Santa Catarina vai decretar situação de emergência em saúde pública diante do aumento de casos de dengue
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(Fotos: FOTO: DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA BRASIL )
Os dados mostram um aumento de 650% em relação ao mesmo período do ano passado.
Santa Catarina enfrenta um aumento preocupante nos casos de dengue em 2024. Diante deste cenário, o Governo do Estado está preparando um decreto de situação de emergência de saúde pública em todo o território catarinense diante do risco epidemiológico causado pela dengue. O decreto deve ser assinado pelo governador Jorginho Mello nesta quinta-feira, dia 22. Já são 17.696 casos prováveis de dengue em 177 municípios, além de oito óbitos em Santa Catarina. Os dados mostram um aumento de 650% em relação ao mesmo período do ano passado. A situação epidemiológica da dengue foi atualizada na tarde desta terça-feira, dia 20.
O elevado número de municípios infestados pelo mosquito Aedes Aegypti; o elevado número de casos prováveis de dengue notificados quando comparado ao mesmo período de 2023; o registro de óbitos em decorrência da dengue e a ocorrência de eventos que apresentam potencial risco de extrapolação da capacidade de resposta, bem como de saturação do Sistema Único de Saúde (SUS) sob a direção municipal e estadual são as justificativa para que o Governo do Estado lance mão deste instrumento.
A secretária de Saúde, Carmen Zanotto, destaca que mais de oito cidades catarinenses já decretaram situação de emergência. "E seguindo as recomendações e as normas sanitárias estamos optando por um decreto de emergência, até porque ele se faz necessário para que a gente possa ampliar, se necessário for, a oferta de serviços. O decreto de emergência é instituído para que a gente apresente junto ao Ministério da Saúde e mostre a demanda dos serviços de saúde do Estado de Santa Catarina assim como os serviços de saúde de cada um dos municípios que tem o decreto instituído diante do número de casos e de óbitos", explica.
Diversas ações têm sido realizadas pelo Governo do Estado para frear o avanço da doença e minimizar os seus reflexos. Até o momento, já foram direcionados aos municípios R$ 15 milhões para implementação de estratégias de combate à dengue em 2023, e outros R$ 5 milhões estão sendo repassados neste ano.
A secretária ainda faz um apelo para que a população colabore com os municípios, cuidando de suas casas. "As doenças causadas pelas arboviroses, como a dengue, aumentaram neste ano muito em função das alterações climáticas, por isso é importante que cada um de nós cuide da nossa casa, dos terrenos ao lado da nossa casa, das empresas que a gente trabalha para que o poder público, as prefeituras possam estar cuidando dos parques, dos cemitérios, dos espaços comuns, porque 75% das ações são individuais para que a gente evite a proliferação do mosquito da dengue", finaliza.
Números
Oito óbitos pela doença já foram confirmados pela doença, sendo em Joinville (5), Araquari (01), Itajaí (01) e Itapiranga (01), sendo que outras duas mortes ainda estão em investigação nos municípios de Araquari e Navegantes. Também foram identificados 12.885 focos do mosquito em 215 municípios, sendo que 155 desses são considerados infestados pelo mosquito.
A incidência acumulada (casos por 100 mil/hab) em 2024 nas regiões de saúde é de: Nordeste (1076,71) Foz do Rio Itajaí (392,93), Médio Vale do Itajaí (287,03), Grande Florianópolis (262,24), Vale do Itapocu (130,48) e o Extremo Oeste (113,06). Apesar da concentração nessas regiões, casos prováveis foram notificados em municípios das 17 regiões de saúde.
Segundo o informe da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), os dez municípios com maior taxa de incidência são: Araquari (1431,97); Joinville (733,52); Apiúna (578,57); Itajaí (575,27); Itapiranga (533,24); Tijucas (523,51); Blumenau (383,94); São Francisco do Sul (339,51); Penha (305,39) e Florianópolis (296,93).
Sinais e sintomas
Fique atento: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele são os principais sintomas de dengue. Além disso, dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, queda de pressão e sangramento de mucosas já são sinais de alarme, indicando a necessidade de procurar imediatamente o serviço de saúde.
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