Operação Reciclagem deflagrada pelo Gaeco investiga supostas irregularidades na coleta de lixo em Ituporanga

Proprietários de uma empresa que atua no ramo de coleta de resíduos sólidos com sede em Gaspar, foram presos preventivamente na segunda-feira (15) na segunda fase da Operação Reciclagem, deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Na mesma operação foram afastados do cargo, por até seis meses, o prefeito de Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí, Osni Francisco de Fragas, conhecido como Lorinho, e o seu secretário municipal da Fazenda, Arnito Sardá Filho.

Os mandados de prisão e suspensão do exercício da função pública foram expedidos pela 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina a pedido da Subprocuradoria-Geral de Justiça. A Operação Reciclagem investiga crimes de concussão, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, prevaricação, entre outros delitos. De acordo com informações, a empresa contratada pela prefeitura de Ituporanga para fazer a coleta do lixo no município, no Alto Vale do Itajaí, teria praticado crimes como duplicidade de pesagem dos resíduos recolhidos e utilização de tíquetes falsificados de pesagem. Dessa forma, a empresa estaria recebendo ilegalmente um valor a mais do serviço efetivamente prestado. A Operação também investiga outros servidores públicos e empresários do ramo, que estariam também envolvidos no esquema. Participaram da fase dois da operação integrantes do núcleo do Gaeco de Itajaí.

A investigação do MP e Gaeco começou em 2017. Em 2018, foram cumprdos nove mandados de busca e apreensão e mais quatro ordens judiciais nas cidades de Bombinhas, Gaspar, Rio do Sul, Timbó, Ituporanga e Lontras. Paralelamente, a Câmara de Vereadores de Ituporanga abriu uma sindicância, por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as irregularidades sobre uma possível diferença entre o volume de lixo recolhido pela empresa e o que chegava até o aterro sanitário. Em alguns meses, a diferença chegou a 85 toneladas, cujo valor pago a mais poderia chegar a mais de R$ 30 mil. Em depoimento à CPI, o próprio prefeito teria dito que suspendeu os pagamentos à empresa depois que verificou a suposta fraude e abriu uma sindicância para apurar as irregularidades.