Filhos sentem a angústia do julgamento da própria mãe, mas pedem justiça

Filhos sentem a angústia do julgamento da própria mãe, mas pedem justiça

Nesta quarta-feira (17), Daniel Bosi e Michele Bosi, não estarão frente a frente com quem acreditam ter participado da morte de seu pai, Jaime Antônio Bosi, em dezembro de 2007. Eles ficarão em um espaço reservado às testemunhas durante o julgamento que ocorre, a partir das 9h na Câmara de Vereadores de Gaspar e que decidirá o destino da mãe deles, Rosicler de Fátima Bosi.
Caso sejam dispensados permanecerão do lado de fora do plenário, enquanto sua mãe estiver sendo julgada da acusação de ter matado o marido com a ajuda do amante Felipe Schuldes, já condenado.
Segundo os filhos, essa decisão de não estar no plenário partiu do advogado de acusação, Rogério Ristow, o mesmo que ajudou a condenar Felipe, e também de familiares. O motivo é poupá-los da dor e minimizar o sentimento dúbio, de pena e raiva.
Pena por ser a própria mãe, que poderá ficar um longo período presa e raiva por terem a convicção de que ela é culpada da morte do pai. Mas nem mesmo o sentimento maternal faz com que os filhos mudem de idéia e deixem de pedir a condenação de sua mãe.
“Para a justiça ficar completa, ela também precisa ser condenada, mas a nossa situação é bem diferente do julgamento do Felipe, porque aqui estamos tratando da nossa mãe. Toda a família está nervosa com isso e não tenho nem como descrever direito o que estou sentindo”, desabafou Daniel.
 A dificuldade para encarar essa situação foi maior nos dias que antecederam o julgamento, porém hoje está realçada. Mesmo assim, a vontade de ver a justiça feita não está menor do que quando o juiz Sérgio Agenor Aragão declarou a sentença de Felipe Schuldes.
“No julgamento do Felipe foi mais fácil porque era uma pessoa estranha à nossa família, agora é diferente. Porém, isso não diminui a vontade de vê-la responder pelo crime que cometeu”, concluiu a filha.

Defesa

Desde maio deste ano, Rosicler de Fátima Bosi tem como advogado defesa, Ricardo Souto Wille, de Blumenau, que está confiante na absolvição de sua cliente.
“Tenho certeza que Jaime Antônio Bosi morreu vítima de um acidente e não de um crime,  por isso acredito na absolvição de Rosicler. Esse é um caso que mexe com a opinião pública e despertas muitas emoções, mas os jurados estarão preparados para se ater aos autos do processo e as provas. ”, disse Ricardo.


O caso
O advogado de Ilhota, Jaime Antônio Bosi foi encontrado morto às margens da BR - 470, no bairro Belchior, na madrugada do dia 28 de dezembro de 2007. O laudo do Instituto Médico Legal alegou que Jaime foi morto por traumatismo crânio-encefálico ocasionado por agressão com instrumento contundente. O laudo também acusa requintes de crueldades e que o advogado teve seus braços amarrados.

O julgamento
Juiz – Sérgio Agenor Aragão
Promotora – Jussara Maria Viana
Advogado de defesa – Ricardo Souto Wille
Advogado de acusação – Rogério Ristow 

1º capítulo
Felipe Schuldes foi condenado, por homicídio duplamente qualificado, a 15 anos de prisão no dia 23 de julho.


Corpo de jurados
João Muller Kuntz    
Teresinha Denise Moser
João Batista Cardoso de Aguiar
Daniel Felisbino
Rosilene Marli de Souza Francisco
José Fernando Koehler
Odinéia de Jesus de Borba
Sílvio Schmitz
Valdinei Brassanine
Cláudio Roberto Ávila
Nádia Maria Zucki
Noeli Corradi Curioletti
Maria Rosali da Costa
Maria Julia Correa
André Quintino
Maria Antonia Zimmermann
Joseane Pereira
Adilson Clasen
Vanessa Fernanda Schmitt
Gilson Kistner
Marlene Almeida Santos
Luiz Melquiades dos Santos
Káquele Teixeira
Eliete Oliveira dos Santos
Lucas  Medeiros