Banda Creedence Cover e grupo local Glicose animam a noite em homenagem aos 71 anos do rock’n’roll

Alexandre Melo
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Eu não sei exatamente quando os primeiros solos de guitarra ecoaram no planeta, mas que este estilo musical mudou parte da história da humanidade não tenho dúvida. O Rock’n’Roll criou mitos, reinventou gênios e fez muita gente sair do casulo. O ritmo nasceu em plena “Guerra Fria”, num 13 de julho, mas quem se importa com a data de nascimento do “velhinho”, afinal, para quem gosta de rock, como eu, o ritmo nasceu junto com a humanidade, foi só sendo aperfeiçoado. E como toda a boa cultura popular, o rock é das massas, dos negros americanos do Mississipi que tiravam de suas gaitinhas de boca e guitarras um som melodioso chamado blues. O Rock’n’Roll se intrometeu nessa seara; antes, porém, foi proibido pela sociedade estadunidense representada pelas recatadas mocinhas de pele branca. Ninguém tinha dúvida que o Rock’n’Roll era coisa do demônio e deveria ser banido da face da terra. Mas, a história não foi bem assim.

Antes de surgirem os primeiros raios de sol dos anos 1950, já se ouvia e se fazia Rock’n’Roll em alguma garagem da casa de jovens rebeldes. Fats Domino vendeu mais de 1 milhão de cópias do primeiro single The Fat Man, em 1949. Ao mesmo tempo, Chucky Berry, levava plateias ao delírio com seus solos endiabrados de guitarra, enquanto Little Richard cantava Tutti Frutti e Long Tall Sally. Mas esse era apenas os primórdios do rock. Lá pela metade dos anos 1950, um garoto branco, com cara de bom moço, voz potente e dança desconcertante se tornou o primeiro sexy symbol da história da música. Estava plantada a semente da rebeldia, capaz de germinar comportamentos psicodélicos. Injusto é não atribuir a ele, o início oficial do rock, pois com Elvis o rock ganhou identidade e milhares de fãs,mas oficialmente o rock nasceu em 13 de julho de 1954, quando é lançado “Rock Around the Clock”, de Bill Haley and His Comets.

Além do Rock’n’Roll, outros ritmos como o Jive e o Twist também ganharam destaque, refletindo a cultura jovem e rebelde da época. O Rock’n’Roll, com seu ritmo animado e contagiante, rapidamente se tornou a trilha sonora da juventude e influenciou uma série de novos estilos de dança. O Jive, um estilo de dança enérgico e acrobático, era frequentemente associado ao Rock’n’Roll, enquanto o Twist, com seus movimentos livres e individuais, se tornou um fenômeno cultural, segundo o blog da Dance Vision.
Televisão, consumo e rebeldia. Este era o coquetel perfeito dos anos 1960. A música era o sonho de liberdade, a revolução por minuto. Os jovens pegaram suas guitarras e saíram por aí “metralhando” frases com apelos políticos de paz e amor, logicamente que com boas doses de ácido.

Da geração pós-Elvis nasceram The Kinks, Animals, The Who, The Faces, Rolling Stones e, claro, The Beatles. Os garotos de Liverpool revolucionaram o mundo. Jovens, bonitos e brancos, logo viraram o xodó das mocinhas da terra da rainha. Em contrapartida, quatro jovens alucinados de Londres estabeleceram novos padrões. O Rolling Stones não usava terninhos e suas performances de palco levavam milhões de fãs ao delírio. Cultura e contracultura? Não. No Rock’n’Roll sempre existiu espaço para todos os estilos.
Em meados dos anos 1960 surge o grupo norte-americano The Doors, liderado por Jim Morrison. Nessa época, as drogas eram comuns entre os roqueiros, e Morrison acabou vítima delas aos 27 anos. O guitarrista Jimi Hendrix, também foi vencido pelas drogas, assim como Janis Joplin. Não temos espaço para homenagens póstumas a tanto talento que partiu cedo, mas seus espíritos permanecem vagando pelos palcos da vida, certamente ainda com uma guitarra nas mãos.

Depois do festival Woodstock, em 1969, o mundo nunca mais foi o mesmo e dezenas de bandas de rock surgiram e novos estilos e ritmos se aliaram ao Rock’n’Roll.

Som pesado

Na última década dos anos 1990, os rapazes do Red Hot Chilli Pepers estouram nas paradas, com um som pesado, às vezes misturado com hip hop. Mas o grande movimento da década vinha de Seattle. Garotos que não estavam nem aí para o visual, vestiam jeans rasgado, camisas de flanela quadriculada e faziam um som alternativo, em pequenos clubes e bares da cidade. O que parecia um movimento underground isolado, em pouco tempo, vira o mainstream, quando é lançado Bleach, em 1989. Os autores eram os garotos do Nirvana. Dois anos depois, a banda lança o álbum mais importante da década: Nervermind. O feminismo também passa pelo Rock’n’Roll, com as Riot Grrrrrl, garotas que empunham guitarras e soltam o verbo no palco, com um som pauleira mesmo, punk rock. A verdade é que sete décadas e meia depois, o Rock’n’Roll continua incólume, rivalizando com os mais diferentes estilos musicais, inclusive aqueles criados pela tecnologia e, mais recentemente, pela inteligência artificial. O “velhinho” não morre e se adapta aos novos tempos.

E para celebrar o Dia do Rock (13 de julho), Gaspar realiza no próximo sábado, dia 12, um tributo ao “pai” de todos os estilos musicais. A celebração acontece a partir das 20h no Espaço Terral, no bairro Santa Terezinha, com entrada gratuita. O evento promete reunir fãs do gênero em uma programação musical especial que homenageia os 71 anos do Rock’n’Roll
Entre as atrações confirmadas está a banda Creedence Cover, vinda de Curitiba (PR), reconhecida por reviver os clássicos da lendária Creedence Clearwater Revival, grupo que se tornou símbolo do rock americano nas décadas de 60 e 70. Além disso, a noite contará com um show especial da banda gasparense Glicose, que comemora 25 anos de trajetória nos palcos e promete um repertório repleto de energia e nostalgia.

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