Sondagem da Fecomércio aponta que 72,8% das empresas consultadas tiveram redução de faturamento em decorrência dos eventos climáticos.

Para identificar os principais impactos nas empresas catarinenses em decorrência das chuvas fortes que atingem o Estado desde o início do mês de outubro, a Fecomércio SC realizou uma sondagem junto aos empresários de diversos setores. De acordo com o levantamento, 72,8% das empresas consultadas experimentaram redução do faturamento no período.

“Essa sondagem é mais um instrumento que a Fecomércio utiliza para dar apoio aos empresários dos nossos setores representados. A pesquisa é importante porque conseguimos ter uma amostra fiel de como está a situação. Neste caso, conseguimos observar claramente que o setor que mais emprega, também foi um dos mais atingidos. Dessa forma conseguimos apontar para o poder público ações emergenciais para auxílio, como linhas de crédito facilitadas para capital de giro e reforma, por exemplo”, explica o presidente da Fecomércio, Hélio Dagnoni.

A redução média no faturamento das empresas que participaram da sondagem foi de 35,5%. Individualmente, o setor de comércio apresentou perdas de 36,4%, o turismo de 35,6% e os serviços mostraram queda idêntica a da média do levantamento, 35,5%. Ainda em termos de faturamento, regionalmente, as perdas apresentaram maior amplitude. Por um lado, as empresas do Vale do Itajaí indicaram os maiores recuos nas receitas, 40,0%, enquanto as do Sul do Estado calcularam reduções da ordem de 28,8%.

Outro dado relevante diz respeito a interrupção do atendimento aos clientes: 35,3% das empresas consultadas necessitaram interromper as atividades produtivas. Destas, 46,9% precisaram fechar pela dificuldade de acesso, tanto de clientes quanto de funcionários; 44,4% fecharam de forma preventiva e apenas 8,6% dos estabelecimentos fecharam o estabelecimento físico, mas conseguiu realizar outros tipos de atendimentos (remoto, online, entregas etc).

Um ponto muito observado durante as reportagens sobre as chuvas é em relação aos danos causados à infraestrutura das construções atingidas pelas águas. Entre os empresários ouvidos neste levantamento que afirmaram ter tido prejuízos com o estabelecimento físico do negócio, o principal dano relatado foi os problemas relacionados às vias de acesso ao estabelecimento (31,8%), sendo seguido por danos na estrutura do estabelecimento (13,3%), dificuldades para o abastecimento de mercadorias pelos fornecedores (11,2%) e com mercadorias danificadas (4,3%).

A sondagem ainda questionou quais as medidas emergenciais que o Poder Público poderia adotar para melhorar os resultados das empresas após o desastre natural e 46,5% dos empresários consultados afirmaram que a liberação de linhas de crédito emergenciais para capital de giro ou reforma dos estabelecimentos é a principal ação que deve ser tomada pelas autoridades públicas. 

Em segundo lugar são apontadas as obras de infraestrutura viária (31,8%) e, 21,7% dos respondentes identificaram a postergação e/ou parcelamento de impostos como uma solução necessária para o momento. Não obstante, cabe ressaltar que todas as três ações além de serem altamente pertinentes, também são esperadas pelo setor do comércio de bens, serviços e turismo de Santa Catarina.