-
Chuva ultrapassa o esperado para o mês e provoca alagamentos e enxurradas em Santa Catarina (Fotos: Foto: Divulgação / PMRv)
Chuvas fortes em Santa Catarina, resultado de um ciclone extratropical, causaram alagamentos e três mortes em Palhoça.Em Gaspar, a Prefeitura e Defesa Civil não emitiram nenhum boletim pós-chuva até o momento
O ciclone extratropical
O fenômeno meteorológico que trouxe as chuvas intensas é um ciclone extratropical, típico da região sul do Brasil. Ele se desenvolveu no Atlântico, migrando em direção à costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A sua passagem sobre o estado gerou ventos fortes e precipitação intensa, especialmente na Grande Florianópolis.
Acumulados de chuva e impacto nas cidades
Nas primeiras horas da manhã, a chuva foi persistente, sobretudo no litoral. Os municípios da Grande Florianópolis registraram os maiores acumulados em seis horas: Santo Amaro da Imperatriz ultrapassou 146?mm, Palhoça somou 130?mm, Biguaçu chegou a 111?mm e Florianópolis acumulou quase 90?mm. O total ultrapassou o esperado para o mês de dezembro na região – cerca de 130?mm. No oeste, os temporais ocorreram de forma isolada, ocasionando também alagamentos e destelhamentos.
Alagamentos e enxurradas em Palhoça
Em Palhoça, a enxurrada foi tão forte que levou um casal e um bebê de cinco meses que estavam em um carro. O veículo ficou trancado sob a ponte, parcialmente submerso e pressionado pela correnteza. O Corpo de Bombeiros Militar (CBMSC) foi acionado para o resgate. A guarnição do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS) foi acionada pelo COBOM. Na chegada ao local, agentes da Defesa Civil e populares informaram que o bebê já havia sido encontrado sem vida na margem do rio, resgatado pela Polícia Militar. No interior, foram confirmadas as outras duas vítimas adultas.
Resposta das autoridades e procedimentos periciais
A mulher foi retirada inicialmente. A segunda vítima, um homem adulto, encontrava-se presa dentro do veículo, entre os bancos dianteiros, exigindo apoio de um guincho para remoção do automóvel da zona de risco. Após a retirada, a guarnição realizou o resgate da vítima. As três vítimas ficaram aos cuidados do Instituto Geral de Perícias (IGP) para os procedimentos periciais. As forças de segurança já estão atuando nos locais de risco, conforme comunicado do governador Jorginho Mello.
Declaração do governador e orientações de segurança
“Recebi com enorme tristeza a notícia da morte de um casal e de um bebê em Palhoça. Minha solidariedade aos familiares e à comunidade. As forças de segurança já estão atuando nos locais de risco. Mas reforço o pedido: evitem áreas alagadas ou com sinais de desmoronamento e só saiam de casa em caso de extrema necessidade”, disse o governador Jorginho Mello.
Conforme orientação do governador, as forças de segurança estão envolvidas no atendimento de ocorrências, além de orientação aos motoristas devido aos alagamentos registrados em vias e rodovias estaduais.
Previsão meteorológica para os próximos dias
A instabilidade deve persistir ao longo da tarde desta terça-feira, com gradual diminuição da chuva a partir da noite, quando o sistema se afasta em direção a outras regiões do país. Na quarta-feira, o ciclone já estará em alto-mar, porém ainda muito próximo da costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Com isso, a condição para chuva diminui, mas o risco de vento forte aumenta. São esperadas rajadas entre 60 e 80?km/h do Meio-Oeste ao Litoral, enquanto nas áreas serranas próximas ao mar o valor pode se aproximar dos 100?km/h.
Risco de destelhamentos e danos à infraestrutura
O risco é moderado a alto para ocorrências associadas a destelhamentos, danos na rede elétrica e queda de galhos e árvores. A agitação marítima também aumenta entre quarta e quinta-feira, com risco de ressaca. As ondas de direção nordeste e posteriormente de sul/sudoeste ficam em torno de 2,0?m no Litoral Norte e Baixo Vale do Itajaí, entre 2,0?m e 3,0?m na região da Grande Florianópolis e entre 3,0?m e 4,0?m no Litoral Sul, com picos ainda maiores em alto mar. O risco é moderado a alto para ocorrências associadas à agitação marítima.
Recomendações da Proteção e Defesa Civil
- Durante temporais, busque um local abrigado, longe de janelas e objetos que possam ser arremessados.
- Em caso de ventos fortes, evite transitar ou se abrigar próximo a árvores, placas, muros e postes de energia.
- Se houver alagamentos, não atravesse ruas inundadas, pontes ou pontilhões submersos.
- Redobre a atenção em áreas de encosta, taludes rodoviários e locais previamente mapeados como áreas de risco.
- Evite atividades de navegação, pesca, esportes náuticos e banho de mar.
- Evite caminhar ou pedalar na orla quando as ondas estiverem atingindo a faixa de areia, ciclovias e calçadões.
- Além disso, a SPDC/SC reforça a importância de acompanhar as atualizações e alertas emitidos pelos canais oficiais nos próximos dias.
Impacto nas comunidades e mobilização local
As comunidades de Palhoça e arredores foram fortemente afetadas. Moradores relataram que a enxurrada atingiu áreas residenciais e comerciais, causando danos a veículos e propriedades. A mobilização de equipes de resgate, bombeiros e policiais foi rápida, mas o volume de vítimas exigiu esforços coordenados entre os órgãos de segurança pública e a Defesa Civil.
Histórico de chuvas intensas em Santa Catarina
Santa Catarina já enfrentou episódios de chuvas intensas no passado, como o alagamento de 2019 na região de Joinville, que resultou em perdas humanas e materiais. O estado mantém um monitoramento constante de sistemas de tempestades, com alertas emitidos pela SPDC/SC e pela Defesa Civil.
Preparação e prevenção para futuros eventos
Para reduzir riscos, o estado investe em infraestrutura de drenagem, reforço de barragens e manutenção de pontes. A educação ambiental e a conscientização sobre o perigo de áreas de risco também são prioridades.
Tags
- Alagamentos
- Alerta
- Chuva
- chuvas
- chuvas intensas
- Ciclon
- ciclone
- ciclone extratropical
- clima tropical
- Defesa Civil
- Geral
- Santa Catarina
- Segurança Pública
Deixe seu comentário