Equipes de resgate seguem trabalhando no resgate. Governo do estado confirmou 57 mortos e 54 desparecidos

Foto Concresul/Divulgação

O Guaíba chegou a 5,10 metros no começo da tarde deste sábado, dia 4, inundando diversas regiões de Porto Alegre e provocando a maior enchente da história do Rio Grande do Sul, superando a de 1941. O Guaíba recebe as águas de diversas bacias hidrográficas, como a do Taquari e Caí, e segue subindo. A Defesa Civil calcula que o nível pode chegar a 5,5 metros nas próximas horas. Neste momento, a situação é crítica no Centro Histórico de Porto Alegre, próximo à Avenida Mauá, no Centro da cidade, que está tomado pelas águas. A Defesa Civil apela para que os moradores deixem suas residências.

Nos bairros São Geraldo e Sarandi, na zona Norte de Porto Alegre, milhares de moradores também precisaram deixar suas casas, pois a comporta, que represa as águas do Rio Gravataí, transbordou durante a madrugada, invadindo ruas e residências. A Prefeitura de Porto Alegre negou a informação, que circula nas redes sociais, de que a represa poderia romper a qualquer momento. O governo do estado também atualizou o número de mortos. Já são 57 pessoas que perderam a vida em todo o estado e há ainda 54 desaparecidas. Ainda existem milhares de pessoas ilhadas, algumas delas em cima de telhados, porém, o número de unidades de salvamento é insuficiente para atender a todos. As equipes de resgate usam botes, barcos, helicópteros, motos aquáticas e até ônibus para chegar às regiões inundadas. Equipes de nove estados estão atuando no resgate das vítimas, além de milhares de voluntários. O governo do Uruguai também ofereceu ajuda ao estado do Rio Grande do Sul.
Em Guaíba, cidade próxima a Porto Alegre, 30 mil pessoas foram afetadas. A cidade de Eldorado do Sul, uma das mais atingidas pela enchente, praticamente 90% dos moradores foram afetados. O acesso ao município segue interrompido e já existe risco de desabastecimento de água e alimentos.

FOTO AGÊNCIA BRASIL

Neste momento, a única entrada de Porto Alegre é pela RS-290, a Free-Way. O deslocamento para Santa Catarina ainda é possível, mas a recomendação é que as pessoas somente façam isso em caso de extrema necessidade.

O aeroporto internacional Salgado Filho e a rodoviária de Porto Alegre seguem fechadas por tempo indeterminado. Imagens, que circulam nas redes sociais, mostram as pistas de aterrisagem e decolagem do aeroporto completamente tomada pelas águas.

Em Canoas, maior cidade da região Metropolitana de Porto Alegre, 50 mil pessoas foram afetadas e ainda existem muitos aguardando resgate.

De acordo com a RGE Sul, existem 350 mil residências sem luz e 860 mil sem água em todo o estado. A CEE Equatorial, responsável pela distribuição de energia elétrica em Porto Alegre, 54 mil clientes estão com o fornecimento suspenso. Há, ainda, dezenas de municípios sem serviço de telefonia e internet. O estado ainda tem 150 rodovias, entre federais e estaduais com bloqueio total ou parcial.

A previsão da meteorologia é que o Rio Grande e Santa Catarina sejam atingidos por temporais neste sábado, dia 4. A partir do final da tarde de domingo, a tendência é ao chuva diminuir. Mesmo assim, a Defesa Civil do estado calcula que somente de 2 a 3 dias os níveis dos rios irão começar a baixar e o nível normal poderá levar até dez dias.

Lauro Alves/SECOM

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