Governo do Estado, por meio da Epagri, tem incentivado agricultores a transformarem suas propriedades rurais em empreendimentos turísticos
Um projeto da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) busca ajudar famílias de agricultores, pescadores e maricultores catarinenses a se transformarem em empreendedores do turismo. A ideia é que as famílias consigam diversificar a renda oferecendo serviços, experiências e produtos de valor agregado aos visitantes. O turismo rural, como é chamado, permite que as famílias transformem suas propriedades em agroindústrias familiares, chalés para hospedagem, cafés coloniais, entre outros.
Para ajudar os agricultores, a Epagri usa como ferramentas de apoio às Políticas Públicas e os Programas Governamentais. Elas permitem às famílias ter acesso ao crédito para investir no novo negócio, com condições facilitadas para pagar. Apenas em 2022, a Epagri elaborou 196 projetos de crédito para investimentos em agregação de valor e turismo rural.
Ao mesmo tempo em que as famílias passam a ter mais uma opção de renda, Santa Catarina amplia a variedade de destinos onde os visitantes podem viver experiências totalmente diferentes de sua rotina, como colher frutas do pomar, recolher ovos no galinheiro, pintar bolachas, passear de trator pelas lavouras, tomar café no rancho, andar a cavalo e fazer piquenique debaixo dos parreirais.
Vale do Itajaí
Uma experiência de sucesso está no Vale do Itajaí, onde a Epagri ajuda a despertar o turismo rural em 31 municípios, atuando em parceria com várias entidades. O projeto “Vale Agregar: Turismo Rural na Agricultura Familiar” iniciou em 2022 com o objetivo de aproveitar as vocações da região, como as riquezas naturais, culturais e gastronômicas, e desenvolver de forma estratégica as cadeias produtivas da agricultura para impulsionar o turismo. Já no primeiro ano do projeto, R$ 943 mil foram investidos em empreendimentos da região por meio de políticas públicas de incentivo ao setor. Foram 13 projetos de crédito elaborados pela Epagri em parceria com as famílias beneficiadas, que permitiram acessar recursos das seguintes linhas: Fomento Agro SC, Investe Agro SC e Jovens e Mulheres em Ação. No mesmo período, cerca de 150 famílias da região receberam mais de 800 atendimentos da Epagri em turismo. Outro benefício desse projeto é a sustentabilidade. O turismo rural busca valorizar o campo e as paisagens naturais, e isso contribui para a recuperação ambiental. Em 2022, cerca de 30 propriedades de turismo do Vale do Itajaí foram assistidas pela Epagri no uso de tecnologias ambientais. Isso resultou em melhorias nos sistemas de captação de água para consumo, proteção de nascentes, destino adequado aos efluentes e adoção de boas práticas agropecuárias. O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças, que funciona como uma transição da agricultura convencional para a orgânica, vem ganhando espaço nessas propriedades. A participação das mulheres, liderando a atividade e a tomada de decisões, também é um ponto forte dentro do turismo rural. O empreendedorismo nesse setor acaba envolvendo todos os membros da família e estimula a participação dos jovens, especialmente na adoção de novas tecnologias. Além disso, ver que a propriedade se transformou em um negócio de sucesso é o melhor estímulo para que a nova geração de empreendedores do turismo permaneça realizada no campo.
Propriedades rurais de Gaspar também atraem visitantes
Gilmar conta que a ideia do restaurante surgiu para dar suporte ao engenho, já que apenas a produção da cachaça não estava mais sendo suficiente para a sobrevivência da família. “O nosso maior sonho em abrir o restaurante foi para nunca deixar acabar a tradição do engenho. Além disso, agregar valor ao nosso negócio, porque antigamente a família se sustentava com o engenho, hoje em dia já estava mais difícil, mas eu nunca quis parar, foi aí que veio a ideia de começar com o restaurante, para termos outra fonte de renda e, ao mesmo tempo, não deixar acabar o engenho. O pessoal vem para cá, almoça, passa o final de semana, conhece o engenho, degusta um licor, compra uma cachaça e acaba conhecendo mais de perto o engenho e o nosso trabalho”, destaca.
