Pessoas que depois dos 40 anos decidiram retomar os estudos e experimentaram a transformação

Uma frase conhecida e verdadeira diz que a educação transforma o mundo. Constantemente nós vemos exemplos de pessoas que mudaram suas realidades e suas vidas por meio da educação. Porém, até tomar essa decisão, a pessoa passa por um processo de reciclagem. Trabalho, família, desmotivação e principalmente a idade são barreiras para a retomada do caminho da sala de aula, interrompido em algum momento da vida.
Sevilha de Souza Teles, de 48 anos, uma ex-auxiliar de limpeza, realizou o sonho de tornar-se professora depois que decidiu estudar quando já havia passado de 40 anos de idade. Mas os detalhes da história dela você vai conhecer ao longo desta reportagem.

Antes, é preciso definir o que é alfabetização de adultos. Segundo o livro Alfabetização de Crianças e Adultos: Novos Parâmetros (Alfa e Beto Soluções), o Brasil já adotou várias definições. Até a década de 1960, alfabetizada era a pessoa que aprendia a assinar o nome para casar ou tirar o título de eleitor. Depois, o nível de exigência foi subindo. Paulo Freire, por exemplo, acentuou a importância de transformar o processo de alfabetização – e todo processo educativo – num processo de conscientização e reflexão. A leitura de livros é o ponto de partida para a leitura do mundo. Mais tarde vieram as exigências da alfabetização funcional por conta de uma sociedade cada vez mais urbana e letrada. Hoje, o IBGE já entende que é preciso pelo menos ler e escrever um bilhete para não ser considerado analfabeto.

Nos últimos anos, acentuou-se a função da alfabetização de “dar poder” às pessoas, aumentando seu autoconceito e resgatando sua autoestima.

No Brasil, quase 10 milhões de pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler nem escrever. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A boa notícia é que houve uma redução no número de analfabetos a partir de 2016. Naquele ano, 6,7% da população não sabia ler e escrever, em 2022 esse percentual caiu para 5,6% em todas as faixas etárias. Fazendo um recorte por região, o Nordeste concentra o maior número de analfabetos: 11,7%. No Norte estão 6,4% desses brasileiros; Centro-Oeste 4%; no Sul 3%; e no Sudeste 2,9% da população não sabe ler e escrever.


SC tem a terceira menor taxa

Santa Catarina tem a terceira menor taxa de analfabetismo do Brasil, segundo o governo do Estado. O índice teve um leve acréscimo passando de 2,1% em 2019, no período pré-pandemia, para 2,2% em 2022. A taxa do Estado fica atrás apenas do Distrito Federal, com 1,9%, e Rio de Janeiro, com 2,1%. O cálculo considera as pessoas a partir de 15 anos.

Quando separados por gênero, 1,9% dos homens catarinenses acima de 15 anos são analfabetos, enquanto 2,4% das mulheres, na mesma faixa etária, encontram-se nessa mesma condição. Entre os grupos de idade, o que apresentou a maior taxa de analfabetismo em 2022 foi o grupo de 60 anos ou mais, com 6,6%. Já o percentual da população de 25 anos ou mais de idade que concluiu a educação básica obrigatória em Santa Catarina foi de 53,8%. O percentual de pessoas com 25 anos ou mais de idade em Santa Catarina com ensino superior é de 20,8%.


Em Gaspar, menos de 2% da população não sabe ler nem escrever

Em Gaspar, segundo a secretaria de Educação, o índice de analfabetos está abaixo dos 2%. A rede municipal de educação conta com a EJA (Educação de Jovens e Adultos), que atende cerca de 250 pessoas por ano.

