Pesquisa no Arquivo Histórico do Município, esclarece que a árvore foi plantada no dia 21 de setembro de 1938

A figueira da Praça Getúlio Vargas foi plantada quatro anos depois da emancipação de Gaspar. A primeira informação, divulgada pela Prefeitura, era de que a quase centenária árvore, que tombou nesta quinta-feira (13) por conta das fortes rajadas de vento que atingiram o município, havia sido plantada, na Praça Getúlio Vargas, pelo então prefeito, Leopoldo Schramm, no dia 18 de março de 1934, data oficial da emancipação de Gasoar. De fato, o plantio da árvore foi feita por Leopoldo Schramm, que governou a cidade de 1934 a 1947, sendo até hoje o prefeito que mais tempo permaneceu no cargo, porém, no dia 21 de setembro de 1938. Na própria Praça Getúlio Vargas, um totem, instalado  pelo Arquivo Histórico do Município em 2020, informa a data correta (foto abaixo). O livro,  "Homenagem a Leopoldo Schramm - Primeiro Prefeito de Gaspar", escrito por Marli Schramm Alves, uma das netas de Leopoldo, reforça a data correta de plantio: 21 de setembro de 1938. Leopoldo plantou a figueira por ocasião do Dia da Árvore. Portanto, a figueira completaria, este ano, 85 anos e não 89 anos, conforme informado.

A octagenária figueira não resistiu ao vento forte e tombou por volta das 11 horas da manhã desta quinta-feira (13). O local está isolado, mas tem atraído muitos curiosos que aproveitam para tirar fotos da enorme árvore, retratada como um dos símbolos da cidade. O prefeito, Kleber Wan-Dal, lamentou a perda da árvore. “Infelizmente a nossa figueira caiu com os fortes ventos registrados. Graças a Deus ninguém se feriu e nenhum outro dano foi registrado”, disse o prefeito. Ele também garantiu que a história da mais famosa árvore de Gaspar não terminou com o seu tombamento. A prefeitura pretende iniciar um trabalho de preservação da figueira.

Segundo o prefeito, o replantio não será possível, mas a ideia é firmar uma parceria com a Universidade Regional de Blumenau (Furb) para desenvolver mudas da figueira a partir da coleta de material genético. Já nesta sexta-feira (14), uma equipe da universidade vai estar na cidade para dar mais detalhes à superintendência do Meio Ambiente como será feito o trabalho. “A ideia é não deixar a história da figueira morrer aqui, no dia 18 de março do ano que vem vamos plantar uma muda dela neste mesmo local. Outra ação, revelou o prefeito, é conservar uma parte do tronco da árvore, que ficará exposto no hall de entrada da prefeitura com a história da árvore e o simbolismo dela para a cidade.
A Prefeitura pretende, ainda, por meio da Superintendência do Meio Ambiente, coletar fragmentos da figueira pra deixar exposto nas escolas, creches e órgãos públicos do município. “Tudo isso, para que não se termine com a figueira tombada”, reforçou o prefeito.
Ele ainda lembrou que o arquivo histórico do município, criado na sua administração, vai também registrar este momento. “O nosso arquivo é tanto para resgatar o passado quanto para registrar o que acontece no presente e que vai virar história amanhã”, afirmou.
O superintendente do Meio Ambiente, Leonardo Lourenço, explicou que foi feita uma avaliação prévia da árvore, por parte da equipe de engenheiros florestais e biólogos da prefeitura, e a conclusão que se chegou é que a figueira não pode ser replantada porque houve ruptura das raízes. “Se a replantássemos, certamente ela não iria conseguir se restabelecer. Infelizmente é uma parte importante da história do município”, enfatizou.
Em 2019, a figueira passou por um processo de revitalização e, de acordo com o superintendente, isso foi necessário por conta da idade da árvore. Ele revelou que a ideia, em breve, era realizar uma nova revitalização, porém, o vento acabou derrubando a árovre. Leonardo disse, também, que a figueira não apresentava nenhum sinal de que pudesse estar condenada, foi unicamente a força do vento e a idade, quase 85 anos, que arrancou a planta do solo.
Sobre o trabalho com a Furb, o superintendente explicou que será feita uma espécie de clonagem em laboratório, a partir do material genético colhido e, algum tempo depois, essa muda poderá ser plantada. “Vamos ter uma nova figueira na praça, mas com a mesma genética”, finalizou.