Caminhoneiro morto em acidente é cremado em Blumenau
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Ivani planejava a aposentadoria (Fotos: Arquivo Pessoal)
Ivani morava no bairro Coloninha, em Gaspar
O corpo do caminhoneiro Ivani Silvio Dalmagro, de 60 anos, foi cremado no final da tarde desta sexta-feira (12), no crematório São José, em Blumenau. Foi uma longa espera para a família, moradora do bairro Coloninha, desde que recebeu a notícia de que Ivani, conhecido entre os colegas de profissão por Gasparzinho, poderia ser um dos mortos de um grave acidente de trânsito registrado no município de Francisco Beltrão, no sudoeste do Estado do Paraná, no final da tarde de quarta-feira (10). Da confirmação de que se tratava de Ivani à liberação e transporte do corpo até Gaspar foram cerca de 36 horas de agonia para a família. O velório somente pode começar nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira.
Ivani saiu de Balneário Camboriú, onde passou a virada do ano na companhia de familiares, nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (10). Ele dirigia o caminhão de sua propriedade, marca Mercedez Benz, carregado de pisos cerâmicos. Em uma reta da PR-483, próximo à churrascaria Frizzo, distante 10km do município de Francisco Beltrão, ele foi surpreendido por um veículo Gol branco, placas de Francisco Beltrão, que tentou ultrapassá-lo. Um outro caminhão, com placas de Coronel Vivida-PR, carregado de grãos de milho, vinha em sentido contrário e ainda tentou desviar, mas não conseguiu evitar o choque com o Gol. Desgovernado, o caminhão bateu de frente na carreta de Ivani. A violência do choque e peso das cargas destruíram completamente as cabines dos dois caminhões.
Um quarto veículo, um Ônix, que vinha logo atrás do caminhão de Ivani conseguiu desviar para o acostamento e não foi atingido. Além de Ivani, morreram no acidente o motorista do Gol, identificado como Fábio dos Santos Galvão, de 20 anos, e o jovem Ryan Carlos Fogaça, de 12 anos, que era passageiro da outra carreta. O motorista, Carlos Fogaça dos Santos, de 51 anos, foi levado em estado grave para o hospital de Francisco Beltrão, onde permanecia hospitalizado até o fechamento desta edição.
O condutor do Ônix confirmou, ainda no local do acidente, a versão de que o motorista do Gol estaria realizando uma ultrapassagem e que acabou colidindo com a carreta que vinha em sentido contrário. Chovia no momento do acidente, mas não o suficiente para tirar a visibilidade do motorista.
As cargas das duas carretas ficaram espalhadas na pista e o tráfego permaneceu interrompido por várias horas. A Polícia Rodoviária Estadual, Samu e Corpo de Bombeiros atenderam à ocorrência.
Paixão pela estrada
Ivani era natural de Dionísio Cerqueira, no extremo-oeste de Santa Catarina próximo ao limite com o Paraná, e residia em Gaspar há 27 anos. Desde muito jovem adotou a profissão de motorista de caminhão. Segundo a família, ele era um apaixonado pelo que fazia. Por muitas vezes pensou em parar, ficar mais tempo ao lado da esposa, Maria Dolores Zimmermann Dalmagro, funcionária aposentada do Banco do Brasil, mas a paixão pelas estradas ainda o atraía.
Porém, há alguns meses Ivani começou a pensar seriamente em parar ou, no mínimo, reduzir o tempo e a distância das viagens. E a primeira providência foi requerer a aposentadoria.
Ele era pai de três filhas, entre elas a jornalista do Jornal Metas, Kássia Dalmagro. Ivani deixa ainda dois netos e muitas saudades na família e amigos, principalmente os caminhoneiros que compareceram para prestar uma última homenagem ao colega de profissão.
Em sua página na rede social, a esposa, Maria Dolores Zimmermann Dalmagro, escreveu: "Acabo de perder o grande amor da minha vida. Uma pessoa maravilhosa, grande pai, amigo e companheiro. Deixa um grande exemplo e muitas saudades".
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