Haddad diz que fim dessa modalidade de compra prejudica comércio

Com uma taxa anual beirando os 440%, o cartão de crédito tem sido o maior vilão do endividamento da população brasileira. No entanto, a proposta de acabar com as compras parceladas sem juros no cartão de crédito, sugerida pelos bancos, não foi bem recebidaa pelo Governo Federal.
Para o ministro da Economia, Fernando Haddad, a solução para o rotativo do cartão de crédito não pode prejudicar o consumidor nem o comércio. Haddad, porém, não apresentou uma contraproposta para resolver o alto endividamento na modalidade. “O parcelado sem juros responde hoje por mais de 70% das compras feitas no comércio. Temos que ter muito cuidado para não afetar as compras do comércio e não gerar um outro problema para resolver o primeiro”, afirmou o ministro.
Haddad lembrou que o governo herdou uma taxa de juros absurda do rotativo e agora terá que equacionar o problema, mas não passa por prejudicar aquele consumidor que paga as contas em dia. O ministro enfatizou, ainda, que os bancos precisam apresentar dados que justifiquem a necessidade de restringir o parcelamento, o que ainda não foi feito.
Haddad reforçou que não há uma proposta oficial dos bancos em relação ao rotativo e reiterou que representantes do Ministério da Fazendo, do Banco Central, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), da Câmara dos Deputados e do Senado vão formar um grupo de trabalho para discutir uma solução em até 90 dias.
“Nosso foco é o rotativo, não pode continuar como está. Estamos levando ao Congresso Nacional, sobretudo à Câmara, um compromisso feito pelo setor privado, pelos bancos públicos e privados, de que isso tem que ter um prazo para terminar”, declarou. De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros do crédito rotativo fechou junho em 437,3%/ano.