Solenidade ocorreu na manhã desta sexta-feira (23) no Ginásio João dos Santos, em Gaspar

A Ponte do Vale Prefeito Dorval Rodolfo Pamplona está oficialmente aberta ao tráfego de veículos. A obra, que custou mais de R$ 40 milhões, liga as rodovias Francisco Mastella (uma continuação da Rodovia Jorge Lacerda - SC-412) e BR-470, no Vale do Itajaí, em Gaspar. A inauguração da maior obra de mobilidade dos últimos 56 anos no município ocorreu na manhã desta sexta-feira (23). Nem o forte calor no interior do Ginásio Prefeito João dos Santos, local da cerimônia, e as quase duas horas de solenidade afastaram o público que assistiu pacientemente o último ato do governo Celso Zuchi/Mariluci Deschamps Rosa. Marcaram presença na lista de autoridades os deputados Décio Lima e Ana Paula Lima; o presidente da Câmara Municipal, Giovano Borges; o presidente da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí e prefeito de Rio dos Cedros, Fernando Tomaselli; o prefeito eleito de Ilhota, Érico Dida de Oliveira, além de vereadores de Gaspar e Ilhota, secretários municipais, imprensa, empresários, autoridades da área de segurança pública e familiares do ex-prefeito Dorval Rodolfo Pamplona. O bispo Dom Rafael Bienarski, o vice-pastor Sinodal Zigfrid Baad e o pastor Volmir Antônio Lalana, da Assembleia de Deus de Gaspar conduziram as orações de abertura do evento.

A cerimônia pôs fim a uma longa espera de três anos e meio desde a assinatura da ordem de serviço para a construção da ponte. Em seu discurso, o prefeito Pedro Celso Zuchi disse que foi a realização de um sonho, e lembrou de algumas passagens importantes na busca de recursos para a obra, em Brasília. "Um funcionário do Ministério das Cidades me chamou de louco quando eu comecei a obra apenas com metade do dinheiro. Mas, eu tinha que fazer a obra, ela era importante para a nossa cidade e o Vale do Itajaí", revelou Zuchi. Ela agradeceu a todas as pessoas que acreditaram na obra e ajudaram a tornar esse sonho realidade. "É um dia muito especial, eu estou muito feliz", resumiu o prefeito.

Zuchi admitiu que a obra não está totalmente finalizada. "Ela está 95% pronta, falta concluir alguns detalhes como as calçadas laterais, ajardinamento, iluminação, parte da rotatória de acesso pela Francisco Mastella e parte da sinalização", explica. Segundo o prefeito, a empresa responsável pela obra não deu prazo para terminar os 5% restantes, porém, garantiu que os recursos para concluir toda a obra estão disponíveis na Caixa Econômica Federal. E mais: o prefeito confirmou que vai sobrar dinheiro, cerca de R$ 2 milhões referentes a aplicação dos recursos da última parcela - cerca de R$ 14 milhões - repassados pelo Ministério das Cidades. "Não deixamos o dinheiro parado na conta, nós aplicamos, por isso essa sobra", justificou. No entanto, esclareceu que o dinheiro não pode ser aplicado em outras obras, pois é exclusivo para a Ponte do Vale. Há 56 anos, quando o ex-prefeito Dorval Rodolfo Pamplona construiu a Ponte Hercílio Deeke (leia boxo abaixo), também sobrou dinheiro - CR$110 (cento e dez cruzeiros, dinheiro da época) - que foi devolvido aos cofres públicos. Após os discursos, as autoridades descerraram a placa comemorativa ao ato e cortaram a fita inaugural. Como último ato da cerimônia, uma carreata, tendo o prefeito à frente, percorreu os 360 metros de extensão da ponte.

A obra

A Ponte do Vale Prefeito Dorval Rodolfo Pamplona é a segunda travessia sobre o Rio Itajaí-Açú em Gaspar. Ela liga as rodovias Francisco Mastella - uma continuação da Rodovia Jorge Lacerda (SC-412), no bairro Poço Grande, à BR-470, no bairro Arraial D'Ouro. A estrutura é toda de concreto, com quatro pistas de rolamento numa extensão de 360 metros por sobre o rio. A obra custou R$ 41,6 milhões, sendo R$ 36,5 milhões de recursos do Governo Federal e o restante contrapartida da prefeitura. Os trabalhos começaram em julho de 2012, após a assinatura do primeiro convênio com a Caixa Econômica Federal, que repassou recursos do Ministério das Cidades no valor de R$ 19,5 milhões. A obra andou em bom ritmo até meados de 2013, quando os repasses começaram a atrasar. Em 19 de outubro de 2013, o segundo convênio foi assinado no valor de R$ 17,7 milhões. Mesmo assim, o dinheiro não apareceu por um erro do Ministério das Cidades - teria sido liberado para uma obra no Nordeste. Apenas R$ 3 milhões "pingaram" nos cofres da prefeitura. Cansada de esperar, a empreiteira - Aterpa Martins, que exigia o pagamento de uma dívida de mais de R$ 8 milhões, desarmou o canteiro de obras em abril de 2014, com mais de 80% dos trabalhos concluídos. Em novembro de 2015, a empreiteira anunciou que estava devolvendo a obra para a Prefeitura. Quatro meses se passaram até que o Governo Federal enfim liberou os recursos. A empreiteira retomou a obra em abril deste ano e a finalizou em oito meses. Hoje, segundo o próprio prefeito Celso Zuchi, 95% da obra está concluída e o que falta não impedirá que o tráfego flua normalmente por sobre a ponte.

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