Outubro Rosa e Novembro Azul: Campanhas de conscientização que salvam vidas estão em andamento em todo o Estado.

No mês de outubro, vestimos a cor rosa para lembrar a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de mama e, agora, com a chegada de novembro, é a vez do azul, destacando a conscientização sobre o câncer de próstata. Essas campanhas desempenham um papel crucial na luta contra o câncer, trazendo à tona histórias de superação, como as de Rafaele Vancini e Ricardo Morais, que compartilharam suas jornadas de enfrentamento da doença.

Os dados fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina revelam um aumento significativo no número de cirurgias oncológicas realizadas no estado nos últimos anos. Em 2019, foram 8.562 cirurgias, enquanto em 2022 esse número subiu para 9.672 e, em 2023, chegou a impressionantes 11.779 cirurgias. Um claro sinal de que o acesso ao tratamento e a detecção precoce estão melhorando.

Santa Catarina conta com 21 hospitais habilitados em oncologia, com diversas especialidades que incluem as principais: cirurgias de pele, ginecologia, urologia, cabeça e pescoço, e mastologia. Além disso, o estado tem buscado garantir que o tratamento oncológico comece em até 60 dias após o diagnóstico, cumprindo a legislação de proteção ao paciente oncológico.

A ala oncológica do hospital referência em Florianópolis recebe diariamente uma média de mais de 44,6 mil pacientes, entre atendimentos ambulatoriais e casos de intercorrência. Durante o período de janeiro a junho deste ano, houve um aumento de 17,7% no número de cirurgias oncológicas de alta e média complexidade e de 5,1% nas sessões de quimioterapia para os pacientes atendidos pela unidade.

No entanto, os números não contam toda a história. O que realmente importa é a jornada dos pacientes, suas experiências e como eles enfrentam o câncer. É importante lembrar que o Outubro Rosa e o Novembro Azul não são apenas meses de conscientização, mas períodos para compartilhar histórias de esperança e coragem, lembrando a todos da importância de cuidar de sua saúde, fazer exames regulares e manter um pensamento positivo, mesmo nas horas mais difíceis. O câncer é uma batalha difícil, mas com amor, apoio e determinação, muitos pacientes conseguem superá-la e continuar a escrever suas histórias de vida.

Outubro Rosa

A história de Rafaele Vacini, professora e atual diretora-presidente da Fundação Municipal de Esportes e Lazer de Gaspar, é um testemunho de coragem e resiliência. Ela conta que o autoexame foi fundamental na descoberta do diagnóstico. "Como sempre fiz o autoexame, conhecia meu corpo. Num dia, coçando a mama, senti que tinha algo diferente, tinha um nódulo. Fui fazer investigação, mamografia, ultrassom e aí então foi solicitado a biópsia. Vindo a confirmação, eu recebi o diagnóstico no dia 1 de abril de 2015"

Ela passou por uma mastectomia bilateral radical, uma decisão que não foi tomada levianamente. Rafaele escolheu enfrentar a doença com determinação, apoiada por sua família e amigos. Ela se cercou de amor e positividade, transformando sua jornada em algo mais leve para todos ao seu redor. A chave, segundo Rafaele, estava em manter um pensamento positivo e a fé em Deus.

"O dia que eu estava recebendo o diagnóstico, o meu médico olhou para mim e disse: 'Rafa, olha bem para mim, agora eu quero que você me prometa uma coisa, que você vai ter pensamento sempre positivo, ter fé em Deus e se cercar dos seus amigos e familiares, porque esse é o momento que realmente a gente precisa desse apoio.'"

Rafaele se envolveu em atividades de apoio, incluindo a criação do grupo das "Superpoderosas," onde encontrou uma rede de mulheres que compartilhavam suas experiências e se apoiavam mutuamente. Além disso, ela contribuiu para campanhas de doação de lenços e eventos que ressaltaram a beleza além do câncer.

Ela deixa uma mensagem de esperança para outras pessoas que enfrentam desafios semelhante.: "Cuide de você, mulher, faça o autoexame e fique atenta para o seu corpo. Muitas vezes é tempo de parar, de baixar, de reduzir a velocidade, de baixar o volume do mundo para se conectar àquilo que Deus tem para te entregar"

Novembro Azul

Ricardo Prates Morais, publicitário e residente em Florianópolis, também compartilhou sua jornada de diagnóstico e tratamento do câncer. Ele explica que seu diagnóstico trouxe um turbilhão de emoções. "Antes mesmo do resultado eu já estava muito ansioso, acho que já prevendo. Quando fiquei sabendo com certeza, esse é um momento muito difícil, muito mesmo. Eu senti como se tivesse perdido o chão. A hipótese ou a grande chance de morrer e/ou de sofrer muito com tratamentos é algo muito assustador”, explicou.

Ricardo decidiu enfrentar seu diagnóstico com coragem. Através de exames médicos de rotina, ele descobriu o câncer no intestino em um estágio inicial. Ele credita parte de sua superação ao apoio de sua família, amigos e à sua fé espírita.

O trabalho e a prática de exercícios físicos também desempenharam um papel fundamental em sua jornada de recuperação. Ele continuou a trabalhar normalmente durante seu tratamento, um fator que considera positivo. Além disso, a espiritualidade desempenhou um papel crucial em sua jornada: "Ela [a espiritualidade] é uma grande amiga em momentos de dor, de tristeza, em momentos difíceis. Acredito que através de conhecimentos sobre a reencarnação, não foi difícil, por exemplo, lidar com a possibilidade de morte."

Ele deixou uma mensagem de incentivo para outras pessoas que enfrentam o câncer. "Acreditar que nós somos imortais, que a morte é um estágio da vida, um acontecimento natural, faz com que a gente aceite melhor essa situação. [...] A vida não para e a morte é uma etapa natural e não é um fim."

As histórias de Rafaele Vacini e Ricardo Prates Morais ilustram a importância da detecção precoce, do apoio social e emocional e da determinação na jornada de enfrentamento do câncer. O aumento no número de cirurgias oncológicas em Santa Catarina é uma prova dos esforços do estado para garantir que os pacientes recebam o tratamento de que precisam. No entanto, o verdadeiro poder de enfrentar o câncer reside na força interior de cada paciente.


*Via RCN

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