Para marcar o Dia das Mães, fomos conferir como estão as primeiras trigêmeas de Ilhota, nascidas em 2012, e a mãe Rafaela; também visitamos Luana e o filho Enzo Gabriel, de 1 ano, que foram notícia no Metas em 2022
O tempo passou...Lá se vão 11 anos. E nesta data tão especial, que se celebra o Dia das Mães, reencontramos uma mãe muito especial. No começo de 2012, Rafaela Cristina Pinheiro, moradora de Ilhota, foi notícia, primeiro no Jornal Metas, e depois em todo o Estado. Afinal, em seu ventre ela carregava três bebês do sexo feminino. A incrível história da mãe e as trigêmeas sensibilizou a comunidade. As reportagens do Jornal Metas, na época, ajudaram Rafaela e o marido Rafael, motorista de caminhão, a conseguir ajuda. E não foi pouca. Eles ganharam muita coisa antes e depois do nascimento de Emanuella, Emilly e Helena.
As bebês nasceram prematuras de sete meses e meio em uma data muito especial: 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. O parto foi no Hospital Ruth Cardozo, em Balneário Camboriú, não por escolha dos pais ou dos médicos, mas por-que era o único hospital da região com três vagas na UTI Pediátrica. Emanuella foi a mais “apressada”, nasceu primeiro pesando 1,605kg. Depois veio Emilly, a mais “pesadinha”, com 1,650kg e, por fim, Helena com 1,355kg. As bebês permaneceram por 27 dias no hospital. Em casa, menos de uma semana e retornaram para o hospital onde ficaram internadas por quase dois meses. “No início, eu me culpava muito, pois achava que a volta delas para o hospital foi porque eu não havia cuidado direito, alguma coisa eu havia feito de errado, depois entendi que foi um processo natural que tivemos de passar até a adaptação delas”, revela Rafaela. No Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí, uma delas precisou ser operada, outra teve apneia e outra bronquiolite, mas tudo foi superado. Hoje as meninas tem muita saúde, se alimentam bem e brincam bastante.
Rafaela relembra que estava tudo pronto para que o parto acontecesse em um hospital de Blumenau, porém, por uma incrível coincidência, no mesmo dia uma mãe também iria ter trigêmeas. “Cheguei a ser levada para Blumenau, mas de lá fui transferida às pressas para Balneário Camboriú”.
Hoje, aos 35 anos, Rafaela olha pra trás e admite que muita coisa mudou na sua vida e do marido nestes 11 anos e dois meses. “Foi uma verdadeira revolução”, resume. A mãe conta que foi preciso mudar hábitos e rotinas, para se adaptar à realidade de três bebês em casa. Na época, o casal já tinha uma filha, Milena, de apenas oito meses.
“Passamos por várias etapas e situações, muitas que a gente não esperava, pois estávamos aguardando um bebê. Hoje, eu sinto uma alegria enorme de ter essas três meninas com saúde e prosperando a cada dia”, diz Rafaela.
O começo, diz a mãe foi “assustador”. Receber a notícia de que não era um bebê, mas três que ela carregava não foi fácil. Rafaela havia completado seis meses de gestação. “Num primeiro momento eu não acreditei e foi até difícil aceitar nas semanas seguintes, quando eu caí na real elas já estavam quase nascendo, e aí foi um momento de muita atenção e preocupação com a saúde delas e a minha”, conta. Hoje, Rafaela é grata a Deus por lhe ter proporcionado a alegria de ser mãe de três lindas meninas que, ao lado de Milena, e do marido formam uma bela família. “Sou a grata a Deus por tudo, elas são as minhas paixões”.
A família ainda mora na mesma residência, na Rua Modesto Vargas, no bairro Ilhotinha, mas se prepara, para em breve, mudar para uma casa maior, que está em fase final de acabamento. Lá serão três quartos. “Um quarto só para a Milena, que sempre sonhou em ter um quarto só para ela, e o outro para as três”, explica a mãe.
