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A escola de educação infantil atende hoje 112 crianças de 0 a 6 anos de idade (Fotos: DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
Um dos mais antigos Centros de Educação Infantil da cidade passou por mudanças na sua gestão e inicia agora uma nova fase com reformas estruturais
Fundado há 45 anos, o Centro de Educação Infantil Lar Maria de Nazaré surgiu da necessidade das mulheres terem um local seguro e acolhedor para deixar seus filhos enquanto exerciam atividades fora do lar. Desde então, a instituição, localizada na Rua Nereu Ramos, Bairro Coloninha, tornou-se uma das referências em educação infantil na cidade.
Nas quatro décadas e meia de história, mais de 6 mil crianças passaram pelas salas do Maria de Nazaré, muitas das quais hoje atuam como profissionais em diversas áreas. Alguns ex-alunos retornaram à instituição como voluntários, colaboradores ou apoiadores, mantendo um vínculo forte com a escola. É o caso da atual presidente da Ong Lar Maria de Nazaré, mantenedora da escola, a ex-policial militar e hoje empresária Bruna Ramos Debus, aluna até completar a pré-escola. Quando adolescente, Bruna realizou trabalho voluntário na instituição de ensino. Depois, foi estagiária e, por um período, contratada como auxiliar de creche. Bruna ingressou na carreira militar, casou, teve três filhos e se tornou empresária, mas nunca perdeu o vínculo com a escola. Dois dos seus filhos já passaram pelo Maria de Nazaré e hoje a filha Ester, de 5 anos, frequenta a instituição. Em 2023, Bruna foi convidada a fazer parte da diretoria da Ong e, em 2025, assumiu a presidência.
As doações, segundo ela, são fundamentais para a manutenção do Lar Maria de Nazaré. Desde doações básicas como alimentos até o apoio de outras instituições e da iniciativa privada, por meio de empresas que repassam recursos para o Lar, e do poder público. “Essa articulação é fundamental para que uma entidade sem fins lucrativos continue cumprindo o seu papel de acolher essas crianças em período integral”, reforça Bruna. Assista essa reportagem também vídeo
Ela acredita que as pessoas vêm ao mundo com um propósito é o dela é ajudar a manter o Lar Maria de Nazaré de pé, atendendo a comunidade gasparense. Bruna lembra que uma entidade sem fins lucrativos depende de voluntários, principalmente na área administrativa. “Temos bastante pessoas que doam alimentos e roupas e outros materiais, mas não temos pessoas que trabalhem na captação de recursos para manutenção e investimentos na escola”, explica.

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Bruna Ramos Debus, (Fotos: DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
""Essa articulação é fundamental para a instituição continuar cumprindo o seu papel de acolher essas crianças.”" – Bruna Ramos Debus, presidente da Ong Lar Maria de Nazaré
Atualmente, o Lar Maria de Nazaré atende 112 crianças de até 6 anos, em período integral, de segunda a sexta-feira, das 6h às 18h30. As crianças recebem quatro refeições diárias (café da manhã, almoço, sobremesa e lanche/janta), com parte dos alimentos oriundos de doações da comunidade e de parcerias como o Programa Mesa Brasil, do SESC. As despesas são pagas principalmente por meio de um convênio firmado com a Prefeitura de Gaspar – que custeia até 100 vagas. Importante destacar que parte das famílias assistidas pelo Lar Maria de Nazaré vive em contextos de fragilidade social ou em processo de reorganização familiar. Para garantir o atendimento de qualidade, uma equipe de 22 colaboradores se reveza. Há, ainda, um médicopediatra voluntário que atende semanalmente as crianças.
A história do Lar Maria de Nazaré foi construída com base no comprometimento de voluntários, colaboradores e lideranças comunitárias. Esse espírito solidário foi exemplarmente representado pela saudosa professora Maria Antônia de Souza e Silva Maas, coordenadora por 28 anos da instituição e falecida em 2023, cuja dedicação permanece viva em cada gesto de acolhimento oferecido. Ao longo de sua trajetória, o Lar Maria de Nazaré não apenas cuidou e educou, mas contribuiu para formar cidadãos conscientes, solidários e preparados para o convívio em sociedade. Apesar das dificuldades financeiras e estruturais enfrentadas, a instituição segue firme na missão, confiante na força do trabalho coletivo e no apoio da sociedade, buscando ser reconhecida como referência regional em educação infantil humanizada e acolhedora.
Um presente de Deus aproximou atual diretora da escola do Coloninha
Atual diretora do Lar Maria de Nazaré, Dulci Santos, tem um vínculo emocional muito forte com a escola. Há mais de 26 anos, foi no Lar Maria de Nazaré que ela encontrou apoio e abrigo para um pequeno presente deixado por Deus na porta de sua casa. Alexsandro Santos, hoje com 26 anos, é o que Dulci chama de filho do coração, cuja primeira infância passou no Lar Maria de Nazaré.
“Eu liguei para a Maria Antônia (então diretora do Lar) e contei que haviam deixado um bebê de cinco meses na porta da minha casa e eu não sabia o que fazer, mas precisava ir trabalhar. Ela me disse: traz esse garotinho para cá”, relembra Dulci,

