Jorginho Mello está em Rio do Sul, onde confirmou o fechamento das comportas

Depois de muita negociação e até de conflito, o Governo do Estado anunciou oficialmente o fechamento das duas comportas da Barragem Norte, localizada dentro de território indígena em José Boiteux. O fechamento das comportas vão ajudar a conter o grande volume de água no Vale do Itajaí, uma das regiões mais castigadas pela enchente em Santa Catarina. O governador Jorginho Mello, que está em Rio do Sul na tarde deste domingo, disse que "é o momento de nos ajudarmos para proteger a vida das pessoas”. Rio do Sul é uma das cidades mais atingidas pelos alagamentos, com dezenas de desabrigados.

O fechamento das comportas da barragem contou com o apoio das Polícias Militar e Federal, pois houve resistência de um grupo de indígenas. Eles fizeram várias exigências, que, de acordo com Jorginho Mello, foram ou serão atendidas pelo Governo do Estado. As negociações iniciaram ainda na noite de sábado, dia 7.

“Conseguimos concluir com sucesso a operação. Esta ação vai diminuir o nível do Rio Itajaí Açu, em Blumenau, minimizando o impacto das cheias. Seguimos monitorando o nível de chuvas na região e em todo o estado, A proteção das pessoas é a nossa prioridade”, ressaltou o governador.

Ele revelou ainda que o Governo do Estado enviou tudo o que os indígenas pediram: 900 cestas básicas e até uma ambulância que já está no posto da PM de José Boiteux. O governador, porém, afirmou que serão feitos investimentos em melhorias na infraestrutura na reserva indígena, principalmente, e de convivência social que a comunidade pede há mais de 20 anos.

De acordo com ele, a ação se soma a todo o trabalho já realizado pelo Governo do Estado, incluindo a prevenção com a emissão de alertas que permitiram às famílias e comerciantes se anteciparem e protegerem também seus patrimônios.

O fechamento

A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), junto com a Polícia Federal, conseguiu a desocupação da Barragem de José Boiteux. O comandante-geral da PMSC, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, explica que houve um confronto pontual, com um grupo pequeno de indígenas.

Na noite deste sábado, 7, o Batalhão de Choque, a Cavalaria e Pelotões da cidade do Vale do Itajaí se deslocaram até a Barragem de José Boiteux com a missão de liberar da área, para que a equipe técnica da Defesa Civil do Estado pudesse avaliar a estrutura e posteriormente o fechamento das comportas.

A negociação para o fechamento foi realizada entre o governador Jorginho Mello e o cacique Setembrino Camlém, que fez alguns pedidos para a liberação da área. A partir do acordo, os policiais se deslocaram para o trabalho em campo.

“Nós temos imagens que mostram o nosso efetivo chegando no local, conversando com o cacique e uma oficial de justiça lendo o documento. Até então uma desocupação sendo feita pacificamente. Só que mais ao final da operação fica um pequeno grupo concentrado na casa de máquinas, onde os policiais precisavam entrar para fazer os reparos”, conta o comandante.

Segundo Pelozato, esse pequeno grupo ficou na casa das máquinas negociando com alguns policiais federais, mas negaram desocupar o local.

“Eles tentaram tirar as armas dos policiais, tanto que o comandante da operação no local entrou em contato com o cacique para esclarecer essa situação. Dois indígenas identificaram esse homem que atacou os policiais e disse que chamaria a atenção dele, porque descumprir o que foi negociado. Nós usamos, como forma de proteção, armamento não letal. Temos um relatório e vamos esclarecer todo o ocorrido”

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