Cantora enfrentava câncer desde 2023; artista rompeu barreiras com sua voz, identidade e ativismo contra o preconceito

A cantora, empresária e apresentadora Preta Gil faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer. A artista lutava contra a doença desde janeiro de 2023, quando anunciou publicamente o diagnóstico e deu início ao tratamento.

Preta era filha do cantor e ex-ministro Gilberto Gil com Sandra Gadelha, e nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de agosto de 1974, dois anos após o retorno de seu pai do exílio em Londres, durante a ditadura militar brasileira. Também era sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, e desde cedo esteve imersa no universo da Tropicália, movimento que marcou a música e a cultura do país.

Com uma carreira marcada pela irreverência, autenticidade e posicionamentos firmes, Preta Gil foi uma voz potente dentro e fora dos palcos. Mulher preta, bissexual e fora dos padrões estéticos impostos pela indústria, enfrentou preconceitos desde a infância e transformou sua trajetória em símbolo de resistência e empoderamento.

“Eu era a Preta no mundinho da Tropicália, achava que as pessoas eram que nem a minha família. O mundo não era assim”, declarou em entrevista à revista Forbes, ao comentar os choques vividos fora do ambiente familiar.

Mãe de Francisco Gil, também músico e integrante do trio Gilsons, Preta deixa um legado de arte, força e ativismo, especialmente nas lutas contra o racismo, a gordofobia e a homofobia. Sua morte comoveu o Brasil e gerou uma onda de homenagens nas redes sociais e no meio artístico.

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