O secretário de Educação do município, Emerson Antunes, elogia o trabalho, destacando que a instituição reinsere as pessoas na sociedade. “A EJA tem um papel fantástico de fazer a inserção social, cultural e, inclusive, a inserção de pessoas que vivem à margem da sociedade por não estarem alfabetizadas. Evidente que em Gaspar esse percentual é muito baixo, nós temos menos de 2%, segundo os últimos dados. Mas nós temos também aquele analfabeto funcional. Às vezes a pessoa não entra na estatística, mas ela faz muito pouco uso de conhecimentos como a leitura, interpretação e cálculo. A EJA é a oportunidade dessa pessoa se inserir na sociedade por meio do conhecimento”, afirma.

Pleno emprego

Ele ainda destaca que a permanência das pessoas no sistema de educação até pelo menos o ensino fundamental é uma realidade moderna no Brasil, assim, muitas pessoas voltam a estudar quando já estão no mercado de trabalho. “Em Gaspar, nós vivemos uma situação de praticamente pleno emprego, mas qualquer empregador da cidade vai reclamar que falta mão de obra, mas, ao mesmo tempo, nós temos pessoas que hoje não têm o conhecimento mínimo para estar no mercado de trabalho, principalmente pelo desenvolvimento tecnológico. Trabalhos que eram puramente braçais hoje em dia já tem uma máquina com um nível mínimo de automação. Então, o conhecimento mínimo necessário demanda saber ler o manual, saber ler o painel de um equipamento, coisas básicas que, às vezes, passam despercebidas, mas a pessoa que não consegue fazer uso da leitura vai ficando distante da oportunidade em uma vaga muitas vezes nem tão disputada, mas que a máquina tem uma mensagem no painel que se ele não souber ler, não tem condições de executar o trabalho. Nesse sentido, a EJA tem feito um trabalho brilhante”, ressalta o secretário. 

Mas, em um mundo cada vez mais tecnológico, apenas os conhecimentos básicos não são suficientes, por isso Emerson destaca que o desafio para o próximo ano é inserir cada vez mais os alunos da EJA nas tecnologias, como já acontece com os estudantes de idade regular na rede municipal. “O desafio para o próximo ano é pegar esse aluno e trazer ele para o processo que nós já estamos ofertando nas nossas escolas regulares, que é a inserção à tecnologia. Nossos alunos do ensino fundamental já acessam laboratório de robótica, Chrome Books, plataformas do Google e nós queremos que os alunos do ensino de jovens e adultos também possam aprender robótica, iniciação a programação e outras coisas que a secretaria já disponibiliza na rede municipal”, reforça Emerson.


 Evidente que em Gaspar esse percentual é muito baixo, nós temos menos de 2%, segundo os últimos dados. Mas nós temos também aquele analfabeto funcional.”

EJA de Gaspar atende a 250 alunos

Na EJA de Gaspar são 12 turmas, sendo uma delas online, para alunos com mais de 25 anos e que passaram pelo Conselho Municipal de Educação (Comed). As turmas são divididas entre alfabetização 1, que corresponde ao 1º e ao 2º ano; alfabetização 2, que equivale ao 3º, 4° e 5° ano; e depois do 6º ao 9º ano.

O diretor da EJA, Valentim Fortunato Bonelli Neto, explica que a instituição tem dois perfis bem distintos de alunos: aqueles que procuram a volta aos estudos por obrigação da lei, ou seja, pessoas de até 17 anos, e pessoas mais velhas, com 40, 50, 60 anos e que estão em busca da alfabetização. “Temos alunos que estão com 15, 16 anos, que são a maioria, e por algum motivo eles têm múltiplas repetências, pararam de estudar e são obrigados a retomar os estudos. Esses são a maioria dos nossos alunos.

Também tem muita gente que vem de fora, que está migrando e tem alguma defasagem de série e acabam vindo para cá. Mas temos outra realidade, que é o pessoal mais velho, que não está mais na obrigatoriedade da lei, mas procura a EJA porque vão para o mercado de trabalho e o próprio novo trabalho cobra que eles voltem a estudar. A Círculo, por exemplo, é uma empresa que quando a pessoa se candidata a uma vaga de emprego, eles orientam que ela volte a estudar”, revela o diretor.

