Jorge Pereira, atual presidente da Comissão Interventora, também irá assumir a administração da instituição

O Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro inicia uma nova fase de gestão. O atual presidente da Comissão Interventora e secretário Municipal de Fazenda e Gestão Administrativa, Jorge Pereira, assumiu interinamente a direção da casa juntamente com o seu vice-presidente, Alan Vieira. Fabiana Massari, do Instituto de Estratégias para a Saúde e Assistência (IESA), empresa contratada pela Prefeitura para gerir o hospital se desligou da função de diretora administrativa por motivos pessoais. Procurada pela reportagem, ela não quis comentar a sua saída. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a empresa contratada segue prestando o serviço, apenas sem a pessoa na função administrativa. Ainda de acordo com a assessoria, os demais cargos estão sem previsão de troca. 

Pereira explicou que as mudanças estavam planejadas e que não refletem na interrupção do planejamento traçado. "Pelo contrário, iniciamos uma nova fase na reconstrução do nosso hospital, após conseguir atualizar e melhorar a estrutura física e tecnológica da instituição", destacou. O diretor interino afirmou ainda que chegou o momento de se buscar equalizar a situação financeira do hospital, reduzindo custos sem diminuir a qualidade dos serviços". Aliás, esse foi a tônica da primeira reunião dos novos diretores e a equipe de coordenadores do hospital. "Continuaremos trabalhando em conjunto e de forma unificada. Precisamos que cada um dê a sua contribuição para alcançarmos os objetivos. Queremos dar prioridade para aqueles profissionais que colocam o nosso hospital, também, como prioridade", enfatizou Pereira no encontro que teve também a presença do prefeito Kleber Wan-Dall.  "Temos que continuar avançando e buscando sempre o melhor para o hospital e para os pacientes. Quem vem para o hospital não é a passeio, por isso o atendimento deve acontecer de forma profissional e com qualidade. Temos estrutura, temos equipamentos e equipe, estamos no caminho certo e seguiremos melhorando cada vez mais", reforçou o chefe do executivo.


Reunião apresentou a nova equipe gestora e iniciou o trabalho de planejamento visando essa nova fase da instituição / FOTO PMG

Além da redução dos custos, outra prioridade será a busca por novas receitas para o hospital. "Hoje trabalhamos sem déficit financeiro graças aos repasses da prefeitura. Queremos alcançar a independência financeira do Hospital e, para isso, temos que melhorar e facilitar o acesso de pacientes particulares e conveniados aos nossos serviços já existentes, além de ofertar novas atividades", reforça Jorge Pereira.

A nova direção aguarda o fim do processo de transição e avaliação para apresentar as novas propostas para a instituição. Além disso, o hospital também espera pela finalização da auditoria interna que irá apontar os pontos a serem melhorados para continuar avançando. Os investimentos, acrescenta Pereira, "seguirão ocorrendo e, nos próximos meses, deve ser entregue a nova UTI Geral totalmente remodelada". O hospital de Gaspar possui hoje cerca de 250 funcionários, 100 leitos e outros dez de UTI já autorizados pelo Ministério da Saúde.

A história

Inaugurado em 1970, o Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ou simplesmente Hospital de Gaspar, completou 52 anos em maio deste ano. Nos últimos seis anos nunca se investiu tanto na sua modernização, para que possa oferecer um leque maior de serviços e, assim, aumentar a receita com a finalidade de zerar o déficit que se arrasta por quase três décadas. A instituição que fechou as portas em 2007, reabriu em 4 de janeiro de 2010 totalmente reformada e com a promessa de ofertar um serviço de saúde muito mais qualificado, humanizado e vocacionado para especialidades médicas. Mesmo assim, as dívidas - a maioria trabalhistas e com fornecedores - não permitiam que o hospital se sustentasse financeiramente. Na época da reabertura, a despesa mensal girava em torno de R$ 450 mil e a receita 50% abaixo deste valor.

Foram vários anos em desequilíbrio financeiro, apelando para eventos comunitários e doações financeiras da comunidade. As dificuldades financeiras inviabilizaram os investimentos necessários para aumentar a receita do hospital. Nos últimos sete anos, essa realidade começou a mudar. O hospital passou a receber pesados recursos públicos, com a finalidade de torná-lo economicamente sustentável. A administração municipal vem renovando, a cada ano, a intervenção na instituição, que lhe permite repassar os recursos que garantem a casa de saúde de portas abertas. A Prefeitura chega a repassar R$ 1 milhão por mês para o hospital. Extraoficialmente, as dívidas chegam a R$ 30 milhões, todas elas renegociadas. A auditoria que está sendo feita poderá apresentar um diagnóstico mais preciso da situação financeira da casa de saúde. Por ora, a nova estrutura administrativa assume com a promessa de reduzir despesas e, por consequência, o aporte de dinheiro público. Trocando em miúdos: o hospital precisa caminhar com suas próprias pernas.


"Precisamos que cada um dê a sua contribuição para

alcançarmos nossos objetivos. Queremos dar prioridade

para aqueles profissionais que colocam o nosso hospital, também, como

prioridade."

Jorge Pereira

Diretor Administrativo Interino do Hospital de Gaspar