Com UTIs superlotadas e aumento expressivo nas internações, governo adota medidas emergenciais para conter a crise respiratória no estado

Diante da crescente pressão sobre o sistema de saúde, o Governo de Santa Catarina decretou, nesta quinta-feira (12), estado de emergência em saúde pública para enfrentar o avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A decisão se apoia em indicadores epidemiológicos que revelam um aumento expressivo nas internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatal, pediátrica e adulta em todo o estado.

Com o decreto, a Secretaria de Estado da Saúde está autorizada a requisitar, de forma mais célere, bens e serviços de entidades privadas — com ou sem fins lucrativos — além de editar normas complementares para assegurar a efetividade das ações emergenciais. A medida estadual segue a Portaria nº 7.211 do Ministério da Saúde, publicada na última quarta-feira (11), que estabelece incentivo financeiro temporário para a assistência a pacientes adultos com SRAG nos hospitais da rede pública especializada.

Uma das principais ações adotadas pelo Estado para conter o avanço das doenças respiratórias é a ampliação da campanha de vacinação contra a gripe. Desde o Dia D de mobilização, em 10 de maio, todas as pessoas acima de seis meses de idade podem se vacinar nos postos de saúde catarinenses. A medida busca reduzir os casos graves provocados, sobretudo, pelo vírus Influenza.

A situação é particularmente crítica no Vale do Itajaí. Segundo dados do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS (CIEGES), nesta sexta-feira (13), a taxa de ocupação dos leitos de UTI na região chega a 99,4%. Em Blumenau, todos os 40 leitos disponíveis nos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel estão ocupados. O mesmo ocorre nas unidades de Timbó, Indaial, Rio do Sul, Ituporanga, Brusque e Gaspar. Apenas um leito estava disponível em Ibirama.

Em nível estadual, o cenário também preocupa. Dos 950 leitos adultos de UTI disponíveis no SUS, apenas 22 estavam livres, o que representa uma taxa de ocupação de 97,7%. Com o sistema à beira do colapso, o governo catarinense aposta na rápida mobilização de recursos e na ampliação da cobertura vacinal para tentar conter o avanço da SRAG e garantir assistência à população.