A causa mais provável foi intoxicação por monóxido de carbono

A Polícia Científica de Santa Catarina (PCSC) deve concluir, nos próximos dias, os exames periciais relativos às mortes de quatro jovens dentro de uma BMW na rodoviária de Balneário Camboriú na madrugada do primeiro dia de 2024. De posse dos laudos, a Polícia Civil vai poder avançar ou mesmo concluir aas investigações sobre a causa das mortes. Antes de qualquer divulgação à imprensa, os vestígios coletados estão sendo analisados e passarão por discussões entre os profissionais envolvidos. A polícia acredita que isso é fundamentais para a garantia da precisão técnica e segurança acerca da dinâmica dos fatos daquela madrugada.
Dada a repercussão e comoção pública do caso, a Polícia Civil afirmou que as informações da perícia serão apresentadas somente em coletiva de imprensa junto aos demais órgãos do Governo de Santa Catarina, o que deve ocorrer ainda esta semana. A Perícia Oficial informou ainda que até o presente momento nenhum laudo pericial oficial foi emitido, portanto, se isenta de quaisquer informações não oficiais acerca dos trabalhos periciais que estão sendo divulgados.

O caso
Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos; Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos; Nicolas Oliveira Kovaleski, de 16 anos; e Tiago de Lima Ribeiro, de 21 anos morreram dentro de um veículo BMW/320i na madrugada de segunda-feira, dia 1º de janeiro. Embora oficialmente ainda não tenha sido divulgado a causa das mortes, a perícia trabalha com a hipótese de que os quatro tenham sido intoxicados por monóxido de carbono, um gás inodoro, ou seja, não tem cheiro, o que dificultou a reação das vítimas. Imagens das câmeras de monitoramento do terminal rodoviário e o depoimento da única sobrevivente, Geovana, namorada de Gustavo, indicam para essa linha de investigação. Os quatro jovens chegaram na rodoviária de Balneário Camboriú por volta das 3h15min. Eles assistiram ao show da virada do ano na Praia Central de Balneário Camboriú, e seguiram para a rodoviária a fim de buscar Geovana, que veio de Paracatu, cidade mineira de origem das quatro vítimas. Geovana chega cerca de dez minutos depois que os jovens estacionam o veículo. Ele aparece na filmagem acompanhada de Gustavo. De acordo com seu depoimento, os quatro jovens se queixaram de estarem sentido tonturas e náuseas, mas acreditavam tratar-se de uma intoxicação alimentar. Decidiram então permanecer no estacionamento da rodoviária por mais algumas horas, para depois seguirem viagem para São José, na Grande Florianópolis, onde residiam havia 30 dias. Eles permaneceram dentro da BMW com o veículo e o ar condicionado ligados. Neste tempo, as imagens do circuito interno mostram os jovens saindo da BMW pelo menos uma vez. Karla chega a ser retirada carregada do veículo e, amparada por Gustavo e Nicolas, levada ao banheiro do terminal onde retornou minutos depois de roupa trocada e acompanhada também de Geovana. Nicolas e Gustavo não voltam para o veículo, eles caminham para fora do estacionamento. Retornam minutos depois e se juntam a Carla e Tiago no interior do veículo. Apenas Geovana permanece do lado de fora, sentada no meio-fio por longo tempo. Por volta das 7h, quando já está amanhecendo, o vigia do estacionamento vai até o veículo e olha pelo lado de fora, depois retorna para a portaria. Quatorze minutos depois é a vez de Geovana ir até carro e abrir as portas do passageiro e traseira. Neste momento, ela percebe que algo está errado e pede ajuda a pessoas próximas. Por volta das das 7h30min as unidades do SAMU chegam à rodoviária para os primeiros socorros. Os jovens são retirados do veículo, colocados na calçada e os socorristas iniciam os procedimentos de reanimação. Cerca de 45 minutos depois, atestam que os quatro jovens estão sem os sinais vitais. Eles morreram de parada cardiorrespiratória.
As câmeras de segurança mostram que os jovens permaneceram entre três e quatro horas no interior do veículo. A polícia suspeita que a BMW, fabricada em 2022, teve uma falha no escapamento que levou monóxido de carbono para dentro do veículo por intermédio do duto do ar condicionado, o que pode ter causado a morte dos quatro jovens por intoxicação. A polícia civil também já sabe que o veículo passou recentemente por uma customização, com a troca do escapamento por que faz um "ronco" diferente do original, o que pode estar ligado ao vazamento de monóxido de carbono já que se constatou uma abertura na peça.

?
Entenda o caso
Deixe seu comentário