Comunidade está preocupada com a obra na rodovia
Os desnivéis e a falta de sinalização nas obras de revitalização da rodovia Jorge Lacerda, em Gaspar, se transformaram numa ameaça a motoristas, pedestres e ciclistas. O trecho mais complicado no momento é o que vai das proximidades da Polícia Militar Rodoviária até o posto Testoni, no bairro Poço Grande, onde estão sendo feitas as vias marginais. Para garantir o acesso e a saída dessas vias serão feitas duas rotatórias, uma antes e outra depois da Bunge.
Comerciantes e moradores reclamam da falta de placas e orientações. Com obras onde antes era o acostamento, os motoristas que precisam convergir em alguma rua da região acabam tendo que reduzir a velocidade diretamente na pista principal, mas nem sempre os veículos atrás estão atentos. À noite o perigo é ainda maior, argumenta Marise Schmitt, gerente de um mercado localizado à margem da estrada. Segundo ela, já houve casos de veículos que caíram da pista em buracos que se formaram por causa da obra. Como o acesso aos estabelecimentos acabou ficando mais complicado com o trabalho de máquinas e operários, Marise percebe que alguns carros acabam desistindo de sair da pista principal e parar no comércio local.
A queixa é compartilhada pelo dono da lanchonete ao lado. Augustinho Orzchowski aponta ainda que em alguns locais o desnível está tão alto que força os veículos a saírem ou acessarem mais lentamente a rodovia, o que também representa um perigo. Outra questão que tem provocado incomôdo na comunidade é a falta de um abrigo seguro para usuários do transporte coletivo.
"De manhã quando chego está cheio de criança aqui na frente", diz Augustinho, referindo-se à parte aberta do seu estabelecimento.
O ponto de ônibus foi removido e a maioria dos usuários do transporte acaba ficando na beira da rodovia enquanto aguarda e, consequentemente, sem proteção em dias de chuva.
Luciano Bernardi, proprietário de uma oficina instalada em uma via transveral, é mais comedido nas queixas. Ele acredita que a revitalização vai melhorar a segurança da rodovia e, justamente por isso, entende que os transtornos são um mal necessário. Na percepção dele, os motoristas e a comunidade precisam se conscientizar da importância de ter mais cautela ao trafegar pelos trechos onde há obras.
"Mesmo que encham aqui de sinalização, ainda assim vai dar acidente", pontua.
O que diz o Deinfra
O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) está ciente do problema. Jair José da Silva, fiscal responsável pela obra, disse que se reuniu com a empresa que está fazendo a revitalização e pediu que a sinalização no trecho de Gaspar fosse reforçada. De qualquer forma, ele reiterou que pouco a pouco os desníveis estão diminuindo à medida em que avança a instalação de sedimentos nas vias marginais, que estão sendo preparados para receber o asfalto.
Iniciada em julho do ano passado, a revitalização compreende um trecho de 25,4 quilômetros entre Gaspar e a BR-101, no município de Itajaí. O prazo de entrega estipulado para dezembro deste ano não deve mais ser cumprido, pois foram feitos serviços e alterações que inicialmente não estavam previstos, segundo o fiscal do Deinfra.
O investimento de R$ 33,5 milhões, vindos do governo estadual, também recebeu aditivos devido às mudanças que foram solicitadas. Até o momento já foi feita a recuperação dos trechos mais comprometidos da rodovia, que agora estão sendo preparados para receber a camada final de pavimento. No Poço Grande, além da vias marginais, posteriormente a pista principal também será revitalizada.
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