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Dulci tem um vínculo emocional com o Maria de Nazaré (Fotos: DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
E foi assim que ela se aproximou do Lar Maria de Nazaré. Um tempo depois, Dulci realizou todos os procedimentos legais de adoção. “Eu e meu marido temos esse carinho e essa consideração pelo Lar Maria de Nazaré por tudo o que vivenciamos com o nosso filho do coração, que foi muito bem acolhido.
Já naquela época, além de mãe, Dulci também passou a ser uma admiradora e voluntária do Lar. Assim, ela pode acompanhar de perto as transformações e, também, dificuldades que a escola infantil passou. “É uma ong sem fins lucrativos, fruto de um trabalho da comunidade”, resume a diretora, que asumiu o cargo em maio deste ano.
Dulci diz que a prioridade é melhorar a estrutura da edificação, que é bastante antiga e com pouca manutenção. “Chegou o momento em que precisamos revitalizar e adequar as instalações para atender melhor, e quem sabe ampliar o espaço para oferecer mais vagas”, enfatiza.
Projetos maiores também estão nos planos da diretoria e da Ong, como construir novas salas de aulas e reformar banheiros. “Esses projetos já saíram do sonho para a realidade, porque temos algumas parcerias confirmadas”, antecipa Dulci, qua acrescenta: “Aceitar o desafio de fazer a gestão do Maria de Nazaré não é um trabalho, eu entendo isso como uma missão de vida e até como um processo de cura, pois tenho me realizado, a minha relação com as crianças foi sempre forte até porque trabalhei na Prefeitura atendendo crianças e adolescentes no contraturno escolar e hoje poder estar aqui, desenvolver esse trabalho, dar mais qualidade para essas crianças e buscar parcerias tem me realizado”, finaliza a diretora.
Macarronada, feijoadas e Moda e Champanhe em prol da instituição
Dulci admite que é um enorme desafio administrar a instituição, mas a ajuda tem vindo de todos os lados, da sociedade civil organizada, das empresas e do poder público que, este ano comprou 100 das 125 vagas disponíveis, além de ter reajustado os valores que estavam defasados.
Mas, a participação da comunidade é algo, segundo Dulci, importante. “Já foi feito muita coisa, como recentemente a doação em dinheiro que recebemos do grupo Cavaleiros da Luz, que promove anualmente a Macarronada do Bem, em Blumenau. No último sábado, dia 16, foi a vez do Núcleo de Cooperativas de Gaspar organizar uma feijoada com recursos revertidos para o Lar Maria de Nazaré”, conta a diretora.

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Feijoada das cooperativas arrecadou para o Maria de Nazaré (Fotos: DIVULGAÇÃO)
Outra iniciativa acontece no dia 30 de agosto, na Comunidade Bom Jesus, no bairro Santa Terezinha, quando a assessoria de corridas Vinicius Theis Running vai promover uma feijoada. “Nós tínhamos em mente fazer alguma ação beneficente, mas não sabíamos o que e para quem, nossos alunos indicaram o Lar Maria de Nazaré; nós viemos conhecer a instituição e nos agradou muito o que vimos, além de percebermos que o Lar precisava de recursos para melhorias”, conta Vinicius. A feijoada custa R$ 50,00 e o contato é o 47-99937-5208.
A feijoada será preparada pela equipe Supremos Gourmet, que se especializou neste tipo de evento na cidade. “Preparamos feijoadas beneficentes há de dez anos”, conta Neudi Scheuermann, um dos integrantes da equipe. “Quem não conseguir comprar o cartão antecipado, pode vir direto na comunidade Bom Jesus que terá venda no dia”, informa Neudi
Além dessas iniciativas, Dulci conta que o Lar tem recebido ajuda por meio de materiais e serviços para as obras de reforma da estrutura. “Temos conseguido bons descontos nas lojas de materiais de construção e na mão de obra”, revela.
Moda e Champanhe
No dia 18 de setembro, será a vez do Moda e Champanhe, evento organizado pelo Jornal Metas, por intermédio da colunista social e diretora Juli Deschamps, doar parte do lucro da festa para o Maria de Nazaré. O dinheiro será investido na automatização do portão de acesso à escola, incluindo a identificação facial. “Isso para nós é um passo muito grande no sentido de dar mais segurança para as nossas crianças”, destaca Dulci.

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Juli Deschamps (Fotos: ARQUIVO JORNAL METAS)
""Além de uma noite divertida, o público sabe que está contribuindo para uma causa social importante.”" – Juli Deschamps, organizadora do Moda e Champanhe
Juli Deschamps destaca que que o viés social é uma das marcas do Moda e Champanhe, que desde a sua criação tem destinado parte da arrecadação da festa para entidades, associações ou projetos com foco social. Já foram 13 instituições beneficiadas, e agora chegou a vez do Lar Maria de Nazaré, reafirmando o compromisso a cidade e transformando a realidade de crianças.
“O público do Moda e Champanhe sabe que, além de uma noite divertida, está contribuindo com uma causa social importante para a cidade”, finaliza Juli.
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Juli Deschamps (ARQUIVO JORNAL METAS)
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Feijoada da Associação das Cooperativas de Gaspar (DIVULGAÇÃO)
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Bruna Ramos Debus, (DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
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A escola de educação infantil atende hoje 112 crianças de 0 a 6 anos de idade (DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
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Dulci tem um vínculo emocional com o Maria de Nazaré (DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
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Feijoada das cooperativas arrecadou para o Maria de Nazaré (DIVULGAÇÃO)
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A escola de educação infantil atende hoje 112 crianças de 0 a 6 anos de idade (DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
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A escola de educação infantil atende hoje 112 crianças de 0 a 6 anos de idade (DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
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A escola de educação infantil atende hoje 112 crianças de 0 a 6 anos de idade (DANIEL NOGUEIRA/JORNAL METAS)
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