Valentim é pé no chão e explica que o ideal seria que os alunos conseguissem concluir os estudos na época certa, mas a EJA exerce um trabalho de excelência com as pessoas que não tiveram essa oportunidade. “Aqui é quando o aluno está numa caminhada difícil. A gente tenta corrigir um fluxo e dar uma oportunidade, mas aqui não é o ideal. Nós trabalhamos bem, fazemos tudo que está ao nosso alcance, mas, como educadores, nós preferimos que a pessoa tivesse frequentado a escola na época certa”, observa.

Isso porque, conforme o diretor, a realidade da EJA é completamente diferente da escola tradicional, em que o aluno tem contato com pessoas da mesma idade, vai ter mais horas de atividades, vai pode fazer uma atividade física e até ter direito a uma atividade no contra turno.

Além disso, lembra Valentim, muitas pessoas que estudam na EJA estão em idade avançada, trabalham, têm família para sustentar, uma casa para cuidar e nem sempre a rotina é conciliável com os estudos. Afora isso, muitos alunos vieram de outras regiões do país e do estado e precisam trabalhar bastante para se manter. “A maioria trabalha, mas em empregos em que não são registrados, por exemplo, dobrando roupas em uma confecção perto de casa, empregos sem garantias e que em muitos casos a remuneração é baixa.

“As pessoas que frequentam a EJA têm um poder aquisitivo baixo. Se nós formos em uma turma, apenas 20, 30% são de Gaspar, mas nós estamos tendo vários casos de alunos vindos do Norte do país. A maioria está tentando uma nova vida, procurando emprego ou já está trabalhando, pagando aluguel, são pessoas que não tem dinheiro sobrando. Tem muito emprego aqui, mas quando eles chegam e comparam o salário que ganham com o aluguel que eles pagam, vem um choque de realidade. Às vezes, mesmo as duas pessoas da família trabalhando, eles não conseguem bancar o aluguel e a comida da casa, essa é a realidade”, diz o diretor.

Não é aquela coisa escolástica de conteúdo em cima de conteúdo, mas de eles entenderem o mundo, entenderem as coisas ao redor e terem perspectiva de vida.”


Exigência
Mas então, como diante de uma realidade tão dura, e que muitas vezes exige mais do que a pessoa tem condições de dar, é possível motivar os alunos a estudarem? Valentim conta que gosta de dar o seu próprio exemplo de vida. “Na minha adolescência eu larguei a escola, fui viver a vida e só depois terminei o ensino médio no Ceja, em Blumenau. Depois entrei para a faculdade de biologia. Em 2000, eu estava trabalhando em um posto de gasolina, a minha perspectiva, do que eu estaria ganhando no posto de gasolina e no trabalho que eu exerço hoje, a segurança, é muito maior e eu reconheço que foi a escola que me deu isso. O papel da EJA é fazer esses alunos entenderem que a escola é importante e tentar recuperar o tempo perdido da melhor forma possível.

Não é aquela coisa escolástica de conteúdo em cima de conteúdo, mas de eles entenderem o mundo, entenderem as coisas ao redor deles e terem perspectiva de vida. Quando você mora com os pais, quaisquer 200, 300, 500 reais é dinheiro, mas quando você passa a precisar pagar aluguel, comprar uma fralda, a coisa muda e é isso que a gente tenta mostrar pra eles”, finaliza o diretor.

Como se matricular na EJA

As matrículas na EJA ocorrem nos meses de fevereiro, maio, agosto e dezembro. Para ingressar é necessário ter idade mínima de 15 anos completos (menores de 18 anos com a presença dos pais) e apresentar os seguintes documentos: RG e CPF (cópia), comprovante de residência, comprovante de vacinação e histórico escolar (após a matrícula). A EJA fica localizada na Rua Arnoldo Schramm, número 210, no Centro, Gaspar. O telefone para contato é o (47) 3091-2202.

