Ano letivo que começa nesta quinta-feira (8) e secretário Emerson Antunes fala sobre novidades para o ano.

Nesta quinta-feira, dia 8 de fevereiro, a rede municipal de ensino de Gaspar retorna às aulas. São quase 10 mil alunos nas 32 unidades de ensino do município. Para falar sobre o assunto, o Jornal Metas entrevistou o secretário de Educação de Gaspar, Emerson Antunes. Uma das novidades, segundo ele, é a ampliação da oferta de vagas no ensino em tempo integral, além da inauguração, ainda no primeiro semestre deste ano, do Centro de Educação Infantil (CDI) Nelson Bornhausen, no bairro Margem Esquerda. No novo Centro serão disponibilizadas quase 400 vagas em tempo integral.

O secretário também falou de um assunto polêmico que voltou ao debate da sociedade recentemente: a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 no hora da matrícula escolar. Isso porque, assim como em outros municípios da região, o prefeito de Gaspar, Kleber Wan-Dall, se manifestou publicamente afirmando que, ao contrário do que exige o Ministério da Saúde, o município não vai exigir a vacina da Covid-19 para crianças entre 6 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias. Vale destacar que desde o dia 1° de janeiro deste ano, a vacinação contra a Covid-19 faz parte do Calendário Nacional de Vacinação.

Outro assunto abordado pelo secretário foram os constantes processos seletivos para contratação de professores temporários para a rede municipal de ensino. Ele explicou por que isso aconteceu e como a secretaria pretende diminuir a rotatividade de professores no município. Acompanhe, a seguir, a entrevista:

Jornal Metas: Quais são as novidades para o ano letivo de 2024? O que os estudantes, pais e professores podem esperar?

Emerson Antunes: Um ano bastante positivo, um ano de bastante entrega. Nós vamos ter cerca de dez mil alunos e uma considerável ampliação da oferta de ensino em tempo integral. A novidade esse ano é que vamos ter no ensino fundamental unidades maiores, com aulas em tempo integral, não é turno e contra turno, mas sim um currículo integrado. A gente já tem isso em uma unidade e este ano nós passamos a ter em mais duas. Nós teremos também, nos próximos dias, a inauguração da ampliação do CDI Francisco Mastella, onde a gente sai de 140 vagas parciais para 200 vagas integral. Teremos também a entrega em funcionamento do CDI Nelson Bornhausen, onde serão quase 400 vagas em tempo integral, uma das maiores unidades de ensino do Estado, que está em fase de acabamento. E nesta quinta-feira [8] nós temos a volta, o cumprimento dos 200 dias letivos em todas as nossas 32 unidades que já estavam em funcionamento no ano passado. Os professores estão passando por uma semana de capacitação junto com os auxiliares para que a gente possa entregar, com excelência, o atendimento ao cidadão e para que as nossas crianças passem aqueles momentos tão importantes da vida delas no educandário, aprendendo, se desenvolvendo nu ambiente agradável.

JM: Um assunto que não podemos deixar de falar, que voltou à mídia é a comprovação da vacina contra Covid-19 no ato da matrícula. Como fica essa questão em Gaspar?

Emerson Antunes: Isso é tranquilo, todos os pais já apresentaram, tanto no ato da matrícula quanto da rematrícula, no ano passado, a carteira de vacinação conforme estabelecido na lei. As carteiras estavam em dia, foram apresentadas já no final do ano passado.

JM: Criança que não tenha tomado a vacina deixará de frequentar as aulas?

Emerson Antunes: Nunca deixou e nunca irá deixar. A vacina é uma decisão, uma responsabilidade dos pais e da sociedade, mas toda a aferição disso já foi feita lá no ato da matrícula no ano passado. As crianças já entregaram a documentação, nós estamos em dia com o que rege a legislação de acordo com a própria interpretação do próprio Ministério Público.

JM: No ano passado nós acompanhamos que a Secretaria de Educação teve dificuldade para preencher vagas de professores, com várias chamadas, processos seletivos, sendo feitos até quase o final do ano. Como fica essa questão do preenchimento dessas vagas?

Emerson Antunes: Não se trata de dificuldade de preencher vagas e sim substituição de vagas que abrem. Cada vez que um professor pede demissão e vai para outra rede a gente tem necessidade de chamar um novo, por isso que são feitas várias chamadas públicas. Qualquer empresa na cidade de Gaspar quando um funcionário pede demissão, ela contrata outro. Não é diferente na rede pública, porque nós não temos garantia de que a pessoa que assinou um contrato no início do ano vai permanecer os 200 dias letivos. Sempre que houver necessidade de substituir a gente vai fazer, isso em um tempo muito rápido. Claro que neste momento o município trabalha pela efetivação de novos professores, que fizeram o concurso. Isso diminui a rotatividade e a gente acredita que o caminho iniciado no final do ano passado com concurso público, efetivação agora no início do ano, vá dar, a longo prazo, resultado de maior permanência do número de profissionais na rede. É preciso salientar que nós tivemos dois anos de pandemia, onde os municípios não fizeram concurso e depois nós tivemos questões econômicas que nos impediram de fazer concursos, mas agora está normalizado. Nós tivemos muito professor que se aposentou nesse período, então também abriram mais vagas para efetivação, o que está sendo feito nesse momento de forma natural.

JM: No ano passado, Santa Catarina viveu a tragédia em uma creche de Blumenau, o que gerou mobilização por mais segurança nas escolas. Para 2024, como está essa questão em Gaspar?

Emerson Antunes: A gente tem trabalhado na questão de reforço de estruturas físicas, isso é uma questão constante. A cada momento tem uma estrutura física sendo reforçada, mas vai também da capacidade do município e também da necessidade de conciliar segurança com humanização. Eu não posso transformar todas as unidades de ensino em presídios, porque daqui a pouco eu tenho um grau de doença psicológica e mental com as crianças. Mas nós precisamos trabalhar com as famílias e com os profissionais a questão da saúde mental interna da comunidade escolar. Normalmente os problemas acontecem internamente, a tragédia de Blumenau foi uma exceção, um ataque externo, mas nós não vamos dar margem para isso. Estamos, nos próximos dias, contratando uma nova empresa para fazer um melhor serviço de monitoramento, nós vamos triplicar o número de câmeras dentro das escolas. Todas as nossas unidades já tem botão do pânico, já tem trava magnética nos portões… já existe o mínimo necessário para garantir um pouco mais de segurança para a comunidade escolar.