
Tragédia com balão: velórios das oito vítimas ocorrem em SC e RS; investigação aponta falha em maçarico

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Da esquerda para a direita: Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto, Leandro Luzzi, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki, Everaldo da Rocha, Janaina Moreira Soares da Rocha e Andrei Gabriel de Melo (Fotos: Reprodução )
Mortes ocorreram após incêndio em balão de ar quente em Praia Grande; entre as vítimas estão mãe e filha, casais e profissionais conhecidos no Sul do país
Os corpos das oito vítimas do trágico acidente com balão de ar quente em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, começaram a ser velados neste domingo (22) em diversas cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A queda do balão ocorreu na manhã de sábado (21), após a aeronave pegar fogo em pleno voo. Treze pessoas sobreviveram, enquanto oito perderam a vida — quatro delas morreram queimadas e outras quatro ao saltar do cesto na tentativa de escapar das chamas.
Entre os mortos estão pessoas de diferentes perfis e histórias, mas todas oriundas do Sul do país. Entre eles, um casal que realizava o passeio com os filhos, uma dupla de namorados, um patinador artístico renomado, uma médica e sua mãe, e um oftalmologista.
As vítimas identificadas são:
Everaldo da Rocha (53 anos) e Janaína Moreira Soares da Rocha (46), casal de Joinville (SC), que estava com os filhos, sobreviventes do acidente;
Fabio Luiz Izycki (42) e Juliane Jacinta Sawicki (36), gaúchos, namorados; o velório de Juliane ocorreu em Carlos Gomes (RS);
Leandro Luzzi (33), diretor técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística, velado em Indaial (SC);
Leane Elizabeth Herrmann (70) e Leise Herrmann Parizotto (37), mãe e filha, sepultadas em Concórdia (SC);
Andrei Gabriel de Melo (34), oftalmologista de Fraiburgo (SC), velado na Câmara Municipal da cidade.
De acordo com relatos prestados à polícia pelos sobreviventes, o fogo teria começado em um maçarico auxiliar usado para acionar a chama principal do balão. Um extintor a bordo teria falhado no momento crítico. Conforme explicou o delegado-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, o piloto Elvis de Bem Crescêncio teria conseguido baixar o balão até uma altura próxima do solo e ordenado que os passageiros saltassem. Ele também pulou, e com a redução repentina de peso, a aeronave voltou a subir com rapidez, impedindo que os demais escapassem.
As vítimas restantes teriam sido atingidas pelas chamas e pela queda do balão, que despencou de uma altura superior a 40 metros.
Empresa interrompe atividades
A empresa responsável pelo balão, a Sobrevoar Serviços Turísticos, afirmou em nota que cumpria todas as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e destacou a experiência do piloto. Informou ainda que suspendeu as atividades por tempo indeterminado "em respeito às vítimas, seus familiares e a comunidade".
O balão tinha autorização de funcionamento emitida pela prefeitura e a empresa havia sido aberta em setembro de 2024. A Anac confirmou que abriu investigação para apurar a situação legal da aeronave e os procedimentos adotados.
Diante da tragédia, o Ministério do Turismo informou que pretende reunir-se nesta semana com representantes do setor para discutir formas de aprimorar a regulamentação do balonismo turístico no país.
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