Em novembro de 2008, os moradores do Vale do Itajaí e Litoral foram surpreendidos a maior tragédia climática da sua história

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Novembro de 2008. As páginas do Jornal Metas deram lugar a uma notícia que até hoje impacta, de alguma forma, a vida da comunidade. Só quem viveu a tragédia climática sabe o quanto o momento foi sofrido e desesperador. O Vale do Itajaí, acostumado a lidar com as enchentes, via-se agora em um cenário totalmente novo: se já não bastasse o rio Itajaí-Açu transbordar e alagar as ruas, os morros começaram a ceder, soterrando casas e levando vidas, muitas vidas. Somente em Gaspar 19 pessoas morreram vítimas de deslizamento de terra. Até hoje, uma pessoa continua desaparecida. O município teve ainda 300 feridos, mais de 7 mil pessoas desalojadas e 4,3 mil desabrigadas. O número de residências afetadas pela catástrofe passou de 6 mil, sendo que 758 foram completamente destruídas. Em Ilhota, o número foi ainda mais assustador: 31 mortos e um desaparecido - todos moradores do Complexo dos Baús, que se transformou, do dia para noite, em uma terra arrasada. Em Blumenau, 24 pessoas morrerarm. Oficialmente, 135 pessoas perderam a vida na tragédia de 2008.


EM GASPAR, 19 PESSOAS MORRERAM E

1 CONTINUA DESAPARECIDA.

EM ILHOTA, FORAM 31 MORTOS


O que aconteceu naquela fatídica semana de novembro foi a junção de uma série de fatores climáticos fora dos padrões até então observados por pesquisadores e institutos meteorológicos, isto é, choveu muito acima da média para o mês de novembro. Aliás, outubro de 2008 já havia sido de muita chuva, assim como nos meses anteriores. Em novembro, a situação só piorou: a Epagri/Ciram tem o registro de 21 dias de chuva. Os totais mensais de precipitação superaram os 600mm, chegando próximo a 1000mm em Blumenau, Gaspar e Luiz Alves, quando a média normal de chuva, de acordo com a Epagri/Ciram, nessas regiões para o mês de novembro é de 150mm. Isto é, choveu em novembro de 2008, entre 350 e 400 por cento acima do normal para estas localidades.

A tragédia levou vidas, destruiu sonhos e causou incontáveis prejuízos em todos os setores da economia. Porém, ela também nos ensinou. Diante do cenário devastador, com perdas humanas e materiais, os governos precisaram agir - nunca se falou tanto em prevenção. E, apesar de demoradas, as ações começaram a sair do papel. Gaspar ganhou, neste ano, a cota de enchente e um site específico da Defesa Civil.

Memorial

Em novembro de 2018, 10 anos após a tragédia, um memorial em homenagem às vítimas foi inaugurado em Gaspar. Ele foi erguido na Praça Getúlio Vargas, no Centro da cidade. "Precisamos demonstrar respeito com o que houve e também deixar o recado de que não vamos nos esquecer deles e nem da tragédia", disse na oportunidade o até então coordenador da Defesa Civil de Gaspar, Rafael de Freitas.

Em Ilhota, o memorial foi construído na estrada geral do Braço do Baú, próximo à entrada da trilha do Morro do Baú.

"O sofrimento das pessoas que perderam
seus bens e familiares,
as expressões que vi, jamais sairão da minha mente.
Em muitos momentos, nos sentíamos
incapazes diante da desgraça",
Major Alcione Fragas,
Na época, comandante do Corpo de Bombeiros
Militar de Gaspar


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