É a segunda região do Estado com maior número de assassinatos

Em 2016, 858 pessoas foram mortas em Santa Catarina com tipificação de crime doloso (quando existe a intenção de matar). O número é da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), divulgado na última semana de dezembro do ano passado, e refere-se ao período de 1º de janeiro a 21 de dezembro de 2016. Em 2015, o número de homicídios foi de 827, ou seja, houve um incremento de 6,6% de um ano para outro. O Vale do Itajaí, com 202 assassinatos, só perde para a Região Norte do Estado onde ocorreram 238 homicídios dolosos. A Grande Florianópolis registrou 140 assassinatos; o Oeste 124; o Sul 99 e o Planalto 55.

De acordo com o relatório organizado pela Gerência de Estatística e Análise Criminal da SSP, em quase metade dos municípios de Santa Catarina o índice de homicídios foi zero em 2016. Em outras 154 cidades do Estado, houve registro de assassinatos, sendo que em 78 delas ocorreu apenas um homicídio, um percentual de 50,6%.

A taxa 100 de homicídios está em 12,4 por grupo de 100 mil habitantes, e embora configure nível de problema, não pode ser considerada alarmante. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) até 10 configura normalidade, entre 10 e 20, problema e acima de 20, endêmico.

As estatísticas da SSP também revelam que 69,4% das vítimas possuíam antecedentes criminais e 67,6% dos autores tinham passagem policial. De acordo com o secretário da Segurança Pública, César Grubba, "o quadro geral em Santa Catarina apresenta números bem longes da realidade do País, o que tem colocado Santa Catarina em permanente condição de destaque". Ainda segundo o secretário, Santa Catarina têm se preservado no final do ranking, com o melhor índice entre os estados da federação.

Grubba diz que toda a estrutura da segurança pública em Santa Catarina segue desenvolvendo o trabalhos com muito empenho, dedicação e competência. "O aumento no número de homicídios está relacionado a disputas e desavenças entre integrantes de facções criminosas, motivadas principalmente por questões ligadas ao tráfico de drogas", afirma.

Para o secretário, casos graves e de grande repercussão recebem prioridade para esclarecimento e conclusão, o combate ao tráfico de drogas está sendo forte, as investigações criminais estão mais ágeis, há operações policiais regularmente, o nível de integração entre as forças é bastante positivo e os resultados visando estabilização e redução de indicadores criminais são perseguidos permanentemente. Ele acrescenta que com as formaturas dos novos policiais civis, auxiliares do IGP - Instituto Gerais de Perícias - e policiais militares, os efetivos serão reforçados, com perspectivas de mais produtividade em prisões e apreensões.

Um homicídio em Gaspar

Para fins estatísticos, Gaspar está entre as 78 cidades em que ocorreu apenas um homicídio em 2016, porém, esse número poderá aumentar para dois, caso se confirmem as suspeitas de que Maicon Dias, de 33 anos, encontrado morto na sua residência, no bairro Margem Esquerda, na madrugada de 30 dezembro, tenha sido assassinato. O corpo foi encontrado em estado de decomposição. Por enquanto, o único homicídio doloso confirmado na cidade foi o do jovem professor de História da Furb, Alexandre Vieira. Ele foi morto a tiros, na manhã de 17 de junho de 2016, em um ponto de ônibus do bairro Bela Vista.