Autor é o ex-companheiro, que após cometer o crime tirou a própria vida
Um feminicídio seguido de suicídio foi registrado em plena luz do dia na Rua Itajaí, em frente ao posto da Celesc, no bairro Sete de Setembro, área central de Gaspar, por volta das 9h45min da manhã de terça-feira, dia 14. De acordo com informações da polícia civil, a vítima, Marlene Aparecida Gomes de Jesus, de 59 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro, Reinaldo dos Santos Meireles, de 50 anos. Após cometer o crime, ele tirou a própria vida.
Ainda de acordo com a polícia, os dois tiveram um relacionamento de união estável por dois anos e estavam separados havia dois meses. Reinaldo, porém, não aceitava o término do relacionamento e vinha perseguindo Marlene.
Após um encontro em via pública, que a polícia ainda não sabe em que circunstâncias aconteceu, os dois discutiram e Reinaldo fez Marlene de refém. Ele aplicou na mulher um golpe conhecido como mata-leão e, em seguida, disparou duas vezes contra a cabeça da vítima. Depois, apontou a arma para si e disparou diante de várias testemunhas.
O Corpo de Bombeiros Militar chegou a ser chamado, mas ao chegar os dois já estavam em óbito. A Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias (IGP) e Polícia Científica realizaram os procedimentos técnicos na cena do crime.

Medida Protetiva
O delegado titular da Polícia Civil de Gaspar, Paulo Norberto Koerich, informou que a justiça havia concedido a Marlene uma medida protetiva e expedido um mandado de prisão preventiva contra Reinaldo por ameaças. Na sexta-feira, dia 10, ele invadiu a casa da ex-companheira, mas ela já estava na residência da filha. O homem chegou a disparar um tiro contra a casa. Esses crimes, segundo o delegado, foram enquadrados na Lei Maria da Penha. “Nós conseguimos contato com a senhora na sexta-feira (10), mesmo dia que ele havia estado na casa dela. Devido a gravidade do caso, já que o homem chegou a fazer um disparo de arma de fogo, a polícia civil questionou Marlene se ela não queria ir para um abrigo. Ela nos disse que não havia necessidade, porque se sentia segura, mesmo com todas essas ocorrências, na casa de familiares. Ela não aceitou ir para o abrigo, mas requereu medida protetiva contra ele”, esclarece Koerich.
Ainda na noite de sexta-feira, a Polícia Civil fez uma série de diligências e representou, junto à justiça, pela prisão preventiva do homem. “Na segunda-feira (13), às 16h, a polícia foi informada que a justiça havia expedido o mandado de prisão, porém Reinaldo não foi localizado. “Todas as pessoas com quem conversamos não sabiam onde ele poderia ser encontrado, não tinham o endereço dele. Todas as informações que nós recebemos foram checadas e em nenhum desses endereços foi encontrado esse cidadão. Após tudo ter acontecido, essa tragédia, nós recebemos a informação de que ele havia alugado um quarto de hotel”, revela o delegado.
Segundo Koerich, Reinaldo tinha, até pouco tempo, endereço fixo no bairro Figueira, onde pagava aluguel, mas deixou o local. A polícia apurou ainda que ele trabalhava com sucatas. Já Marlene, que era moradora do bairro Santa Terezinha, trabalhava com serviços gerais em creches da cidade. O delegado explica que, mesmo com a morte do autor do feminicídio, um inquérito policial foi aberto e será concluído.
A Celesc chegou a emitir uma nota informando da suspensão dos serviços do posto de Gaspar. De acordo com a gerência regional da estatal, o atendimento somente retorna na próxima segunda-feira, dia 20. Marlene foi sepultada nesta quarta-feira, dia 15, no cemitério do bairro Santa Terezinha.
Este é o segundo feminicídio registrado na cidade em 2023. O primeiro ocorreu no dia 29 de julho, quando Letícia Francine Neves, de 22 anos, foi morta por asfixia pelo ex-companheiro, preso dias depois no Paraná.
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