Instituto Santé assume a gestão do Hospital de Gaspar prometendo um raio-x da situação financeira e estrutural
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O prefeito Kleber,o vice-prefeito, Lu Spengler, e o diretor do Instituto Santé, Tércio Karsten (centro), no ato de assinatura do contrato / FOTO ALEXANDRE MELO
O Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está novamente mudando de administrador. O Instituto Santé, que administra outros seis hospitais em Santa Catarina,foi oficialmente apresentado à imprensa e comunidade na manhã desta terça-feira (10). O contrato, assinado entre as duas partes, é de um ano, podendo ser rescindido a qualquer momento por não cumprimento das cláusulas estabelecidas. O hospital continuará sob intervenção da prefeitura, com uma comissão atuando de forma consultiva e fiscalizadora. O diretor-geral do hospital passa a ser Cláudio Marmentini, profissional que há 25 anos atua na área de gestão hospitalar. Seu primeiro desafio será equacionar um déficit mensal que beira a casa dos R$ 200 mil, ou seja, o hospital de Gaspar tem mais despesa do que receita. Cláudio disse que essa informação ainda não chegou até ele, mas deve se confirmar ou não a partir do dignóstico completo que será feito da situação do hospital, inclusive a financeira, no primeiro mês de trabalho. "Vamos avaliar tanto a parte contábil e financeira quanto de serviços prestados, contratos com fornecedores, número de atendimentos e dívida ativa, para que possamos chegar à situação real do hospital e a partir daí apontar saídas para equalizarmos o rombo", afirmou. A ideia, segundo o novo diretor, é ter uma equipe trabalhando nesse diagnóstico já essa semana e outra na semana que vem, para que até o final do mês já se possa propor as primeiras ações que não impactem em custos, pois algumas delas são apenas de melhoria de processos. Cláudio disse ainda que em administração hospitalar não tem como montar um Plano de Ação por departamento, porque são, na verdade, várias empresas dentro de uma só. "Existem várias questões que precisam ser avaliadas, como os plantões médicos e sobreavisos, o número de 180 atendimentos por dia no Pronto Atendimento e a questão do número de funcionários, que hoje é de 154. A partir deste diagnóstico vamos poder iniciar o trabalho de redimensionamento, se for o caso". O diretor alertou que o novo grupo gestor não vai conseguir resolver todos os problemas do hospital e outros a solução não virá a curto prazo.
Sobre a possibilidade de implantação de uma UTI, Tércio Karsten, presidente do Instituto Santé, afirmou que, no momento, isso é completamente inviável pelo alto custo de instalação e de manutenção. De acordo com ele, um paciente internado em uma UTI custa, em média, R$ 1.500,00 por dia. Além disso, existe uma série de exigências burocráticas que precisam ser cumpridas junto aos órgãos públicos. Tércio disse que o hospital de Gaspar tem solução e ideia é que a casa hospitalar gasparense se torne uma vitrine para o Instituto Santé. Disse ainda que será criado um Conselho Consultivo, que ficará responsável por discutir com a administração municipal todas as questões que envolvem o hospital
O Hospital de Gaspar tem hoje,
em média, 500 internações
180 cirurgias e 60 nascimentos por mês
Ao comentar a decisão, o prefeito Kleber Wan-Dall admitiu que mudar tantas vezes a gestão no hospital - esse é quarto administrador nos últimos três anos - atrapalha a continuidade do trabalho, porém, disse que não tem como segurar as pessoas, no caso do gestor anterior, Elson Marson Junior, que pediu a exoneração do cargo. "O Elson vinha fazendo um excelente trabalho, porém por uma questão profissional e pessoal ele pediu para sair, e foi algo que nós não esperávamos porque estávamos satisfeitos com o trabalho dele, mas a gente não tem como segurar ou obrigar a ficar, isso faz parte da gestão pública, se não está dando certo eu vou mudar", justificou Wan-Dall. Segundo o prefeito, se de um lado isso atrapalha a continuidade do trabalho, por outro revela a vontade da adminitsração em encontrar logo o melhor caminho para o hospital. O prefeito disse confiar na expertise que tem o Instituo Santé na gestão hospitalar, além do fato de que não se vai apenas colocar um administrador, mas toda uma equipe com profissionais capacitados, além do fato do Instituo Santé possuir uma área de projetos para capacitação de recursos junto às esferas pública e privada. "Eles não vem apenas para apontar problemas no hospital, mas para apresentar soluções. Wan-Dall disse ainda que o montante de recursos hoje repassados para o hospital é significativo - em torno de R$ 700 mil - mas a administração pode vir a reavaliar esse valor. "O aumento no repasse vai depender do trabalho que o Instituo Santé vai fazer a partir de agora, de colocar na mesa o que precisa melhor e implantar na instituição. Evidente que, a partir deste diagnóstico, se for preciso aportar mais recursos para melhorar o atendimento à população, a prefeitura o fará, pois não adianta colocar aqui um grupo gestor capacitado se não tiver os recursos. É um trabalho em conjunto cuja expectativa da prefeitura é que vai dar certo", finalizou o chefe do executivo.
O Instituo Santé
Com dez anos de atuação em Santa Catarina, sendo os últimos cinco em administração hospitalar, Instituto Santé assume a oitava unidade hospitalar de Santa Catarina. As outras seis estão em Campo Alegre, Rio Negrinho, Dionísio Cerqueira, Guaraciaba, Guaramirim, São Miguel do Oeste, esta última de alta complexidade. A empresa possui uma equipe técnica multidisciplinar e especializada no setor saúde, com consultores nas mais diversas áreas como administração, farmácia bioquímica, contabilidade, direito e medicina, contando ainda com o auxílio de parceiros para execução de cursos ou serviços técnicos. O Santé também desenvolve projetos, programas e cursos voltados a questões técnicas e de gestão na área da saúde, garantindo o conhecimento necessário para a adequada prestação de serviços.
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