Representante dos empresários vê a cidade crescer e cobra o poder público

O  potencial de desenvolvimento econômico de Ilhota, devido a sua localização estratégica no Vale do Itajaí, ainda não é totalmente explorado e a cidade tem potencial para crescer e se tornar ainda melhor. Essa é a opinião da presidente da Associação Comercial e Industiral de Ilhota (ACI-IL), Maria Liliane Ferracioli. Ela destaca a força das marcas na indústria têxtil e cobra do poder público, a solução em obras de infraestrutura, tanto do governo municipal quanto dos estadual e federal. Maria Liliane deve deixar o cargo no final deste ano, quando encerra seu mandato. Para ela, Ilhota precisa de uma classe empresarial mais unida e de um poder público preocupado em resolver questões básicas de infraestrutura, até hoje não atendidas. 

A presidente da entidade ainda destacou a participação do Sebrae no fortalecimento das marcas das empresas da cidade e lembrou ainda que outras atividades começa m a ganhar força, como a moda fitness, adotada pelas têxteis do município e de movéis artesanais, outra tendência do mercado, que começa a ter destaque com lojas ao longo da Rodovia Jorge Lacerda.

"Nem todos acordaram para o potencial de Ilhota"
 
JORNAL METAS: Como a Associação Comercial e Industrial de Ilhota vê a cidade hoje e como ela projeta os próximos anos?
MARIA LILIANE FERRACIOLI: Com toda a certeza, Ilhota já está consolidada como um polo de moda íntima e moda praia. Independente da crise econômica que o Brasil vive hoje, das obras que o poder público precisa fazer, essa força econômica no setor têxtil não perderemos mais. 
Além da moda íntima e da moda praia, as nossas empresas estão investimento também na moda fitness, que cresceu muito no país. Temos uma moda de academias e os empresários perceberam isso logo. É algo de dois ou três anos e que está indo muito bem. 
 
JM: Ilhota vai querer o título de moda fitness também?
LILIANE: Vamos atrás. A moda fitness criou um mercado novo para as nossas indústrias, que é o setor masculino. Vem dando certo e no próximo Ilhota Fashion teremos o fitness masculino nos desfiles. 
 
JM: Qual a importância do Sebrae para o desenvolvimento da indústria têxtil?
LILIANE: O Sebrae vem sendo um grande parceiro. O foco deles é na indentidade das empresas. A criação de grande marcas na cidade. A Elemento Mar e a Mardu são alguns bons exemplos. Investiram em celebridades para expandir a marca para todo o país. Isso faz com que os nossos produtos sejam um pouco mais elitizados, já que a marca agrega muito valor ao produto. O resultado vem sendo muito positivo.
 
JM: O prefeito Daniel Bosi citou a força da Agricultura, além da indústria têxtil. São essas as economias de Ilhota?
LILIANE: A Agricultura continua sendo forte, mas não é mais como foi em outros tempos. A bananicultura cresce, mas o arroz andou perdendo força. A nossa indústria não é só têxtil, não. Tem um setor que cresce e poucos pereceberam ainda é o de móveis artesanais. Várias lojas foram abertas e estão vendendo bem. 
 
JM: Todo mundo sempre fala da localização estratégica de Ilhota, perto do aeroporto e do complexo portuário. A cidade já ganha com essa proximidade? E o que precisa ser feito de infraestrutura para a cidade crescer?
 
LILIANE: O fato de Ilhota estar localizada ao lado de Itajaí, acho que tem muita gente que ainda não acordou. Nosso potencial é muito maior. Isso também se deve ao fato de faltar algumas obras de infraestrutura. Falta a duplicação da BR-470 e, principalmente, a conclusão das duas pontes (Gaspar e Ilhota). Hoje, a margem esquerda está isolada e pouco se comunica  com o Centro. É mais vantajoso para quem mora lá fazer as coisas em Gaspar ou Itajaí. A conclusão da ponte muda toda as perspectivas da cidade. O problema é essa burocracia toda, essa novela de seis anos. Está ficando na Saudade mesmo. Não entendo ainda porque fizeram a ponte justamente no trecho mais largo do rio, exigindo uma ponte muito maior.
 
Em relação à infraestrutura, é preciso muita coisa também aqui na cidade, além das pontes e da duplicação. Nós precisamos melhorar a nossa avenida, ter mais calçadas. O turismo de compras é essencial na nossa economia e para isso, a cidade precisa estar bonita, atraente para quem vem de fora. O cenário hoje não agrada. Uma das principais ruas da cidade não tem calçamento em toda sua extensão, boa parte ainda está no barro, isso é complicado. Não exigimos muito do poder público. Estamos solicitando coisas básicas de infraestrutura. 
 
Em 2013, surgiu a ideia de um bondinho levando os turistas para circular entre as lojas da cidade. Uma ideia boa, mas que não teve continuidade.
 
JM: E como está essa cobrança dos empresários ao Executivo? Como está a organização dos empresários?
LILIANE: Se você conversar com qualquer empresário da cidade, ele dirá que a classe precisa ser mais unida. A verdade é que continuamos muito desunidos, temos hoje 65 associados e uma adesão baixa nas reuniões, nos eventos. A participação verdadeira de toda a classe empresarial é imprescindível não apenas para cobrar o poder público, mas para planejar o desenvolvimento da cidade.