Na época que Rafaela descobriu que estava grávida de trigêmeas foi preciso pedir ajuda à comunidade. Além de fraldas, lenços umedecidos, pomadas, talcos, roupas de bebê e outros objetos, o casal também ganhou material de construção pára adaptar a pequena residência, a fim que pudesse comportar as três bebês. A comunidade atendeu o pedido e a casa de Rafael e Rafaela passou a ser visitada por muitas pessoas, algumas vindo de muito longe oferecer auxílio. “Essa ajuda das pessoas, nós jamais vamos esquecer. Eu serei eternamente grata a todas as pessoas que se envolveram e nos ajudaram naquele momento. Tudo foi muito bem aproveitado”, diz a mãe.
Rafaela é uma mãe e mulher de muita fé, acredita que Deus escreve tudo da maneira correta na sua vida. A filha Milena, na época com 8 meses de vida, adaptou-se rapidamente à realidade. “Depois que ela cresceu mais um pouco, passou a me ajudar, dava mamadeira para as irmãs e até hoje é assim. As vezes eu pego no pé dela e digo: - filha, você não é mãe delas, você é irmã, você tem que aceitar o seu lugar; eu sempre converso com ela neste sentido e está havendo uma melhora no convívio entre elas e delas comigo. Tudo muito tranquilo”, enfatiza.
Único homem da casa, Rafael também se ajustou rapidamente à rotina de cuidar de quatro e não de duas filhas. “Ele é um marido maravilhoso, me ajuda muito, ele sempre me amparou, me deu forças e amor, é uma pessoa muito trabalhadora, um verdadeiro guerreiro e tenho uma grande gratidão por Deus ter colocado ele na minha vida, já sabendo que a gente teria que se unir para dar conta do desafio de criar quatro filhas. E graças a Deus estamos dando conta”, emociona-se Rafaela.
Ela também teve uma surpresa alguns anos depois, pois deixou de ser a única mãe de Ilhota com trigêmeas. Uma prima, também, moradora de Gaspar teve trigêmeas. “Um dia, conversando com ela descobrimos éramos primas distantes”, conta Rafaela.
Conforme os anos avançam, Rafaela diz que o relacionamento entre todos da família fica ainda melhor. “Hoje, eu estou aceitando mais que minhas filhas estão crescendo, mas antes era difícil, deixo elas um pouco mais soltas, já vão para a escola de ônibus, antes eu levava. E faço isso para que elas criem um pouco mais de reponsabilidade e se acostumem com o mundo, porque a gente ensina, mas o mundo lá foram ensina ainda mais.
A mãe descreve Emanuella como uma criança de puro amor, que transborda e é transparente demais. Já a Emilly, segundo Rafaela, é uma menina doce e meiga e a Helena é a filha mais prestativa, sempre pronta a ajudar. E, por fim, Milena que procura sempre ser o ponto de equilíbrio e orienta as irmãs. Mesmo diante dos sobressaltos, das preocupações e da ansiedade de ter trigêmeas, Rafaela não tem dúvida que vale a pena ser mãe. “É claro que a gente fica apreensiva quando descobre que vai ter três bebês, mas hoje eu sou muito grata e feliz por tudo o que passei”.
Emanuella não lembra muito quando percebeu que tinha duas irmãs com a mesma idade, mas diz curtir muito tudo isso. “As pessoas perguntam: vocês são trigêmeas. Eu acho bacana”. Nos aniversários, conta a filha, é um bolo para cada uma. Por sorte, Rafaela é doceira de “mão cheia”, inclusive faz bolos confeitados e docinhos por encomenda (#leladoceira)e, em breve, vai iniciar a produção de sabonetes fitoterápicos e energéticos (#flordaluzsaboaria)” .
Emilly diz adorar a companhia das irmãs. “É muito legal, a gente compartilha várias brincadeiras”. Helena garante não ter preferência por nenhuma das irmãs. “Eu gosto de todas elas do mesmo jeito, e adoro a companhia delas”.
