Críticas à decisão do governador Jorginho Mello de vetar as emendas partiu do deputado Napoleão Bernardes (PSD), um dos representantes do Vale do Itajaí na Alesc

O Governo do Estado, via Secretaria de Comunicação, respondeu à insatisfação do deputado Napoleão Bernardes (PSD)  ao veto do acréscimo de R$ 58,6 milhões ao Orçamento do Estado de 2024 para ações de combate a enchentes no Vale do Itajaí. A deliberação assinada pelo governador Jorginho Mello (PL) rejeitou, ao menos, 15 emendas apresentadas por deputados estaduais com o objetivo de ampliar os recursos previstos para construção de novas barragens, melhorias das estruturas já existentes e desassoreamento de rios.

De acordo com o governo, o orçamento da Secretaria da Proteção e Defesa Civil em 2024 é de R$ 126,7 milhões, o que significa que serão aplicados 25% a mais em obras prioritárias na área. "O cálculo leva em conta o valor efetivamente desembolsado em 2023 pelo Governo do Estado", diz a nota enviada à redação do Jornal Metas no final da tarde desta terça-feira (23).
O governo garante que a prioridade neste ano é para as ações de dragagem de rios e investimentos em novas barragens, garantindo maior eficiência do sistema contra as cheias. Há ainda o compromisso de que todo o orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado para 2024 na Defesa Civil será efetivamente gasto entre janeiro e dezembro. O valor destinado para essas ações, ainda de acordo com o governo do estado, poderá ser atualizado conforme o desempenho da arrecadação catarinense - se o Estado arrecadar mais, terá mais recursos para investir.

Em 2022, durante as enchentes de outubro e novembro, as barragens tiveram papel importante para que as consequências não fossem ainda mais devastadoras /// FOTO ARQUIVO JORNAL METAS

"É importante destacar que os vetos às emendas parlamentares que tratavam do acréscimo de recursos para construção de novas barragens, melhorias de estruturas e desassoreamento de rios não representam qualquer prejuízo às ações planejadas para a Defesa Civil — todas essas medidas já estão devidamente incluídas no orçamento", esclarece a nota. O governo também classificou as emendas parlamentares de inócuas e ilegais, considerando que violavam a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
"Além disso, o governador Jorginho Mello assinou um termo de cooperação técnica para que as operações, manutenção e conservação das barragens sejam feitas por meio da Celesc. Já a própria Defesa Civil trabalha na elaboração de um cronograma de ações contra enchentes que será executado ainda no primeiro semestre", finaliza a nota.

Críticas

Autor do maior número de emendas rejeitadas - oito no total, o deputado Napoleão Bernardes lamentou a decisão. “Depois de tudo o que passamos, eu vejo isso como um desrespeito para com os mais de 1 milhão de moradores do Vale do Itajaí. As cenas que presenciamos em cidades como Rio do Sul, Taió e Brusque, por exemplo, demonstram o quanto estamos reféns de uma infraestrutura cada vez mais deficitária. Está claro que precisamos aumentar o orçamento para ações de defesa civil e mitigação de cheias”, afirma.