Agricultora, operária, mãe e agora estudante

Quem quer dar um jeito dá e quem não quer arruma uma desculpa. A frase define a trajetória de Marli Osmarina Oecker, de 53 anos. Ela também é aluna da EJA e, com uma rotina extremamente puxada, ainda consegue tempo para se dedicar aos estudos.
Marli trabalha no setor de cortes de uma empresa de confecções de Gaspar. Bate o ponto às 7h. Quando faz hora extra, inicia às 5h. Tem cerca de 1h30min de almoço, volta para a empresa e trabalha até às 17h. Depois vai para casa, toma banho, faz um lanche e vai para a aula, que começa às 18h30min. Na EJA, Marli fica até às 22h30min, quando a aula termina. No outro dia, recomeça a rotina.

“A minha rotina é bem corrida, porque além de trabalhar e fazer muita hora extra, eu ainda sou dona de casa, então preciso fazer comida, lavar roupas, mas eu não tenho preguiça. Eu voltei a estudar em 2020 porque sempre foi meu sonho. Minha família, meus irmãos mais velhos sempre me incentivaram, eu sempre fui pra frente, nunca fui de desanimar. Meu filho sempre me incentivou e agora meu namorado também me incentiva a estudar. Eu sempre tive o sonho, desde menina, de ser professora. Eu sonho em terminar meus estudos e fazer uma faculdade de pedagogia”, revela.

Nascida em Curitibanos, Marli relembra que teve uma infância muito humilde. “Eu sou de uma família de 12 irmãos, bem humilde, bem pobre. Eu estudei só até a 4ª série e tive que parar de estudar para trabalhar na lavoura, ajudar meus irmãos e minha família. Meus pais eram de Gaspar, onde minha mãe teve cinco filhos. Depois, eles se mudaram para Curitibanos, onde eu nasci. Em Curitibanos a gente trabalhava na roça, como agricultores. Junto com a mãe e com o pai, plantávamos fumo, alho, feijão, milho”.

Marli diz ter muito orgulho da sua trajetória de mulher do campo. Voltou para Gaspar há 30 anos, tem um filho já adulto e agradece todos os dias quem a incentiva a trilhar o caminho da educação. “Eu tenho orgulho, porque todo mundo vê que eu sou pra frente e recebo muitos incentivos. Na EJA, me colocaram para fazer o curso de administração, eles são muito bons com os alunos, a dona Marli [Sontag, diretora adjunta], o seu Valentim, eles nos incentivam muito”, elogia a estudante.

E para quem também pretende voltar a estudar, mas tem receio por causa da idade ou por achar que não vai dar conta, aí vai uma dica: “Nunca é tarde para voltar a estudar. Não existe esse negócio de ser velho, não aprende mais. Consegue, é só se dedicar, ter vontade e vai conseguir. Não é fácil, mas nada é fácil, tudo é difícil. Eu saía de casa às 7h da manhã e chegava em casa às 11h da noite, porque eu trabalhava o dia todo, não dava para voltar em casa, ia direto para a escola e chegava 23h em casa. É sacrifício? Sim, mas o que a gente consegue sem sacrifício? Vale a pena, hoje eu estou realizada”, diz Sevilha de Souza Teles, nossa próxima personagem.

De faxineira a professora aos 40 anos

 
É possível ter sucesso após anos sem estudar? Recuperar o tempo perdido? A resposta é sim. Sevilha de Souza Teles, de 48 anos, é exemplo. Nascida no Amazonas, Norte do país, ela se mudou com o marido para Gaspar em 2016. Atualmente é professora no CDI Cachinhos de Ouro, no bairro Figueira, mas a vida de Sevilha nem sempre foi assim. No Amazonas, ela era dona de casa, mãe e esposa.

