Setor de Engenharia da Prefeitura ainda atualiza a planilha de custos, para só depois contratar a empreiteira

A ponte Arno Genésio Schmitt, entre as ruas José Rafael Schmitt e Industrial José Beduschi, na região central de Gaspar, foi parcialmente interditada no dia 1º de fevereiro deste ano por conta de um deslizamento de terra. Quase dois meses depois, a situação no local é a mesma: do Centro para o Bairro Santa Terezinha está proibido o trânsito de veículos. A solução é pegar caminhos alternativos, porém, os congestionamentos nos “horários de pico” são frequentes, o que vem testando a paciência dos motoristas.

O local está interditado para garantir a segurança de motoristas, ciclistas e pedestres já que a erosão junto à cabeceira da ponte se agravou depois das fortes chuvas do final de dezembro de 2022 e começo deste ano. Porém, quem passa pelo local com frequência diz que o problema é antigo. 

Um morador do bairro Sete de Setembro, que preferiu não se identificar, relata que mora no bairro há 42 anos. Ele passa diariamente pela ponte e percebeu a erosão em janeiro de 2022. No dia 16 de junho do ano passado, ele fez um registro fotográfico que mostra o começo do deslizamento de terra (veja abaixo) e também de uma tubulação que foi arrancada pela chuva. “Quem não conhece ou não passa ali todo dia pode pensar que isso aconteceu há uma, duas semanas, mas desde janeiro do ano passado eu percebi que estava com problemas”, revela. Por isso, ele lamenta que as autoridades não tenham tomado as devidas providências naquela época, o que poderia ter evitado a interdição parcial do trânsito. O problema também prejudica o comércio daquela região da cidade, já que as pessoas estão evitando transitar pelo local. 

A Superintendência de Defesa Civil é responsável por monitorar a situação e a execução da obra de contenção. A dificuldade inicial foi a captação de recursos. Na semana passada, em discurso na tribuna da Câmara Municipal, o líder do governo, vereador José Carlos Carvalho Júnior (MDB), o Dr. Júnior, disse que a Prefeitura tentou, primeiro, recursos na Defesa Civil do Estado, porém, sem sucesso. O passo seguinte foi bater na porta da Defesa Civil Nacional, que até se mostrou disposta a liberar cerca de R$ 350 mil para a execução da obra, porém, o prazo para repasse do dinheiro era muito longo. A prefeitura decidiu então executar a obra com recursos próprios. Dr. Júnior informou que os trabalhos devem iniciar dentro de dez dias.

Prazo maior

A Prefeitura, no entanto, não confirma essa informação, alega que existe um trâmite burocrático que poderá estender o prazo por mais alguns dias. A Diretoria de Comunicação explicou que o setor de Engenharia Civil está atualizando a planilha de custos para somente depois iniciar o processo de contratação da empreiteira que irá recuperar a encosta da cabeceira da ponte. Como se trata de uma obra emergencial pelo grau de risco e transtorno que causa, a legislação dispensa licitação, podendo a contratação da empresa ocorrer por tomada de preços. “Uma empresa será contratada e a obra deve começar entre sete e dez dias depois de finalizada essa etapa. Essa contratação acontecerá assim que a engenharia finalizar a parte deles”, esclarece a Prefeitura.

Até a finalização dos trabalhos a ponte permanecerá parcialmente interditada. Os motoristas terão que utilizar como rota alternativa as ruas José Schwarz (morro do Hospital) até a Sete de Setembro ou a Avenida das Comunidades. As linhas do transporte coletivo também sofreram alterações: Barracão, Óleo Grande, Gaspar Mirim e Macuco, via Av. Deputado. Francisco Mastela, passam agora pela Avenida das Comunidades. 

Por isso, quem esperava no ponto na rua São José, em frente à escola Honório Miranda, deve aguardar o coletivo na Avenida das Comunidades, no ponto ao lado do Aviário Avenida. Já quem embarcava no ponto na rua São José, na frente da Lanchonete Alfa, deve aguardar o coletivo na Avenida das Comunidades, próximo à loja de automóveis, em frente ao posto La Victoria.