Maria das Graças Woltolini Aragão e Marilse Teresinha Bohn deixaram um legado de grandes realizações em prol da comunidade
Gaspar se despediu neste final de semana de duas mulheres que realizaram um grande trabalho junto à comunidade, deixando um legado de voluntariado e bons exemplos. Maria das Graças Woltolini Aragão e Marilse Teresinha Bohn, a Tia Mari, como era conhecida.
Maria das Graças completaria 71 anos no próximo dia 6. Ela era moradora muito conhecida do bairro Bela Vista, onde fixou residência há mais de 50 anos quando se casou com Vanildo Aragão. Da união do casal nasceram Wânia Evelise Aragão Massaneiro e Susane Geonete Aragão, que lhes deram quatro netos.
Maria trabalhou por mais de 20 anos no comércio de Blumenau. Paralelamente, ela e o marido eram participantes das atividades religiosas e festivas da Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Maria foi catequista, integrante do apostolado da oração e auxiliar na eucaristia para os enfermos nas residências. Ela também foi voluntária Rede Feminina de Combate ao Câncer de Gaspar por mais de 20 anos. “Ela era uma mulher incansável, sempre preocupada em ajudar as pessoas em dificuldades”, descreve o esposo Vanildo.
Do começo do ano para cá, Maria passou a sentir dores nas costas e dificuldades para respirar. “Ela me dizia que lhe faltava ar para cantar nas missas, coisa que ela gostava muito de fazer”, relembra Vanildo. Exames detectaram problemas cardíacos e a necessidade de cirurgia. Maria passou pelo procedimento, mas algum tempo depois voltou a sentir os mesmos sintomas, o que a levou novamente ao hospital no mês passado. Uma segunda cirurgia foi feita, porém, o quadro não evolui como os médicos esperavam e ela faleceu na manhã de sexta-feira (3) na UTI do Hospital Santa Catarina, em Blumenau. “Eu não imaginava que a amasse tanto, a gente acaba vivendo a rotina do dia a dia e quando a pessoa parte é que se percebe o quanto ela fará falta”, emociona-se.
Vanildo fez questão de agradecer a toda equipe médica e enfermeiros do Hospital Santa Catarina que cuidaram da sua esposa e fizeram tudo o que foi possível para mantê-la viva, mas infelizmente a vontade de Deus foi maior.
Maria foi velada na Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição diante de uma grande número de pessoas que vieram de vários lugares para a despedida. “Fiquei até surpreso com tantas pessoas no velório, minha esposa era de fato muito querida”, afirma Vanildo.
Ele também agradeceu as homenagens que foram prestadas e ao pároco da Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padre Alexsandro Valdir Borges, pelas palavras de conforto.
Maria foi sepultada no Cemitério da Rua João Pessoa, em Blumenau. A Missa de Sétimo Dia está marcada para o próximo sábado (11), às 19h30min, na Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
Tia Mari
Conhecida na comunidade como Tia Mari, Marilse Teresinha Bohn, 82 anos, nasceu no bairro Coloninha. Ela é a penúltima filha do casal Francisco e Olga Bohn, que tiveram outros 19 filhos. Ela vivia atualmente no Gaspar Grande, numa casa ao lado da sua irmã Cecília Bohn. Tia Mari trabalhou por mais de dez anos na Círculo S.A. Foi também funcionária da Associação Canarinhos e cuidadora de idosos. A religião entrou muito cedo na sua vida, até porque ela abdicou do casamento para se dedicar a Deus, vocação que dizia ter herdado dos pais. “Meus pais, em vida, sempre foram muito ligaido à Igreja. Tive uma irmã freira e tenho um sobrinho padre (Antônio Bohn). Todos os meus irmãos, de alguma forma, fizeram parte de algum grupo pastoral aqui em Gaspar e em outras cidades”, contou em recente depoimento na comunidade São João Batista.
Desde muito cedo, Tia Mari participou do Coral Misto Santa Cecília e do grupo religioso Filhas de Maria. Há 50 anos ingressou na Ordem Francsicana e, há 30 anos, se tornou Leiga Consagrada da Pequena Família Fransciscana, com base em Curitiba-PR.
A Ordem Franciscana Secular é um ramo da família fransciscana dedicada aos leigos e leigas, que desejam viver dentro das realidades comuns, o Evangelho de Jesus Cristo, ou seja, uma dedicação à Igreja por meio dos conselhos evangélicos (pobreza, castidade e obediência). Tia Mari foi também catequista e secretária da Casa Paroquial da Matriz São Pedro Apóstolo. Ela também contribuiu para a Capela São João Batista, no bairro Gasparinho. O sobrinho, Felipe dos Santos, revela que a sua tia tinha uma verdadeira paixão por essa comunidade religiosa, e fez doações para a igreja. Ele também conta que ela era muito ativa. Até os 80 anos, acordava cedo para cuidar das galinhas e da roça nos fundos de casa e dirigia seu próprio automóvel. Mas, de 2018 para cá a saúde de Tia Mari foi se debilitando em função do quadro avançado de diabetes, agravado por dois AVCs. No começo da semana passada, ele foi internada no Hospital de Gaspar e faleceu na tarde do último sábado (4). Tia Mari foi velada na Capela Mortuária Bom Pastor e sepultada na tarde de domingo (5). A família agradeceu todas as mensagens de carinho transmitida pelos familiares e amigos e convida para a missa de sétimo dia marcada para o próximo sábado (11), às 19h, na Igreja Matriz São Pedro Apóstolo.
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