Sumiço de uma das placas inaugural da obra inacabada foi constado na manhã desta sexta-feira (3)

Mistério no Poço Grande. Uma das placas da inauguração da Ponte Prefeito Dorval Rodolfo Pamplona, em Gaspar, foi retirada. No início da semana, o Ministério Público (MP) já havia recomendado a retirada da placa, porém nem a prefeitura e nem a empresa responsável pela obra, a Aterpa Martins, assumem o fato. O misterioso sumiço foi constatado na manhã desta sexta-feira (3), durante coletiva de imprensa que o prefeito deu justamente para falar sobre as recomendações do Ministério Público com relação à obra inacabada da ponte. Agora, a prefeitura tenta descobrir quem, deliberadamente, retirou a placa do local.

A recomendação, entre outros pedidos do MP, faz parte de um Inquérito Civil Público (ICP) instaurado para investigar irregularidades na inauguração da ponte, realizada no dia 23 de dezembro, pelo ex-prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi. Isto porque, de acordo com a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, o fato contrariou o artigo 1º da Lei Municipal 3.336/11 que proíbe o poder público de realizar inaugurações de obras inacabadas, já que, menos de 20 dias depois da inauguação, a ponte teve que ser interditada para a continuação dos serviços. "A placa é a certidão de nascimento de um bebê que não nasceu", compara a promotora.

Nesta sexta-feira (3), durante entrevista coletiva, o prefeito de Gaspar, Kleber Wan-Dall, garantiu que a prefeitura irá acatar integralmente as recomendações do MP. "Lamento que a situação tenha chego neste ponto, pois a obra é esperada pela comunidade há anos. A obra está em nossas conversas desde que assumi a prefeitura e estamos trabalhando para que ela possa ser finalizada o mais rápido possível", disse. Porém, a prefeitura não sabe dizer ainda quando isto deve ocorrer. "Antes de março a obra não será concluída, mas nossa intenção é que os serviços sejam finalizados ainda no primeiro semestre", afirma o prefeito.

O chefe de gabinete da prefeitura de Gaspar, Pedro Bornhausen, explicou que ainda são necessários alguns ajustes financeiros, como pagamentos de medições já realizadas. "O recurso existe e está disponível na Caixa Econômica Federal. Estamos agora regularizando estes pagamentos que estão pendentes".

O engenheiro responsável pela execução da obra, Mauro Oliveira, garantiu que apesar dos atrasos nos pagamentos os trabalhos não foram interrompidos em nenhum momento. "Nesta semana conseguimos terminar as juntas de dilatação e, nos próximos, o teste de carga deverá ser feito. Depois teremos que fazer as calçadas, a iluminação, sinalização e melhorias na rótulo de acesso na Mastella", disse.

Além da retirada da placa, O MP também recomendou que a passagem de veículos sobre a ponte seja liberada apenas depois que a obra estiver 100% concluída. E, quando isto acontecer, a prefeitura também não deve fazer nenhum ato ou solenidade de reinauguração. A nova placa, segundo o MP, não deve fazer qualquer menção a agentes públicos ou partidos políticos envolvidos em sua construção. Isto porque, de acordo com a promotora, na atual placa o nome do ex-prefeito, Pedro Celso Zuchi, tem maior visibilidade e destaque do que a própria personalidade - Dorval Rodolfo Pamplona - que dá nome à ponte, o que poderia confundir os motoristas e usuários sobre a real identificação ao acesso viário.

"Nossa intenção é garantir que a ponte seja entregue em condições de segurança. Cabe ao MP zelar pela segurança dos cidadãos e pelo correto uso do dinheiro público, ainda mais quando se trata de uma obra que custou milhões aos gasparenses", justifica a promotora.