Ela conta que teve uma infância difícil, trabalhando na roça desde criança para ajudar a família. Sevilha também revela que a realidade no Norte do Brasil é completamente diferente do Sul. Para chegar à escola, ela tinha que remar cerca de 40 minutos numa canoa. “No Amazonas tem muita água, a gente saía de manhã na canoa e só voltava no final da tarde. Quando eu cheguei no período de estudar nós não íamos com muita frequência para a escola porque não tínhamos o almoço, meus pais não mandavam os filhos com fome para escola, eles iam atrás de alguma coisa para nos alimentar. Lá, a maioria das crianças só vai pra escola depois dos 7, 8 anos, quando já é crescida e aprendeu a remar e a nadar, precisa saber ir com as suas próprias pernas para a escola. Foi bem difícil a minha infância, depois eu casei e tive quatro filhos”, conta a professora, orgulhosa de que, hoje em dia, os filhos são todos formados e trabalham.

E foi somente depois de criar os filhos e vê-los formados, que Sevilha e o marido resolveram se mudar para o Sul e escolheram Gaspar. O casal chegou em novembro de 2016 e logo Sevilha arrumou emprego de faxineira em um hotel da cidade, pois era o que sabia fazer na época. Foi aí que ela percebeu que não era bem isso que queria para sua vida. “Senti a necessidade de voltar a estudar, porque trabalhar na limpeza não era o que eu queria. Eu sempre tive o sonho de trabalhar como professora, desde a minha infância, mas as circunstâncias da vida não permitiram que eu estudasse na época certa. Foi quando eu cheguei aqui que me motivei a retomar os estudos. Meu marido foi na EJA e falou que não tinha como provar que eu havia estudado até a 5ª série, mas eles disseram que eu poderia fazer uma prova e dali pra frente eu poderia dar continuidade aos estudos. Fiz a prova, passei e em 2018 iniciei no 6º ano. Ali começou minha trajetória na EJA, trabalhando durante o dia e estudando à noite”, recorda.

Sevilha não parou por aí. Disposta a mudar sua realidade, ela se inscreveu para um processo seletivo da Prefeitura de Gaspar, para trabalhar como auxiliar de merendeira. Ela passou e quando foi chamada para a vaga, deixou definitivamente a faxina para trás. Sevilha conta que não havia muita diferença salarial, mas ela pensou na qualidade de vida, pois passaria a ter os finais de semana livre, feriados e poderia se dedicar mais aos estudos, além da realização pessoa de trabalhar com crianças. Após finalizar a EJA, ela foi para o Ceja cursar o ensino médio e depois prestar o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). O passo seguinte foi se matricular na faculdade para fazer o tão sonhado curso de Pedagogia.

Com mais de 40 anos, Sevilha enfim estava numa universidade. Ela se forma no final deste ano. “Foi bem desafiador. Quando eu estava trabalhando como servente de merendeira surgiu a oportunidade de fazer o processo seletivo como professora não formada. Eu tive dúvidas se conseguiria, mas resolvi tentar. Eu fiz e fui chamada em agosto do ano passado, porém, em março eu havia feito uma chamada emergencial para auxiliar de professora. Eu estava trabalhando lá no Sônia Gioconda (CDI) havia cinco ou seis meses. Eu pedi a conta e vim trabalhar aqui no Cachinhos de Ouro (CDI)”, conta. A primeira turma, recorda Sevilha, foi de 5 a 6 anos, com 25 alunos nos dois períodos. “Eu nunca havia estado em sala de aula para lecionar, como auxiliar eu estava no berçário. Muitas pessoas me apoiaram, meu marido principalmente, dizendo que eu era capaz e que acreditava no meu potencial. Daí eu encarei, fiquei até dezembro com as crianças e foi muito bom, foi um aprendizado para a vida, porque eles me ensinaram muito, acho que mais do que eu ensinei a eles. Nessa idade eles perguntam muito e isso te encoraja a pesquisar, ir atrás para ter algo para responder, eu também tive boas auxiliares que me ajudaram muito no começo”, relembra Sevilha.