Ana Cristina Fantoni diz que seu pai morreu em uma tentativa de assalto à residência


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Residência onde José Fantoni (no detalhe) foi assassinado na madrugada desta quarta-feira (29)

Uma casa simples, nos fundos de um longo terreno, com uma lagoa e algumas árvores logo na entrada. Esse é o cenário do crime que na madrugada desta quarta-feira (29) chocou a pequena comunidade do Óleo Grande, quase no limite entre os municípios de Gaspar e Ilhota. O motorista José Célio Fantoni, 51 anos, foi brutalmente assassinado com quatro tiros na cabeça. A polícia trata o caso como latrocínio, quando a pessoa é morta numa tentativa de assalto, porém, o mistério continua. Não existem pistas dos assassinos, a princípio quatro homens encapuzados. Fantoni morava com a filha Andréia, de 23 anos, que estava na residência no momento do crime. Os bandidos a trancaram no banheiro. A casa é dividida em duas. Na outra parte mora a filha Ana Cristina Fantoni, 28 anos, com seus dois filhos pequenos. Enquanto aguardava a chegada do corpo do pai para o velório, na Capela Santa Catarina, cerca de 30 metros do local do crime, Ana ainda procurava entender o por que de tanta violência. Segundo ela, seu pai não tinha inimigos que pudessem chegar a ponto de cometer uma barbárie dessas.

Ana contou que acordou com os barulhos na casa ao lado, como se fossem batidas de portas. Levantou e foi ver o que era. A porta estava aberta e quando ela entrou já se deparou com muito sangue no chão e o corpo do pai caído entre a porta do quarto e corredor de acesso à sala da residência. "Quando vi todo aquele sangue, não tive coragem de entrar. Saí gritando pela rua por socorro", emociona-se Ana, que na mesma noite havia levado um dos seus filhos ao hospital.

Ela relata que o pai é viúvo há 13 anos e que sempre foi uma pessoa muito reservada. Fantoni trabalhava como motorista de uma empresa de fibras no bairro Barracão e era conhecido da comunidade onde nasceu e se criou. A filha admite que o pai era uma pessoa de pouca paciência, explosivo, mas não acredita em homicídio. Ana e sua irmã sustentam que foi uma tentativa de assalto. "Ele sempre dormia com um facão debaixo da cama, a faca foi encontrada ao lado do corpo. Talvez, quando meu pai ouviu movimentos dentro de casa pegou o facão e foi ver o que era. Os bandidos se assustaram e atiraram", afirma.

Ela não tem certeza se algo de valor foi levado da residência. "Depois que a perícia do IGP saiu, limpamos tudo e fechamos a casa. Não tive coragem, é muito doloroso ter que voltar lá", diz. Segundo Ana, a casa estava bastante revirada e os bandidos tentaram levar a moto do seu pai. O velório de José Fantoni está acontecendo no salão comunitário da Capela Santa Catarina e o sepultamento está marcado para às 10 horas desta quinta-feira, no Cemitério Municipal do Barracão, que fica localizado aos fundos da Igreja Nossa Senhora do Rosário.

O crime

José Célio Fantoni, 51 anos, foi morto na madrugada dessa quarta-feira (29), por volta da 1h, em uma possível tentativa de assalto à sua residência na rua João Schwartz, na localidade do Óleo Grande. Ele foi atingido por quatro disparos de arma de fogo na cabeça e não resistiu aos ferimentos, morrendo no local. A filha que morava com pai contou à polícia que escutou os criminosos exigirem dinheiro de seu pai antes de dispararam os quatro tiros.As polícias Civil e Militar foram acionadas e encontraram a casa completamente revirada e a motocicleta da vítima tombada no chão, próximo ao portão da residência. Vizinhos relataram aos policiais que os criminosos fugiram em um Fiat Uno de cor escura. Rondas foram feitas na região, mas o carro não foi localizado. Em menos de um mês, este é o terceiro homicídio registrado em Gaspar.