Com recursos do Governo do Estado, instituição ampliou e reformou uma área de mais de 5,4 mil m² num investimento de mais de R$ 5 milhões. Solenidade acontece no próximo sábado (28)
O próximo sábado, dia 28, será histórico para o Centro Integrado de Educação Especial Fênix, Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Gaspar, localizado no bairro Santa Terezinha. A instituição inaugura as suas novas instalações. Uma revitalização estrutural, que de fato começou há 10 anos, quando a primeira etapa do complexo foi entregue. Nesta segunda fase, uma área de mais de 5.400 m² foi contemplada com ampliação e reforma. O investimento do Governo do Estado, por meio da Fundação Catarinense de Educação Especial, ultrapassa R$ 5,2 milhões.
Alunos, funcionários, pais, diretoria e comunidade vão celebrar a conquista de uma obra há muito esperada e que levou 15 meses para ser concluída. A instituição gasparense atende 914 alunos, de zero a 70 anos. A obra traz mais conforto tanto para alunos quanto para funcionários. Uma nova área administrativa foi construída, assim como modernas salas de atividades e consultórios médicos refrigerados e equipados com recursos tecnológicos que vão permitir melhores resultados no trabalho desenvolvido pelos mais de 80 funcionários da instituição.
Em seu segundo mandato à frente da Apae de Gaspar, o presidente, Clarindo Fantoni, diz o que pensamento sempre foi na dignidade de alunos e funcionários. “Nós temos aqui na APAE, das 7 às 17 horas, de segunda a sexta-feira, uma grande movimentação de pessoas e isso requer todo cuidado, pois são alunos especiais cujos pais acreditam e confiam na instituição”, reforça Fantoni.
Ele conta que, em janeiro de 2020, quando a diretoria assumiu para o primeiro mandato, havia esse grande desafio, que era melhorar e ampliar a estrutura física da Apae, porém, veio a pandemia e todos os projetos acabaram suspensos. “Nós (diretoria) nunca paramos, aprendi na minha vida que papel não anda, você tem que levar o papel e mostrar para as autoridades, por isso fomos diversas vezes à Florianópolis, junto à Fundação Catarinense de Educação Especial, reforçar o pedido”. A Fundação cobrou o projeto e a diretoria organizou diversas promoções e eventos para arrecadar R$ 54 mil do custo do projeto. “Depois, encaminhamos o projeto à Fundação que aprovou. Foram 15 meses de obra, uma parte nova e outra reestruturada e os R$ 5.2220.000,00 foram suficientes para concluir o projeto”, finaliza o presidente.

De acordo com Fantoni, o desafio daqui para frente é a manutenção da estrutura, que está maior e, consequentemente, irão aumentar os custos. O presidente acredita que esse custo será coberto pelos convênios com o Governo do Estado, Prefeitura de Gaspar, SUS e Fundo Social, mas a participação da comunidade ainda será fundamental por meio do apoio às ações que a Apae realiza para reforçar o caixa no custeio das despesas do dia a dia. Fantoni destaca ainda, o quadro de funcionários formado por diversos profissionais altamente qualificados, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, médicos, professores, técnicos em informática, recursos humanos entre outros. “Nós temos hoje um time que atende com excelência os alunos”, observa Fantoni.

A diretora geral da APAE, Michele Tatiana Caetano, lembra que a instituição atende alunos desde bebês até 70 anos de idade, por isso a necessidade de um ambiente agradável e aconchegante tambémpara os familiares que vêm à instituição acompanhar seus filhos nos atendimentos. Michele também destaca a equipe completa e de qualidade, profissionais que atendem integralmente a todas as demandas dos educandos. A comunidade, para a diretora, tem cumprido um papel importante de abraçar a entidade. “Em todos os eventos que a Apae realiza, a comunidade sempre está junto. Em novembro, vamos ter o nosso café colonial e certamente vamos ter novamente esse apoio”, enfatiza Michele.
Embora a estrutura ampliada a diretora admite que existe fila de espera para novos alunos. “Todos os dias se faz novas avaliações em crianças e jovens trazidos pelos pais à instituição; temos fila de espera porque a demanda vem aumentando muito. Nós precisamos lidar com essa situação, para podermos atender a todas as famílias da melhor maneira possível”. Michele explica que há, ainda, a questão da inclusão dos alunos da Apae no mercado de trabalho. “Nós temos turmas específicas para essa finalidade, por meio da qualificação técnica. Os alunos permanecem na Apae por um período e saem daqui prontos para trabalhar nas empresas de Gaspar, mas também temos outro grupo, que não pode ser inserido no mercado de trabalho, recebendo outro tipo de atividade como artesanato, malhas, papel reciclado entre outras”, explica. A ideia, resume a diretora, é que o aluno da Apae se sinta produtivo e inserido na sociedade.

Artistas plástica e professora de Artes Visuais, Maria Salete da Silva, trabalha o aspecto cognitivo, criatividade e alegria. “Na hora que eles chegam na sala de aula e perguntam o que tem para fazer é o que mais encanta em mim e na minha colega, a também professora Elisângela. Nós trabalhamos a emoção. “Muitos dos alunos não têm mobilidade nos braços e pernas e nós ajudamos que eles realizem o trabalho artístico usando o pincel na boca ou nós pés”, exemplifica. O teatro é outra iniciativa desenvolvida na sala de artes visuais em parceria com a nutricionista da instituição, tendo como foco a alimentação saudável.

Há quem trabalhe na Apae de Gaspar apenas pelo “salário da alegria”. É o caso de 24 mulheres do Clube de Mães Voluntárias do Amor, criado há mais de 30 anos. Elas se reúnem todas as terças-feiras para bordar toalhas, trilhos e guardanapos. Elas também fazem artesanato em crochê e amigurumi. “Nós estamos aqui para somar junto com a instituição, o que a gente pode produz serve como prêmio na Roda do Fortuna da festa de fim de ano da Apae”, explica a voluntária Valquiria Vanzuita. Ela elogia o novo espaço, uma sala mais ampla, com ar condicionado e banheiro privativo. “Muito bom que agora nós temos o nosso espaço. A Apae nos aceitou e nos acolheu e nós acolhemos a Apae”, resume a simpática senhora. Ela conta que não conhecia a Apae até iniciar o trabalho voluntário. “Hoje, eu posso dizer que faço com muito amor e que todas as pessoas,que vieram a fazer este trabalho para Apae, também tragam o seu amor e carinho para a instituição”, finaliza Valquiria
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