
Edy Liz: da roça para o palcos

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Cantora se prepara para se apresentar no Moda e Champanhe (Fotos: DIVULGAÇÃO ASSESSORIA EDY LIZ)
A trajetória da menina, que aos 18 anos plantava fumo com os pais até decidir perseguir seus sonhos
Quem vê e ouve a cantora Edy Liz com tamanha desenvoltura em um palco não imagina que, na infância, a menina tímida nascida no interior de Presidente Nereu, cidade de 2.200 habitantes, no Alto Vale do Itajaí, jamais sonhou chegar tão longe. Aliás, na sua doce infância, Edinéia Tomio, seu nome de batismo, acreditava que seu destino era permanecer na roça, ao lado da família, plantando e colhendo fumo até casar e ter filhos.

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Sentimento Louco é a música que vem impulsionando o começo da carreira solo da cantora catarinense (Fotos: Assessoria Imprensa Edy Liz)
Enquanto ajeitava as folhas de fumo na estufa, a menina cantarolava músicas do sertanejo raiz, pois essa era a preferência do pai, e que acabou influenciando o seu estilo musical. “Foi no meio da lavoura de fumo que descobri o meu amor pela música e comecei a sonhar viver disso”, admite a cantora.
Aos 13 anos, o destino de Edinéia começou a mudar quando a professora selecionou algumas crianças para uma apresentação musical na escola. Ela se viu pela primeira vez diante de uma plateia e soltou a voz em uma música em inglês. Ao final da apresentação, pais, alunos e professores gritavam em coro: - Shakira!, Shakira!, numa referência a cantora pop star colombiana.
A partir daquele dia, Edineia passou a sonhar com os palcos e o radinho a pilha do pai, que despertava a família toda logo cedo para a lida na roça, passou a ser companheiro inseparável. “Eu via aquele monte de pé de fumo plantado e imaginava que fosse tudo gente me assistindo cantar”, diverte-se Edy Liz.
Não demorou muito para a “plateia de fumo” se transformar em gente. Um primo a convidou a fazer um teste na Banda Compasso Nativo (mais tarde rebatizada de Banda Euros). Daquele dia em diante, Edinéia, com 15 anos, se tornou apenas um nome para os mais íntimos, pois nascia a cantora Edy Liz. É verdade que as primeiras apresentações foram nos tradicionais bailões e festas de igreja. Mas, o começo de todo o artista é assim, sem muita plateia.
O trabalho na roça continuou até Edy Liz completar 18 anos e decidir que queria mesmo é viver da música, sob o olhar desconfiado do pai e o incentivo incondicional da mãe (já falecida), que desempenhou papel importante na carreira da artista. E assim, entre um bailão e outro, a jovem passou a traçar planos para objetivos maiores. Foram cinco anos na Banda Euros.
Um dia, folheando uma revista, ela leu uma reportagem sobre a Banda Seven, de Rio do Sul. “Eu pensei: Nossa, uma banda assim é que eu quero cantar", relembra a cantora, que não esquece os bailões. "Sou muito grata aos bailões, pois é de onde eu vim e onde tudo começou, mas eu queria cantar de tudo”, conta Edy Liz. Passado algum tempo, ela estava de férias em uma cidade de Santa Catarina quando, por coincidência, a Banda Seven iria se apresentar. Durante o show, a vocalista da banda perguntou se tinha alguma corajosa da plateia para subir ao palco e cantar com ela. Edy Liz não pensou duas vezes e praticamente voou para o palco, pois como se diz no interior: “o cavalo só passa encilhado uma vez”.
A performance chamou atenção do empresário da banda que estava atrás de uma vocalista, já que a titular estava de saída. Edy Liz fez o teste na semana seguinte, dia do seu aniversário, e foi aprovada. Foram 14 anos de estrada e muitos shows no estado e fora dele. A menina introvertida do interior de Presidente Nereu estava conseguindo alcançar seus sonhos.
Durante esse período, Edy Liz passou a compor músicas, entre elas “A Borboleta e a Flor”, que teve grande repercussão nas emissoras de rádio, principalmente do Oeste do estado e nas redes sociais. Esse foi o start para a carreira solo. “Chegou o momento de investir no meu sonho”, recorda a cantora, que hoje ainda faz eventuais apresentações com a Banda Seven, mas deixou de ser a cantora fixa. A prioridade agora é a carreira solo, porém, a artista não deixa de ser grata a tudo o que conquistou com a Seven. “A maior parte da minha carreira profissional devo a Banda Seven”, acrescenta.
Foi ao lado da banda riossulense que Edy Liz realizou um dos sonhos de infância: cantar para uma multidão. Foi durante uma virada de ano em Barra Velha, no Litoral do estado, diante de um público estimado de mais de 100 mil pessoas. “Foi um marco na minha carreira, porque quando criança eu me imaginava cantando para uma multidão, mas ao mesmo tempo tímida eu pensava como reagiria a esse momento, mas são coisas que a gente não pergunta como acontece; Deus vai abrindo portas e te colocando no lugar certo e no momento certo. Quando eu subi ao palco e vi aquela multidão, pensei: enfim me realizei”, emociona-se a artista.
“Sentimento Louco”, música lançada em 2024, é outro marco na carreira de Edy Liz. A música, que deve ganhar um clipe em breve, emplacou nas redes sociais e vem impulsionando a carreira da cantora, que tem sido bastante requisitada para shows. A agenda está lotada.
No dia 18 de setembro, o calendário marca show em Gaspar. Edy Liz será a atração musical do Moda e Champanhe, evento para mulheres organizado pela colunista social do Jornal Metas, Juli Deschamps. A artista diz que cantar só para mulheres é diferente. “Elas são mais soltas e felizes sozinhas”, brinca Edy Liz. Para ela, o Moda e Champanhe é um evento onde a mulher se sente mais empoderada, mais livre para celebrar o momento com as suas melhores amigas. “Vamos botar a mulherada para dançar, fazer elas se sentirem ainda mais empoderadas”, garante a artista.
Para Juli Deschamps, a escolha de Edy Liz tem muito do talento que ela vem mostrando, mas a história de vida da artista também chamou a atenção. “É uma artista que veio lá do interior de Presidente Nereu, lutou muito para chegar onde chegou, conquistou seu espaço e isso é um exemplo de empoderamento das mulheres. Termos a Edy Liz no palco de um evento só para mulheres tem todo um simbolismo para nós”, destaca Juli.
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Sentimento Louco é a música que vem impulsionando o começo da carreira solo da cantora catarinense (Assessoria Imprensa Edy Liz)
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Edy Liz saiu da roça em busca do sonho de se tornar cantora (Assessoria Imprensa Edy Liz)
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Hoje, em carreira solo, Edy Liz revela todo o seu talento (Assessoria Imprensa Edy Liz)
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Em visita ao Jornal Metas, a cantora catarinense falou sobre a sua trajetória na música (Daniel Nogueira/Jornal Metas)
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Edy Liz será a atração musical do Moda e Champanhe (Daniel Nogueira/Jornal Metas)
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