A credibilidade, no entender do presidente, é um dos entraves para a melhora da saúde financeira da casa hospitalar
A grave situação financeira do hospital de Gaspar não é nenhuma novidade. O problema se arrasta há vários anos. Atualmente sob intervenção da Prefeitura, a instituição tenta se manter, mas falta um vetor fundamental: a comunidade acreditar na instituição. Presidente do Conselho da Cidade, entidade paritária que reúne líderes dos setores público e privado do município, o empresário Sérgio Roberto Waldrich defende a criação de uma nova imagem do hospital. Para isso, chamou um grupo de empresários, o poder público, a diretoria administrativa do hospital e a impressa de Gaspar para uma conversa, onde apresentou a sua proposta. O encontro, no final da manhã de quinta-feira (14), no Espaço Bunge Natureza, no bairro Poço Grande, foi uma espécie de primeira chamada para que a sociedade civil tenha maior presença nas decisões que serão tomadas com relação ao hospital. Para Waldrich, o momento é de convergência e de aglutinar forças. "A comunidade precisa vir para o hospital, ser informada, ser colaborativa e participativa", declarou. O empresário afirmou ainda que o ambiente é favorável para uma nova guinada no hospital de Gaspar, pois comunidade e governo municipal estão juntos, além de haver a possibilidade de se ter também os governos federal e estadual. "O hospital é um patrimônio valioso da cidade, precisamos resgatar o seu crédito e fazer as pessoas acreditarem naqueles equipamentos e nas pessoas que estão lá", discursou o presidente. A imprensa, que compareceu em bom número, o presidente do Conselho classificou como fundamental nesse trabalho de resgate da credibilidade do hospital. "A imprensa é formadora de opinião, é ela que vai divulgar as ações que são feitas no Nossa Senhora do Perpétuo Socorro", apontou.
Há três meses à frente da administração do Hospital de Gaspar, Vilson Santin, um conceituado gestor na área hospitalar, com passagens pelos hospitais Santa Isabel, em Blumenau, e São José, em Jaraguá do Sul, disse que poucas cidades do porte de Gaspar tem um hospital tão bem aparelhado. "Encontrei aqui um dos melhores centros cirúrgicos do interior do Estado", observou. Porém, Santin lamentou que a comunidade ainda veja o Nossa Senhora do Perpétuo Socorro simplesmente como um posto de saúde. No setor de Pronto Atendimento, o PA, Santin explicou que existe uma demanda muito grande, pois muitas pessoas vão até o hospital para situações simples, que poderiam ser resolvidas em ambulatórios. "E são justamente essas pessoas, com casos clínicos simples, que mais reclamam do serviço do hospital, pois elas acabam ficando para trás porque a prioridades são os casos mais graves", acentua o administrador. Em média, o hospital atende 4.500 pessoas por mês. "Em um ano, 85% da população de Gaspar terá passado pelo hospital", observou. Já nos setores de internação e cirurgias, a situação é inversa. O hospital, em média, interna 279 pessoas por mês, quando deveria estar internando, no mínimo, 800 pessoas, pois é feito um cálculo de 10% em relação à população. Já o centro cirúrgico, realiza, em média, 131 procedimentos operatórios em um mês. "Temos uma excelente estrutura hospitalar, porém ela é subutilizada", lamentou Santin. Por isso, os objetivo imediatos da instituição é firmar parcerias com empresas particulares da área da saúde, como a Unimed que já esteve visitando as instalações do hospital e gostou do que viu. O gestor comentou ainda que será uma verdadeira "batalha" conseguir as certidões negativas, que vão permitir ao hospital captar recursos públicos junto aos governos estadual e federal. "Já conseguimos o alvará sanitário, o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) e 20 leitos de retaguarda pagos pelo governo federal, mas precisamos de um giro ainda maior de leitos.
O prefeito de Gaspar, Kleber Wan-Dall, foi breve em seu discurso, mas elogiou a iniciativa do Conselho da Cidade e lembrou que a maior participação da comunidade no hospital de Gaspar também é sua bandeira de campanha. "Precisamos deixar o passado para trás e pensarmos daqui para frente, precisamos da convergência de muitas pessoas, da convergência de ações e muito trabalho. É só assim que vamos avançar nas soluções dos problemas do hospital", finalizou o prefeito.
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