Os adolescentes serão beneficiados pelo Programa de Acolhimento aos Refugiados e Migrantes
O programa de Acolhimento aos Refugiados e Migrantes (PARE) já conta com a adesão de 82 escolas da rede estadual. Essa iniciativa tem o objetivo em dar apoio pedagógico e avanço na formação a esses alunos que estão matriculados nas escolas estaduais.
Essa proposta metodológica do programa é diferente das classes de ensino regular, valorizando o acolhimento aos estudantes, com atendimento em grupos menores de estudantes em espaços diversos da unidade escolar.
O intuito da Secretaria de Estado de Educação (SED) é oferecer aulas, no mínimo, duas vezes na semana no contraturno escolar, reforçando os conceitos como sistema alfabético, ortografia e noções de matemática para estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental; fluência de leitura, produção de texto oral, compreensão, escrita autônoma e composição de narrativas para os estudantes.
A gerente de Ensino fundamental da SED, Daiana Zanelato dos Anjos, destaca "O professor do PARE trabalha de maneira articulada com os professores regentes das turmas. Além dessa articulação, o educador deve informar por meio de um relatório sobre o processo de aprendizagem da língua, socialização e sociabilidade do grupo que atende", explica a gerente.
Esse programa se desenvolveu através da necessidade de atender esses alunos da rede, seguindo a Política Estadual para a População Migrante (lei 18.018/2020), sancionada pelo Governo em outubro de 2020, que pontua os objetivos, diretrizes e ações prioritárias para o estado de Santa Catarina. A iniciativa ocorreu antes ainda da resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), que orienta as escolas a organizarem procedimentos para o acolhimento dos refugiados.
Segundo o levantamento, a rede estadual de educação contava com 6.323 migrantes/refugiados matriculados. Desse total, 1.859 são dos anos iniciais, 2.223 dos anos finais do ensino fundamental e 1.910 pertencentes ao ensino médio. Esses dados são da Gerência de Avaliaçãode Desempenho e Estatísticos da SED.
Nacionalidades Diversas
A EEB São Vicente, de Itapiranga, oferece o programa para um grupo de nove alunos venezuelanos, com idade entre 12 e 15 anos. O professor Sebastião Prestes Froes, destaca "Priorizo o acolhimento e o envolvimento com o contexto local. Como são adolescentes, começamos pelas necessidades básicas de comunicação e interação. Todo encontro é altamente proveitoso, eles são muitos participativos", concluiu o professor.
Já na EEB Juscelino Kubitschek, de São José, atende por meio do programa, 25 alunos de diversas nacionalidades, entre venezuelanos, haitianos, russos e colombianos. Um deles é o venezuelano Samuel José Sosa, que está no Brasil desde 2019. Atualmente, ele cursa o 5º ano do ensino fundamental e afirma ser muito importante ter uma professora que auxilie a compreender melhor a Língua Portuguesa.
A professora Doriane Viana afirma "É necessário saber como ajudar os estrangeiros a falar português. Conhecer as necessidades e expectativas do aluno, além de promover o aprendizado por meio de atividades dinâmicas, como mídias sociais, filmes, dramatizações, músicas e vídeos".
Uma das atividades desenvolvidas recentemente com os alunos foi criação de uma estante com flores, temperos e plantas medicinais. De acordo com a gestora, Eunice Campos, explicou "a prática foi discutida em sala de aula do ponto de vista ambiental e também científico, com elaboração de fichas técnicas das espécies plantadas. A implantação da estante proporcionou a ressignificação do espaço escolar e a valorização da educação ambiental", explicou Eunice.
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