Policial usou eletrochoque que teria atingido o homem e uma criança
Um vídeo, que circula pela internet desde o início da semana mostrando uma abordagem da Polícia Militar de Pomerode vem dividindo opiniões. No vídeo, um homem está com uma criança no colo quando é abordado por três policiais militares que solicitam a ele que apresente documentos pessoais e documento do veículo. O homem se nega a atender a ordem policial. O policial então diz que ele deverá se submeter ao teste do bafômetro. No entanto, a imagem não deixa claro se o motorista está mesmo sob efeito de álcool. Uma outra pessoa, provavelmente conhecida do motorista, filmou toda a ação policial. O policial insiste para que o homem apresente os documentos e coloque a criança no chão, mas ele resiste, mantendo a criança durante todo o tempo do vídeo - cerca de 2 minutos - no seu colo. O policial então dá voz de prisão ao homem e pede novamente que ele entregue a criança, pois será levado preso por embriaguez ao volante. O homem segue não atendendo aos pedidos do policial e senta na calçada com o filho no colo. Neste instante, um segundo policial se aproxima por trás, permitindo que o policial que dialogava com o homem use a máquina de eletrochoque. O homem deita na calçada juntamente com a criança que chora bastante. O policial pega a criança nos braços, enquanto o outro coloca as algemas no homem. O fato aconteceu na noite do último dia 22 de janeiro.
Na manhã desta quinta-feira (25), o comandante-geral do Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Paulo Henrique Hemm, emitiu uma nota dando a versão oficial da Polícia Militar para os fatos. Segundo ele, a PM foi acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica, em que o pai de uma criança, segundo denúncia da ex-mulher, arrombou a porta de seu apartamento e levou o filho de ambos à força, sem o seu consentimento. A mulher teria afirmado à polícia que essa não foi a primeira vez que o homem foi denunciado por violência doméstica - dois inquéritos já teriam sido abertos contra ele.
Ainda na versão policial, o homem teria retornado ao apartamento da ex-esposa dirigindo o seu veículo, sendo então abordado pela PM. Ele recusou-se a entregar os seus documentos pessoais e documentos do veículo. "O policial percebeu em seu hálito odor etílico", afirma, na nota, o comandante-geral . Segundo ele, diante da negativa em fazer o teste do bafômetro, restou ao policial militar lavrar um "auto de constatação de embriaguez", baseado pelo odor etílico, olhos avermelhados e exaltação.
Mais tarde, já na delegacia, o homem concordou em realizar o teste do bafômetro, que constatou a quantidade 0,23 mg/l, que embora não alcance o limite definido para o crime de embriaguez ao volante (0,30 mg/l), deixa claro que conduzia o veículo com a criança dentro após fazer uso de bebida alcoólica;
O coronel Hemm diz que a Polícia Militar utilizou o uso progressivo da força, começando pela verbalização, o que foi ignorado e desrespeitado pelo homem, o que levou a Polícia Militar a fazer uso da força menos letal para contê-lo e manter a criança em segurança. Para ele, a opção em fazer uso do dispositivo de eletrochoque foi embasada pelo fato do equipamento proporcionar a imobilização momentânea do agressor, pois funciona como um incapacitador neuromuscular, o que possibilitou, no caso em tela, que o policial militar conseguisse retirar a criança dos braços do pai sem que ela corresse o risco de ser lesionada, o que poderia acontecer, caso os policiais tentassem retira-la à força. "O uso do dispositivo de eletrochoque possibilitou que o homem fosse paralisado no ato, e a criança pudesse ser retirada no mesmo instante sem ferimentos, e com segurança", conclui o coronel. Veja o vídeo abaixo.
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