O restaurante, que fica no final da Rua Carlos Coradini, abre aos sábados, a partir do meio-dia com cardápio à la carte; café colonial no primeiro e terceiro sábado do mês; e buffet completo aos domingos. Quem comanda a cozinha do restaurante é a esposa de Gilmar, Jéssica Cezar; e a cunhada, Angela Cezar.
Gilmar conta que a movimentação no restaurante varia muito de acordo com o mês, mas que passam entre mil e 1,5 mil pessoas ao mês pelo estabelecimento. “Há cada ano a gente vê que o público está aumentando, está crescendo. E a cada ano que passa nós estamos ampliando, fazendo mudanças e isso é graças ao pessoal que vem nos conhecer”, afirma.
Para ele, a maior alegria é poder continuar com a produção da cachaça, que fica entre quatro e cinco mil litros por ano. “A produção é pequena, eu faço mais para manter o engenho e para o pessoal comprar para presentear alguém, levar de lembrança, porque a nossa produção é toda como antigamente, com roda d’água, nada é feito com motor elétrico. Eu quero manter como era feito pelas gerações anteriores, para o pessoal chegar aqui e conhecer como era o funcionamento, o trabalho que eles tinham”, destaca o agricultor.
Feira
Outro exemplo de como abrir a porteira da propriedade pode se tornar um bom negócio é o Rancho do Vô Solano e Vó Maria, na entrada do bairro Arraial D’Ouro. Adriana Deschamps começou o negócio em 2021, como uma feira de artesanato, juntamente com outras duas cunhadas. Atualmente, ela e a cunhada Ilma Deschamps continuam tocando o empreendimento, que se transformou em um café colonial.
A empreendedora rural conta como surgiu a ideia de transformar a estrebaria do rancho em um ponto de parada para ciclistas que pedalam pela região. “Ali era a estrebaria dos meus sogros, do vô Solano e da vó Maria. Nós reformamos, fizemos uma área de festa para a família e depois, em conversa, vendo o movimento da rua com os ciclistas, que às vezes paravam para pedir informação, porque ali é muito longe para chegar de um ponto ao outro, a gente viu essa necessidade, viu que seria interessante abrir para o pessoal de fora conhecer”, revela.
Adriana lembra que o início foi com uma feira de artesanato e depois o café colonial foi incluído, tornando-se o principal atrativo. “Abrimos com uma feira de artesanato e depois fomos incluindo o café colonial uma vez por mês na feira, no período da tarde, mas por pedidos dos ciclistas mantivemos o café aos sábados de manhã, das 7h às 11h, mas também conseguimos agendar, por exemplo, a parada de um pessoal de jipe, que saiu aqui do rancho para fazer uma trilha pelo Belchior e Luiz Alves. Esse grupo de jipeiros nós atendemos no domingo de manhã, mais de 80 jipeiros e suas famílias”, relembra. Adriana destaca ainda que, mesmo que o Rancho esteja fechado, os ciclistas têm à disposição internet e uma pia com água fresca para encher as garrafinhas de água.
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Prefeitura lança novo portal
O portal tem como objetivo reunir em apenas um local todas as informações necessárias para o turista.
História, hospedagem, gastronomia, eventos são algumas das informações concentradas na plataforma, sendo mais atrativo e fácil de navegação, ou seja, pode ser acessado facilmente através de um smartphone ou computador.
Com acesso diretamente dos portais institucionais, o projeto teve origem na crescente demanda de usuários em busca de informações turísticas fidedignas acerca do destino procurado.
O cadastramento é gratuito e pode ser preenchido por todos os prestadores de serviços locais, principalmente aqueles ligados ao setor turístico. Com o cadastro das empresas, o turista pode acessar informações do estabelecimento. O site é https://turismo.gaspar.sc.gov.br/
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