A história de Gaspar do ponto de vista das famílias negras
Após, o fim da escravidão e a emancipação política-administrativo de Gaspar, as primeiras famílias negras livres da cidade começaram a se instalar bem no Centro, nas proximidades onde hoje é semáforo da Status Modas e a antiga linha de trem. Essas famílias foram fundamentais para a construção e crescimento de Gaspar, mas por muitos anos, suas histórias, costumes e cultura não foram contadas.
Todos esses momentos serão lembrados e celebrados neste sábado, dia 9, num desfile ‘Pérola Negras’ que vai contar a história das famílias negras das décadas de 40 e 50. “Essas mulheres contribuíram muito para o desenvolvimento de Gaspar, mas muitas vezes invisibilizadas pela sociedade da época. Esse desfile vem justamente no mês das mulheres, uma homenagem para essas famílias”, afirma Marciano João Custódio, presidente do Movimento Afro Raízes do Vale (MARV).
Cecilia Custodio, integrante do MARV, conta que ao todo, 18 famílias serão homenageadas no Restaurante Questão de Gosto, a partir das 17h. Logo após o desfile, inicia uma roda de samba com o Grupo Confraria do Samba. “Queremos destacar e realçar a beleza e a história dessas mulheres. Por isso, todas as roupas foram pensadas e costuradas com muito carinho. Além disso, no dia do desfile teremos maquiadora e cabeleireira, enaltecendo a autoestima destas mulheres, ressignificando a memória coletiva da sociedade gasparense”, diz Cecília.
Maria Goreti dos Anjos Villaça é costureira e conta que, por muitos anos, trabalhou como empregada doméstica e seus pais, apesar de serem do Litoral, criaram ela e seus irmãos no bairro Coloninha. Ela destaca que as histórias de seu povo muitas vezes são esquecidas por parte da cidade. “É muito importante termos estes registros, para as futuras gerações das nossas famílias, será um momento de destaque e celebração da comunidade negra em Gaspar”, enfatiza.
As famílias Tavares, Anjos, Venâncio, Silva, Rangel, Caetano, Marcolino, Custódio, Pereira, Martins, Paulo, Nascimento e Coelho desfilarão num palco, para representar a força das matriarcas destas famílias que foram as primeiras a se instalarem na cidade
Além disso, o grupo trabalha em um documentário chamado ‘Memórias Negras’ que faz o resgate histórico do povo negro gasparense através de conversas e acervos fotográficos de famílias de diferentes bairros da cidade. O trabalho, já vem sendo realizado pelas historiadoras Marilda Spengler e Débora Fernandes, juntamente com os integrantes do MARV.
Fotos e vídeo
A ação resultará em um ensaio fotográfico e produção de vídeo. Os arquivos ficarão disponíveis no acervo do MARV, organizador deste trabalho que tem apoio financeiro da Lei Federal Paulo Gustavo. A ideia é que a exposição fotográfica se torne itinerante.
Além disso, o grupo trabalha em documentário chamado ‘Pretas Memórias’ que faz o resgate histórico do povo negro gasparense por meio de conversas e acervos fotográficos de famílias de diferentes bairros da cidade.
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