Na escola Domingos José Machado, onde as trigêmeas cursam o 6º Ano, a identificação é apenas pelo uniforme, mas tem outros segredos para saber diferenciá-las. “As colegas e professoras nos diferenciam também pelos brincos”, revela Helena. Emilly diz que outra forma de identificação é pelas unhas. ‘Uma tem a unha mais comprida que a da outra e aí as nossas amigas conseguem nos reconhecer”, diverte-se
Elas também gostam muito de esporte, praticam vôlei e futebol. Outra paixão é a música. As trigêmeas gostam de cantar e já estão até em aulas de canto. Milena, que é mais conhecida na cidade como a irmã das trigêmeas, curte essa convivência. “A gente procura estar sempre juntas. Ela também revela que outras meninas costumam visitá-las. “São meninas sozinhas (filhas únicas) e vem aqui brincar porque sabem que somos quatro e praticamente da mesma idade”
Neste domingo, Dia das Mães, as trigêmeas e Milena pretendem, mais uma vez, retribuir tudo o que Rafaela faz por elas com muito carinho e amor.
?
Um ano depois
No ano passado, o Jornal Metas conheceu o pequeno Enzo Gabriel logo após o seu nascimento, no Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Gaspar, para uma matéria especial de Dia das Mães. Este ano, a equipe resolveu retomar essa história e ver como o menino e a família estão um ano depois.
A mãe, Luana Vanessa Thomaz da Silva, de 24 anos, recebeu a equipe com os dois filhos: Sofia, de 2 anos e 5 meses, e Enzo, que completou 1 ano no último dia 4. Crescidinho, o pequeno é brincalhão e sorridente, simpático como a mãe. Já Sofia é mais calada, olha com cara de desconfiada, mas a mãe conta que é só porque tem visita em casa, no dia a dia a menina é mais espoleta. No final da entrevista, ela já está sorridente também. Há um ano, quando a reportagem conheceu Luana, ainda na maternidade, ela contou que a menina estava ansiosa pela chegada do irmãozinho. “Ela cuida bastante dele, sempre me conta quando ele vai fazer alguma arte, mas tem um pouquinho de ciúmes também, o que é normal por serem dois bebês”, explica a mãe.
Luana conta que trabalhava no setor financeiro de uma empresa, mas largou tudo para estudar Pedagogia e, com o apoio do marido, Maicon Marques, de 30 anos, fica em casa cuidando dos filhos. “Eu já estou no final do curso, já estou indo para o 8º semestre. Essa fase está bem corrida com estágio, TCC, mas eu valorizo muito esse estudo que eu estou tendo, porque algumas atividades que eu aprendo no curso eu aplico com eles, voltadas à área da educação, e também poder ficar junto deles. Meu marido optou por eu ficar em casa, cuidando deles esse tempo e está sendo muito importante para mim ficar perto dos meus amores”, destaca a mãe.
Luana nasceu para ser mãe
Luana é o tipo de mulher que nasceu para ser mãe. Ela conta que ainda na infância já desenvolveu o desejo pela maternidade. Para ela, todo mundo nasceu com um dom e o dela é ser mãe. “Ser mãe é uma benção. Eu amo ser mãe e acredito que desde quando Deus pensou em mim, ainda na criação, Ele já pensou em mim sendo mãe, porque é um dom que Deus dá para a mulher. Desde que eu era criança já me imaginava com meus filhos, é algo que eu amo e não tem explicação”, afirma.
Na primeira matéria feita com Luana, ela já expressava a vontade de também adotar uma criança. Perguntada, ele afirma que a vontade se mantém. “A gente sempre teve isso, desde a nossa primeira filha, a Sofia. Meu marido sempre falou que um dia nós iríamos adotar uma criança e a gente tem sim esse desejo. Daqui algum tempo, quando os dois forem um pouquinho maiores, nós pretendemos entrar na fila de espera da adoção. Existem muitas crianças que são órfãs e a gente quer cuidar dessas pessoas, porque a bíblia prega isso, que a gente cuide dos órfãos e das viúvas, e nós temos esse desejo no nosso coração”, finaliza.
Deixe seu comentário