de alguns morros. A geóloga Karel Jockynan, a engenheira civil Silvia Helena de Carvalho e o geógrafo graduando Guilherme Linheira percorreram a região durante esta semana para traçar um panorama da atual situação do solo no complexo do Baú. “Os solos ainda não secaram e vai demorar para isto acontecer, pois não para de chover. Além disso, o morro do baú é bastante argiloso, o que retém mais água ainda”, explica Karel.
A situação mais complicada é no Morro Azul, onde residem aproximadamente oito famílias. “Se continuar a chover, a orientação é que estas famílias deixem o local imediatamente”, ressalta Paulo Drun, diretor de Defesa Civil no município. Segundo ele, o trabalho de análise deve prosseguir na próxima semana. “A nossa prioridade é garantir a segurança das pessoas. O importante no momento não é verificar o que já caiu, mas o que ainda pode cair”, afirma Drun.
Conforme explicou Karel, a possibilidade de deslizamento nos morros é analisada através de quatro sinais principais. “Nossos indicativos são rachaduras, degraus, árvores inclinadas e surgência de água. No Morro Azul, percebemos que existem estes aspectos”, afirma.

Prevenção
Segundo os técnicos, uma das formas de evitar os deslizamentos é o plantio de determinadas árvores, que poderiam ajudar a reter a água. “O complexo do Baú tem muitas bananeiras nas encostas, o que facilita o desmoronamento. Veremos a possibilidade de começar a plantar outros tipos de plantas, como graminhas, que cobririam o solo e nos dariam 70% de segurança. Queremos fazer um trabalho preventivo”, finaliza a geóloga.

Aulas

As aulas da Escola Alberto Schmitt, no Baú Central, retornam na próxima segunda-feira (5). O educandário havia suspendido as aulas desde a segunda-feira (28) por causa dos alagamentos. “Nossa intenção foi proporcionar segurança para os alunos. Na segunda-feira, eles devem retornar à escola para as aulas”, informa a diretora Karen.