PM irá apurar morte de homem durante abordagem
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Russi tinha histórico de problemas cardíacos (Fotos: Arquivo Pessoal)
Carlos Russi, de 58 anos, teria sofrido uma parada cardíaca. Familiares e amigos acusam policiais de abuso de autoridade
O comando da Polícia Militar ainda tenta montar o quebra-cabeça dos fatos e chegar a uma versão mais consistente do que realmente aconteceu durante uma abordagem policial de rotina na noite da última sexta-feira (6) no bairro Bela Vista, que resultou na morte de Carlos Russi, de 58 anos, morador da rua Paraná. A vítima tinha histórico de hipertensão e faleceu, de morte natural, durante a ação policial, o que foi confirmado tanto pela família quanto pela polícia. No entanto, a partir daí as versões sobre o que de fato aconteceu minutos antes da morte de Russi são conflitantes e levantam dúvidas.Para os familiares e amigos da vítima, houve abuso de autoridade, já para a PM um procedimento policial normal de abordagem.
De acordo com familiares, Russi voltava para casa após uma partida de futebol quando foi abordado por uma viatura da PM em frente à casa de familiares, na rua Santo Amaro, no bairro Bela Vista. Os familiares contam que, durante a abordagem, houve um desentendimento entre Russi e os policiais, um deles vizinho de Russi. Já algemado, o homem teria passado mal e sofrido um princípio de ataque cardíaco já dentro da viatura. O Corpo de Bombeiros de Gaspar chegou a ser acionado, mas quando chegou ao local encontrou o morador do Bela Vista deitado na via e já sem vida. Apesar de terem realizado todos os procedimentos de reanimação, não foi possível reverter o quadro de parada cardíaca. Familiares afirmaram ainda que havia uma rixa antiga entre um dos policiais e a vítima.
A abordagem e o desentendimento entre Russi e os policiais foram testemunhados por amigos e familiares que estavam na residência no momento do fato. De acordo com as testemunhas, Russi chegou a pedir a sua medicação, que estava no interior do seu veículo, mas não foi atendido pelos militares. Ainda segundo testemunhas, os PMs teriam agido com abuso de autoridade, havendo inclusive agressão e tentativa de intimidação às testemunhas por parte dos policiais. Russi foi velado na Casa Mortuária de Gaspar no sábado (7), sob forte comoção e revolta de amigos e familiares. A família não descarta a possibilidade de abrir um processo judicial contra a Polícia Militar.
JM alerta
Em reportagem publicada na edição deste sábado, com chamada de capa, o Jornal Metas alertou para o risco do tráfego de veículos, pedestres e ciclistas na Ponte do Vale - Prefeito Dorval Rodolfo Pamplona. Leia em
Versão da PM
De acordo com o comandante da Polícia Militar de Gaspar, capitão Heintje Heerdt, na noite de sexta-feira (6), o COPOM (Centro de Operações da Polícia Militar) recebeu uma chamada de perturbação da ordem pública no bairro Bela Vista, onde uma guarnição foi encaminhada para atender. Porém, durante rondas no bairro, um veículo cruzou a frente da viatura em alta velocidade. Os policiais iniciaram então uma perseguição.
"Ao abordar o motorista, que era o Sr. Carlos Russi, os policiais notaram sinais claros de embriaguez, iniciando o procedimento de abordagem de trânsito normal para estes casos. No decorrer da ação, o Sr. Russi passou mal, vindo a falecer momentos depois. Os policiais que atendiam à ocorrência fizeram todos os procedimentos indicados para auxiliar a vítima, inclusive acionando o atendimento junto ao Corpo de Bombeiros Militar", explica o comandante da PM de Gaspar.
O capitão disse ainda que o caso foi encaminhado ao Comando Regional da Polícia Militar para análise e instauração de procedimento administrativo para apuração dos fatos. "O ocorrido será analisado pelo nosso comando regional que deverá realizar uma investigação. Tanto testemunhas e familiares, bem como os policiais que atenderam à ocorrência, devem ser ouvidos. Aguardamos também o resultado da autópsia que foi realizada pelo IGP de Blumenau, para confirmarmos a causa da morte do Sr. Carlos Russi", acentua o capitão Heintje. Ele também informou que os policiais, a princípio, não serão afastados de suas funções.
Sobre a informação de que havia uma rixa antiga entre um dos policiais e a vítima, o comandante confirmou haver um registro de denúncia antiga contra o policial, mas que o fato foi apurado e nada se constatou.
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