O meio ambiente em nossas mãos

De todas as iniciativas em que o homem precisa estar imbuído de um estado de espírito elevado, talvez a mais importante seja dar as mãos em nome do planeta. Nada parece ser mais nobre do que planejar o futuro pensando no consumo consciente de água, energias não renováveis, matérias que impactam negativamente o meio ambiente ou contribuem para que a temperatura global se eleve cada vez mais. Dentro de todas as discussões em nome de um mundo mais sustentável e mais agradável para as gerações futuras, a mais importante foi a descoberta, ainda que tardia, de que juntos podemos muitos. E não é preciso inventar nenhuma máquina para isso.

Se Mc Luhan estava certo quando escreveu que os meios de comunicação são realmente uma extensão do homem, podemos dizer que chegamos ao século XXI com um poder enorme de comunicação e engajamento pelas redes sociais. O mundo fica aos nossos pés com um simples clique, e precisamos aproveitar essa força de aglutinação política para discutir maneiras mais eficientes de preservar o meio ambiente, buscar a sustentabilidade de que todos ouvimos falar e consumir de forma mais consciente, produzindo menos e com mais qualidade.
A edição que se apresenta aqui consolida uma parceria iniciada no início deste ano, em que a Universidade Regional de Blumenau (Furb), por meio de seu curso de Jornalismo, possibilita a elaoração de reportagens com a sempre oportuna temática do meio ambiente. Por meio de uma atividade disciplinar orientada, os acadêmicos da segunda fase discutiram diversas pautas relacionadas ao meio ambiente, pensaram em abordagens, decidiram quais histórias valem a pena serem contadas e foram a campo exercitar a nobre função da investigação, marca de uma inquietação inerente ao espírito que move jovens jornalistas em ação.
De outro lado, o Jornal Metas, o jornal mais premiado de Santa Catarina, coloca à disposição sua equipe de profissionais e a credibilidade de quase duas décadas de história, na missão salutar de vigiar os poderes, denunciar as irregularidades e apontar alternativas viáveis para o futuro da sociedade. Dessa dupla iniciativa nasce uma edição especial, com matérias preocupadas não apenas com o futuro do planeta, mas principalmente com o rigor e a persistência de uma metodologia jornalística que não se dá por satisfeita com o que as aparências evidenciam. É preciso checar, visitar, acompanhar, reescrever, fotografar e registrar os acontecimento ligados ao meio ambiente, como forma de construir o presente e melhorar o legado para as próximas gerações.
Na busca de respostas para perguntas nem sempre óbvias, os futuros jornalistas, estudantes da Furb, trilharam o caminho da investigação e produziram um especial com temas múltiplos e complexos, que vão desde a produção sustentável de cervejas artesanais, passando pela produção de arroz de forma preocupada até chegar no destino adequado que a sociedade pode dar para seus resíduos sólidos, como a bateria do celular, aparelho indispensável nos dias de hoje. E, se como diria Zygmunt Bauman, os relacionamentos da sociedade pós-moderna são cada vez mais líquidos, nos cabe considerar a possibilidade de reverter a situação preocupante por que passa o planeta neste início de milênio. E fazemos isso do jeito que melhor conhecemos: através do bom e velho jornalismo, cristalizador de uma esfera pública utópica mas presente em nossos melhores sonhos da juventude.

Leia o caderno na íntegra aqui