Aos 97 anos e firme no volante

logo RCN

Ultimas :

12/12/2025 10:47
História

Aos 97 anos e firme no volante

Por João Vitor Costa e Kassi Borges

 Publicado 12/12/2025 10:47  – Atualizado 12/12/2025 10:47

Dona Lavínia já dirigiu muito na estrada...
  • Dona Lavínia já dirigiu muito na estrada... (Fotos: João Vitor Costa)

Dona Lavínia, moradora do Santa Terezinha, segue na estrada com seu chevette modelo ano 1980

A rotina tranquila do bairro Santa Terezinha, contrasta com a vitalidade e força de quem, aos 97 anos, ainda faz questão de manter a independência. Dona Lavínia Bittencourt Merlo, moradora da cidade há 73 anos, continua dirigindo o mesmo carro Chevette que comprou há mais de quatro décadas, modelo compacto com câmbio manual.

Dona Lavínia chegou a Gaspar quando a filha mais velha tinha apenas oito meses. Ao lado do marido, construiu a vida no terreno da família e criou oito filhos, além de netos, bisnetos e quatro tataranetos.

A viúva, que perdeu o marido em 1977, começou a dirigir aos 44 anos. “Na época, nossa família tinha um engenho de farinha, e a troca de um caminhão por um Chevette marcou o início da minha independência, que preservo até hoje”,destaca. “Ele era novinho. E dali para cá, nunca mais troquei. Até hoje, só dirijo ele”, conta.

Aprender a dirigir, ela lembra, foi mais simples do que aprender a andar de bicicleta, algo que nunca conseguiu ela conta com bom humor. A carteira de motorista veio antes mesmo da prática, graças à confiança do delegado da época. A primeira vez ao volante foi ao lado de um dos filhos, que apenas explicou a ordem das marchas.

 mas hoje se limita a circular só dentro de Gaspar
  • mas hoje se limita a circular só dentro de Gaspar (Fotos: Kassi Borges)

Durante muitos anos, dona Lavínia circulou entre Gaspar, Brusque e Blumenau. Hoje, limita seus trajetos ao município, sempre durante o dia. A carteira de motorista vence quando ela completar 98 anos, e ainda não sabe se irão renovar sua habilitação.

Apesar das tentativas dos filhos de tirarem o carro dela por preocupação, foi um dos netos quem defendeu sua autonomia e liberdade. “Ele disse que acontece muito mais acidente com gente nova do que velha. Aí tudo ficou bem e todos da minha família respeitaram minha decisão”, relembra.

A rotina atual é simples: ir na igreja, banco, farmácia e compromissos essenciais. Passeios só quando os filhos acompanham aos finais de semana. Dona Lavínia segue firme, lúcida e ativa. Entre lembranças de um engenho de farinha, a casa construída com o marido e uma família que atravessa quatro gerações, ela resume com simplicidade aquilo que muitos tentam explicar: “Eu gosto de dirigir. Para mim, nunca custou.Soufeliz”, resume.

SIGA O JM NAS REDES:

Google News Google News Google News Google News
  • mas hoje se limita a circular só dentro de Gaspar (Kassi Borges)

Deixe seu comentário

Mais lidas