Acusação e defesa estiveram frente a frente na tarde da última terça-feira (14)

Um dos casos policiais de maior repercussão em Gaspar no ano passado teve mais um capítulo na tarde da última terça-feira (14). Trata-se do suposto abuso sexual contra uma criança cometido por um auxiliar de professor no CDI Cachinhos de Ouro, no bairro Figueira. Acusado, pais da vítima e testemunhas estiveram no Forum da Comarca de Gaspar para a primeira audiência. A juíza Graziela Shizuicho Alchini ouviu todas as partes envolvidas. O advogado da família da menina, no entanto, não compareceu à audiência. Uma tia da criança, que prefere não se identificar, disse que o importante é o caso ter prosseguimento e que a família está muito ansiosa à espera da justiça. A merendeira do CDI, principal testemuna do caso porque teria visto o professor acariciando as partes íntimas da criança, também foi ouvido pela juíza. O caso é mantido sob segredo de justiça. No final do ano passado, a Secretaria Municipal de Educação confirmou a demissão do professor por justa causa, depois da conclusão de um inquérito administrativo.

Entenda o caso

O suposto crime que revoltou a comunidade gasparense aconteceu em abril do ano passado. Um auxiliar de professor, de 20 anos, teria sido visto abusando sexualmente de uma menina de três anos no CDI Cachinhos de Ouro, no bairro Figueira. O suposto estupro teria sido visto por uma servente de merendeira. "Ele estava segurando a criança em um dos braços e com a outra mão acariciando as partes íntimas dela. Quando ele me viu fez de conta que não estava acontecendo nada e foi lavar as mãos.

O caso ganhou grande repercussão na cidade e dois dias após o ocorrido, moradores da localidade foram até o CDI para protestar. A revolta da comunidade foi em relação à conduta da secretaria de Educação de Gaspar que, ao ser informada do ocorrido pela direção do educandário, em vez de chamar a polícia, preferiu apenas mandar o suspeito para casa. Ele foi preso preventivamente apenas cinco dias depois, após se apresentar, acompanhado dos advogados, na delegacia da cidade.

O auxiliar de professor foi levado para o Presídio Regional de Blumenau, mas sua prisão não durou muito tempo. No dia 31 de maio, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) concedeu ao suspeito um habeas corpus, garantindo a ele o direito de responder o processo em liberdade. A decisão mobilizou novamente a comunidade que, mais uma vez, foi às ruas protestar. Em outubro, o afastamento do suspeito do cargo público se transformou em demissão.